Diz-se que “a ocasião faz o ladrão” para realçar o
quão importante é tirar partido das ocasiões, circunstâncias e oportunidades
que nos surgem. E se mais não fosse, o adestramento é uma prática de
oportunidades baseado na disponibilidade que o viabiliza. Há momentos no ensino
em que ficamos com a sensação que os cães não nos ouvem, em que nos sentimos
literalmente “a falar para o boneco”, como se estivessem ausentes, surdos ou a
dormir e outros em que não nos deixam em paz, normalmente quando temos outros
afazeres e lhes endereçamos frases do tipo “sai-me da frente”, deixa-me em paz”
ou “larga-me da mão”, o que nos relega para a seguinte questão: quando devemos
ensiná-los, quando não nos ouvem ou quando querem “falar” connosco? Postas as
coisas desta maneira parece não haver dúvidas, devemos capacitá-los quando
reclamam por atenção, aproveitando e satisfazendo estrategicamente os seus desejos
para fim útil, desde que tal não cause entraves à sua salvaguarda.
O cão constrói-se em casa e a sua cumplicidade alcança-se
dentro das suas quatro paredes para mais tarde frutificar no treino.
Perdoem-nos a fraqueza: a maioria dos cães vem para as escolas por falta de
atenção no seu lar de adopção, por ausência do necessário acompanhamento
doméstico que obriga ao conserto cinotécnico, que será mais ou menos duradouro,
consoante a mudança de atitude dos donos, a sua permanência ou abandono nos
maus hábitos que obstam ao melhor entendimento entre homens e cães.
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