Ao longo
dos anos temos mantido sete princípios éticos nas nossas fileiras, que
associados à opção pelo reforço positivo e ao uso dos princípios fundamentais
da pedagogia geral de ensino, têm vocacionado o nosso empenho para o sucesso,
são eles: a humildade para aprender, a devoção ao trabalho, o ânimo constante,
o apego aos procedimentos, a inteligência para ver os erros e operar a sua
correcção, a empatia com os animais e a tolerância para com os seus erros, que
uma vez tornados regras, garantem a transmissão e o desenvolvimento cognitivo,
o alcance dos benefícios do trabalho, o domínio da técnica, a alegria
transmitida pela carga anímica, o equilíbrio entre a emoção e a razão, o
encontro pronto das soluções, a compreensão do modus operandi canino, das suas
necessidades e consequentemente do seu auxílio. Apesar de obrigatória, a
transmissão e apropriação destes princípios não é tarefa fácil, e não o é por
três razões: porque toda a gente se julga entendida em cães, porque a opção
canina resulta maioritariamente de um apelo emocional e porque sempre subsistem
condutores necessitados de alento ou de travamento.
E se
somarmos a isto o conceito errado de que o treino canino é só para os cães, as
dificuldades de adaptação dos donos, a formação de que foram alvo, os
transtornos que patenteiam, a resistência à autoridade, a ausência de liderança,
o desprezo pelo pragmatismo, o comodismo e a disparidade do seu background
cultural, não querendo deixar ninguém para trás, compreendemos quão difícil é
adestrar e conduzir homens, sem lhes quebrar a motivação para alcançarem o que
desejam, algo bem para além da qualidade dos cães que conduzem e que
normalmente induz ao seu subaproveitamento. Diante deste panorama, só nos resta
equipar os homens para que sejam seguidos pelos cães, o que seria praticamente
impossível sem a contribuição de princípios éticos próprios. Treinar cães exige
mudança e a maior fatia dela recai sobre os seus donos ou condutores.
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