Neste
cantinho guardado à beira mar, na Primavera e no Verão, os insectos voltam em
força, facto há muito conhecido pelas aves migratórias insectívoras que todos
os anos nos visitam, vindas de toda a parte rumo ao Mediterrâneo, como é o caso
das andorinhas que se vêem obrigadas a atravessar o Deserto do Sahara. A
proliferação de insectos voadores nestas Estações do Ano é muito elevada,
havendo-os de muitas espécies e de diferentes graus de perigosidade, tanto para
as pessoas como para os animais, merecendo especial atenção aqueles cujas
picadas, para além de urticária, podem causar choques anafilácticos nas suas
vítimas. Destacam-se entre eles as vespas e as abelhas, quer sejam autóctones,
híbridas ou invasoras, assim como alguns insectos terrestres de picada dolorosa
e idêntico efeito. Importa dizer sobre as vespas que cada vez são mais e de
diferentes espécies, já que às comuns que por cá havia se juntaram a asiática e
a gigante japonesa, insectos maiores, mais aguerridos e com maior ferrão,
contribuindo todas a morte dos enxames das abelhas.
Algo
novo está a suceder com as abelhas por toda a Europa: estão a abandonar as
florestas e os campos e a enxamear nas cidades, onde livres dos pesticidas que
devastaram e continuam a devastar a flora silvestre, encontram flores limpas
para se saciarem, alcançando com isso melhor mel do que o obtido nas zonas
rurais, muito embora a migração das abelhas em Portugal se fique mais a dever à
desertificação, ao desmatamento e ao calor que obrigam à procura de alimento,
sucedendo ciclicamente casos resultantes do excesso de população nas colmeias,
como sempre sucedeu. Por via disto ser proprietário ou morar perto de um jardim
pode ser uma ameaça para a sua saúde e do seu cão, que poderão vir a ser
ferrados inadvertidamente, particularmente se ambos forem alérgicos às suas
picadas, confronto que a ninguém serve, porque sofrem as picadas e as abelhas
acabam por morrer. Uma das coisas que mais atrai estes insectos nos dias de
maior calor é a procura de água, que geralmente encontram nos bebedouros dos
cães e debaixo de torneiras mal vedadas, situações que exigem cuidado e devem
ser ultrapassadas para a supressão dos riscos.
Temos como prática e disso fazemos conselho,
proteger os cães na Primavera e no Verão com as pipetas, com as coleiras
antiparasitárias e repelentes de insectos, reforçando-as ordinariamente nos
dias de maior calor ou nos passeios ao campo com uma pulverização dum produto
próprio para esse fim, de uso humano ou animal, cujo princípio activo seja
compatível com o presente na coleira. Em simultâneo, aconselhamos o uso de um
stick ou spray repelente de insectos para os condutores caninos em excursão. Há
poucos dias atrás, uma família residente em Santa Ana, Califórnia/USA, perdeu
os seus três Pastores Australianos devido a um ataque de abelhas, dando com
eles mortos ao chegar a casa, animais que eram tratados como filhos por não
terem nenhum, o que lhes causou profundo desgosto. Infelizmente, nenhum cão em
Portugal está livre de lhe suceder o mesmo, o que torna a prevenção obrigatória
diante de casos destes. Meio enxame em fuga atrás de uma rainha velha, que não
usou enfrentar a nova dentro da colmeia, é mais do que suficiente para matar
uma criança ou um cão se porventura lhes cair em cima (não terão melhor sorte
se forem também atacados por um enxame de vespas). A situação requer dos donos
atenção e cuidado, para não irem de charola para o veterinário, com o cão
inchado e debaixo de um choque anafiláctico. E porque estamos na Primavera e
importa proteger cães e donos, convidamos os nossos leitores para a leitura do
texto “ALERTA
VÍBORA: PROCEDIMENTOS ESCOLARES E DOMÉSTICOS”,
editado neste blog em 28/01/2010.
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