quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

UM LIVRO QUE VALE A PENA LER

Saiu recentemente o livro em inglês “The Dog in the Dickensian Imagination”, da autoria de Beryl Gray, editado pela Ashgate Publishing, na série Nineteenth Century. A obra, como o próprio título indica, reporta-se à profunda influência dos cães na prosa e no pensamento de Charles Dickens, romancista e ímpar contador de histórias da época vitoriana, de quem quase toda a gente já ouviu falar, nem que seja pela adaptação dos seus romances para o cinema, como são os casos de “David Copperfield” e “Oliver Twist”, películas aclamadas e intemporais, onde a crítica social empresta à ficção a dura realidade do Sec. XIX, altura de grandes mudanças e descobertas científicas que irão mudar o mundo para sempre e que servirá também de embrião para as actuais raças caninas.
O tema é de manifesto interesse antrozoológico e a sua leitura agradável, desenvolvido num inglês descontraído e irrepreensível, isto segundo os esparsos excertos a que pudemos deitar mão, o que nos aguçou o apetite e leva-nos a pedir à Joana que o compre, leia e depois que no-lo empreste, muito embora julguemos possível adquiri-lo pela da Internet. Recomendamos esta leitura para a família e para todos os que se interessam pelo abrangente panorama canino. Entendemos que o livro é uma mais-valia para os estudantes de língua inglesa e presta-se para os pais que necessitam de desenferrujar o seu inglês, para que não lhes suceda o que acontece à maioria dos espanhóis, que quando obrigados a falar a língua de Shakespeare, parecem fazê-lo com um palito enfiado nos dentes. Para melhor compreender este livro de Beryl Gray, vale a pena ler a crítica de Claire Tomalin no diário “The Guardian”, uma ensaísta renomada e devotada “dickensiana”. “The Dog in the Dickensian Imagination” é a leitura que recomendamos para este mês, agora que russos e ucranianos andam à bordoada e que a guerra parece eminente na Europa. Queira Deus que não! Ao ler este livro, estamos a usufruir e a fomentar a paz que nos resta e que tanta falta nos faz.

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