Quase sem darmos por isso, os cães continuam a ir
para a guerra, a ser heróis e vítimas como os soldados que os acompanham,
fazendo-se presentes em quase todos os conflitos que deflagram no Globo, mesmo
naqueles de combates mais encarniçados, auxiliando os esforços de guerra das
nações beligerantes e poupando vidas humanas. Recentemente, foi condecorado
outro canino como herói de guerra, o Cão Pastor Alemão Athos, de 4 anos de
idade, conduzido por Rostislav Bartončík, adestrado para a detecção de bombas,
destacado para o Afeganistão e pertencente ao Exército Checo, onde a 30 de
Setembro de 2012, na província de Logar e dentro da Base Aérea onde se
encontrava aquartelado, foi severamente ferido por um míssil lançado pelos
Taliban, que deflagrou sobre o seu canil. A recuperação do Athos foi morosa e
não dispensou algumas intervenções cirúrgicas, ficando a dever-se ao empenho
dos médicos norte-americanos, que o trataram de modo inexcedível, tanto no
terreno como na Base Aérea de Ramstein (Alemanha), para onde foi transferido
depois, tratando-o como herói de guerra e pondo os seus cães à disposição para
as necessárias transfusões sanguíneas, ainda que no início duvidassem da sua
sobrevivência.
Ao
regressar à República Checa, o Athos foi condecorado como herói de guerra pelo
Ministro da Defesa, Vlastimil Picek, que enalteceu a participação dos Cães de Guerra como
“amigos insubstituíveis dos soldados”, já que nenhuma das mais avançadas
tecnologias se presta à sua substituição. O Athos recebeu como recompensa uma
condecoração, uma nova coleira de couro e um suculento osso de búfalo,
sendo-lhe concedido o estatuto de veterano de guerra em função das suas lesões.
Caso consiga vencer as provas a que irá ser submetido, não se manifestando
danos permanentes, o cão será novamente reintegrado nas fileiras (melhor seria
que o dispensassem!). O Athos é mais um entre milhares, que continua a
engrossar a lista dos heróis militares caninos, onde ao longo de um século, os
Pastores Alemães se destacaram pela sua abnegação, variedade de missões e
serviços, enquanto “mosqueteiros” às nossas ordens. E nesse sentido, Athos é um
nome que assenta como uma luva para qualquer cão. Graças ao sucedido e à
extraordinária recuperação empreendida pelo cão, o Sargento Rostislav Bartončík
saltou do anonimato, segundo a velha máxima: “há males que vêm por bem”.
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