quinta-feira, 16 de abril de 2015

COMO SERÁ O CÃO DO FUTURO?

Eu não sou visionário, nós não somos visionários, será que você é? Talvez seja como nós, que alvitramos o cão do futuro face às tendências do presente, pondo nisso, inevitavelmente, as nossas próprias expectativas, desejos que sendo universais tardam em chegar. Estamos em crer que o cão do futuro não será mais um lupino carregado de músculos, esfaimado de sangue, bem artilhado de dentes e pronto a morder em tudo e em todos. E dizemos isto porque cada vez mais se respeitam os direitos humanos e os animais, porque a humanidade, apesar de alguns retrocessos, tende para a formação de sociedades mais justas, o que tornará os cães de guerra obsoletos diante da escassez e novidade de guerrear.
Exceptuando os cães de terapia e salvamento, cujo número aumentará consideravelmente, os cães do futuro serão maioritariamente pequenos e animais de companhia, parceiros do dia-a-dia sem maiores atribuições, o que já acontece hoje nas grandes urbes, onde o espaço falta e o stress aumenta, cães melhor adaptados para o convívio humano e próprios para os desafios das grandes metrópoles, onde os abandonados deixarão de ser vistos.
Virá o tempo e não tardará muito, em que se farão museus dedicados aos cães, onde repousarão para sempre os acessórios por eles utilizados e o registo da sua contribuição para o progresso da humanidade, enquanto companheiros sempre presentes nos momentos mais importantes da nossa história, ao serem cobaias, soldados, terapeutas, confidentes, guardiões, caçadores, pastores, prospectores, auxiliares de muita gente e guias de cegos. Não irão faltar monumentos em sua honra e a palavra amizade far-se-á presente em todos eles, porque jamais um animal se prestou a tanto por tão pouco.
A endogamia e a consanguinidade serão finalmente banidas das distintas raças caninas, as doenças por elas provocadas serão despistadas e banidas - o cão alcançará maior longevidade. Surgirão novas raças mais próximas da selecção natural e distantes das actualmente manuseadas pelo homem, notoriamente mais equilibradas, mais dóceis e amigas das crianças. Nós queremos acreditar nisso, porque se de outra forma não aprendermos, os erros do passado e do presente servirão de lição aos que vierem.
Já libertámos os burros da canga, não nos custa acreditar que os cães terão melhores dias, que finalmente serão olhados como são: companheiros inestimáveis. Estamos certos? Só o futuro o dirá! Até lá e enquanto cá andarmos, tudo faremos para suavizar a sua caminhada ao nosso lado, instruindo os homens para que melhor os compreendam.

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