Para que não restem dúvidas e para quem ainda não compreendeu, a ruína
dos países arrolados pela presente crise económica, deve-se à necessidade de
riqueza dos países exploradores e dominadores, que vão mantendo a sua hegemonia
à custa de dívidas programadas, impondo sem qualquer pejo a austeridade aos
outros, que são obrigados a aceitá-la pela subserviência e vassalagem dos seus
regimes corruptos, como é o nosso caso, onde sobram políticos fantoches e
vendidos, tal qual assassinos a soldo. Dirão os adeptos das “meias tintas”,
repasto essencial para quem nos mata, que o termo “assassinos” é demasiado,
porque não se rebelam contra a corja e contra a canga que a todos induz à morte
inglória, ainda que estejam na mesma fila pró matadouro, a contar quantos têm na
frente, esperançados que a matança cesse antes de chegar a sua vez. E se
sobrarem dúvidas quando à natureza destes governantes, vale a pena perguntar:
quem obrigou os pais a resgatarem os filhos pelos trilhos da emigração? Quem
deixa os velhos à sorte e sem medicamentos? Quem lhes emagreceu as suas já magras
reformas? Quem fomentou o desemprego? Quem condenou as famílias à míngua? Quem encerrou escolas e quem deixa morrer os doentes nos hospitais sem
assistência?
Provavelmente os “vendilhões de sonhos”, os mesmos que engordam como
nunca, que escapam às malhas da justiça e que pactuam com toda a sorte de
usurários, especuladores e vigaristas! Sim, os campos de extermínio estão de
volta, são auto-sustentáveis como os do passado e menos dispendiosos, porque os
juros são pagos até que cada um morra no seu próprio canto, cabendo aos que
estão ao seu lado despachá-lo pelos meios ao seu dispor. Dirão ainda que
estamos diante dum processo natural, o que não nos suscita qualquer dúvida,
diante da doutrina evolucionista, da lei do mais forte e do retorno à eugenia
negativa pelo poder económico. Seremos cães, apesar de os haver com melhor
sorte? Mais depressa se sociabilizarão mil cães entre si do que se ensinará a
fraternidade a um só homem!
Nenhum regime ou modelo político será capaz de valer aos homens por
igual, sem que primeiro haja uma revolução dentro de cada um de nós, que nos
permita entender os outros como parte integrante de nós mesmos, modelo de vida
que tardamos em aceitar e que há muito foi revelado. Se eu tiver dois cães e
não interferir no seu relacionamento, um não subjugará o outro? Assim procedem
também os homens nas suas politiquices! Se a sociabilização canina é garantida
por um modelo que lhe é externo e que advém do concurso da liderança, do mesmo
modo, a fraternidade entre os homens necessitará de um modelo para além dos
seus percalços, diante do qual todos seremos aceites ou rejeitados, sendo todos
ao mesmo tempo devedores por idêntica condição, o que nos projecta para a
Pessoa e Obra de Jesus Cristo – o autor da nossa salvação, Aquele que disse: Eu
sou o caminho, a verdade e a vida. Só o modelo Divino poderá libertar-nos de
toda a injustiça, a que sofremos e a que provocamos, perdoar e suportar os
algozes do presente, procurar a fraternidade, valer a este mundo e acreditar
num mundo vindouro incomparavelmente melhor.
Sem comentários:
Enviar um comentário