Uma
nova pesquisa afirma que os esforços para erradicar uma doença parasitária
humana estão a ser prejudicados por cães que comem peixes infectados. A doença
do “VERME DA GUINÉ”
(Dracunculiasis, também conhecida como Guinea-worm disease) é geralmente contraída
quando se bebe água que contém pulgas d’água, micro-crustáceos que carregam as
larvas do parasita. Os vermes acasalam dentro do corpo humano e após 10 ou 14
meses, o verme adulto com 1 metro de comprimento emerge dos braços ou das
pernas para soltar as suas larvas de novo na água. Os programas de erradicação
levados a cabo reduziram os casos humanos do Verme da Guiné de milhões por ano
nos anos 80 para apenas 27 em 2020, o que tornaria o Verme da Guiné na segunda
doença humana a ser erradicada depois da Varíola. Quando a sua irradicação
parecia estar próxima, descobriu-se que os cães domésticos também abrigam o
parasita. O controlo direccionado da doença descobriu em 2020 que 93% dos
vermes da Guiné detectados em todo o mundo estavam em cães no Chade, na África
Central.
Uma pesquisa da Universidade inglesa de Exeter, publicada anteontem na revista Current Biology, revelou uma nova via de transmissão do parasita - os cães que comem peixes e que carregam as larvas do parasita, o que significa que estes animais mantêm o ciclo de vida do parasita e podem transmitir a doença aos humanos. Os pesquisadores trabalharam durante um ano em várias aldeias das mais afectadas ao longo do rio Chari, no Chade, rastreando centenas de cães com etiquetas de satélite para analisar os seus movimentos e revelar as suas dietas ao longo do ano, usando a análise forense de isótopos estáveis no focinho dos cães. Grande parte dos peixes comidos pelos cães - geralmente tripas e peixes mais pequenos - é descartada pelos pescadores quando pescam no rio e nas suas lagoas.
Sem comentários:
Enviar um comentário