quinta-feira, 9 de abril de 2015

SAI-ME DA FRENTE, DEIXA-ME EM PAZ, LARGA-ME DA MÃO!

Diz-se que “a ocasião faz o ladrão” para realçar o quão importante é tirar partido das ocasiões, circunstâncias e oportunidades que nos surgem. E se mais não fosse, o adestramento é uma prática de oportunidades baseado na disponibilidade que o viabiliza. Há momentos no ensino em que ficamos com a sensação que os cães não nos ouvem, em que nos sentimos literalmente “a falar para o boneco”, como se estivessem ausentes, surdos ou a dormir e outros em que não nos deixam em paz, normalmente quando temos outros afazeres e lhes endereçamos frases do tipo “sai-me da frente”, deixa-me em paz” ou “larga-me da mão”, o que nos relega para a seguinte questão: quando devemos ensiná-los, quando não nos ouvem ou quando querem “falar” connosco? Postas as coisas desta maneira parece não haver dúvidas, devemos capacitá-los quando reclamam por atenção, aproveitando e satisfazendo estrategicamente os seus desejos para fim útil, desde que tal não cause entraves à sua salvaguarda.
O cão constrói-se em casa e a sua cumplicidade alcança-se dentro das suas quatro paredes para mais tarde frutificar no treino. Perdoem-nos a fraqueza: a maioria dos cães vem para as escolas por falta de atenção no seu lar de adopção, por ausência do necessário acompanhamento doméstico que obriga ao conserto cinotécnico, que será mais ou menos duradouro, consoante a mudança de atitude dos donos, a sua permanência ou abandono nos maus hábitos que obstam ao melhor entendimento entre homens e cães.

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