quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

VERSO E REVERSO DO PAQUISTÃO

 

É do conhecimento público que paquistaneses e indianos produzem grandes cérebros, indivíduos de inteligência superior que acabam por ser recrutados para as mais diversas áreas do conhecimento, encaminhados para a investigação, requisitados para o progresso das mais variadas ciências e seduzidos pelas grandes multinacionais. Mas quando olhamos para a Índia e para o Paquistão, o que vemos? Coisas inacreditáveis, miséria nunca vista! No Paquistão, após a morte “acidental” de uma criança com dois anos de idade, o debate sobre o combate anti-rábico estoirou no país. Várias crianças comeram bolinhos de queijo envenenados destinados a cães vadios na cidade de Karachi, no sul do país, segundo disse Shah Jahan, um polícia local. A morte da criança aconteceu na passada segunda-feira e gerou um novo e acalorado debate no país sobre se as autoridades paquistanesas deveriam continuar a matar cães vadios para prevenir mortes por raiva, já que as bolas de queijo são usadas com esse propósito.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 5.000 pessoas morrem de raiva a cada ano no país de cerca de 220 milhões de pessoas - muitas delas em áreas remotas onde nenhuma vacina está disponível. Para prevenir a propagação da raiva, as administrações locais matam cerca de 50.000 cães vadios todos os anos em grandes cidades do Paquistão. De acordo com estatísticas oficiais, eles são abatidos a tiro ou induzidos a comer veneno embalado em alimentos. No total, o número de cães vadios estimado pelas autoridades é de três milhões. Veterinários e activistas dos direitos dos animais pediram o fim das matanças e respeito pelos direitos dos animais. "É doloroso ver pessoas a morrer de raiva, mas a matança cruel de cães é igualmente repreensível", disse o veterinário Naseem Salauddin, que dirige um projecto em Karachi para castrar e vacinar cães vadios em Karachi.

De que esperarão as autoridades paquistanesas para pedirem ajuda internacional para o problema, uma vez que não conseguem resolvê-lo sozinhas? Porque não apelam a todas santas ONG’s dispostas ajudá-las? Porque não empreendem uma campanha massiva de vacinação anti-rábica, face ao grave problema de saúde pública que enfrentam? Não terão dinheiro para as vacinas? Quanto valerá um paquistanês? Precisarão de morrer mais crianças? A par de cérebros ilustres, o Paquistão tem milhões de miseráveis, como se o sol para aquelas bandas fosse apenas para um grupo de iluminados. Onde teriam as suas autoridades a cabeça quando se lembraram de envenenar cães com bolinhos de queijo, com tanto analfabetismo, elevado número de pessoas abaixo da linha da pobreza e crianças a brincar nas ruas? Muitos entre nós dirão: “Eles são tantos que menos um não lhes fará diferença!”, ao que eu contraponho: servirá isso de consolo à mãe enlutada? 

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