Saiu
recentemente o livro em inglês “The Dog in the Dickensian Imagination”, da
autoria de Beryl Gray, editado pela Ashgate Publishing, na série Nineteenth
Century. A obra, como o próprio título indica, reporta-se à profunda influência
dos cães na prosa e no pensamento de Charles Dickens, romancista e ímpar
contador de histórias da época vitoriana, de quem quase toda a gente já ouviu
falar, nem que seja pela adaptação dos seus romances para o cinema, como são os
casos de “David Copperfield” e “Oliver Twist”, películas aclamadas e
intemporais, onde a crítica social empresta à ficção a dura realidade do Sec.
XIX, altura de grandes mudanças e descobertas científicas que irão mudar o
mundo para sempre e que servirá também de embrião para as actuais raças
caninas.
O tema é
de manifesto interesse antrozoológico e a sua leitura agradável, desenvolvido
num inglês descontraído e irrepreensível, isto segundo os esparsos excertos a
que pudemos deitar mão, o que nos aguçou o apetite e leva-nos a pedir à Joana
que o compre, leia e depois que no-lo empreste, muito embora julguemos possível
adquiri-lo pela da Internet. Recomendamos esta leitura para a família e para
todos os que se interessam pelo abrangente panorama canino. Entendemos que o
livro é uma mais-valia para os estudantes de língua inglesa e presta-se para os
pais que necessitam de desenferrujar o seu inglês, para que não lhes suceda o
que acontece à maioria dos espanhóis, que quando obrigados a falar a língua de
Shakespeare, parecem fazê-lo com um palito enfiado nos dentes. Para melhor
compreender este livro de Beryl Gray, vale a pena ler a crítica de Claire
Tomalin no diário “The Guardian”, uma ensaísta renomada e devotada “dickensiana”.
“The Dog in the Dickensian Imagination” é a leitura que recomendamos para este
mês, agora que russos e ucranianos andam à bordoada e que a guerra parece
eminente na Europa. Queira Deus que não! Ao ler este livro, estamos a usufruir
e a fomentar a paz que nos resta e que tanta falta nos faz.
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