Carapeguá,
toponímico que tem tudo para ser de origem indígena (Guarani?), é um município
paraguaio cuja economia assenta sobre a agricultura e a pecuária, pertencente
ao Departamento de Paraguarí. Deste município rural paraguaio mui raramente se
ouve falar, pois é daqueles que só vêm à baila por causa de alguma calamidade.
Desta vez a desgraça veio-lhe de um cão pilha-galinhas nocturno, cujos estragos
obrigaram 17 famílias lesadas a apresentar queixas-crime na delegacia de Potrero,
conforme anunciou o canal de televisão “Telefuturo”. As queixas apresentadas
não foram só contra desconhecidos, mas também contra um tal de Sixto Guillermo
Figueredo, suposto dono do animal, que o homem nega ser seu, segundo fez saber
na 5ª Delegacia de Carapeguá.
Os
cidadãos lesados pediram então às autoridades que encontrassem o dono do cão
responsável pela morte de dezenas de galinhas para os compensar dos prejuízos económicos
sofridos com o suposto assassinato daquelas aves. Uma das lesadas disse a
propósito: “Esta manhã, quando fui para alimentar as minhas galinhas, percebi
que só tinha três.” Outra adiantou: “A situação é muito difícil porque somos
pobres e alimentamos as galinhas para nosso sustento e não do cão.” Outra das
vítimas foi mais contundente ao dizer: “Temos evidências disso, veja como ele
come as galinhas. Não somos mentirosos, não estamos dizendo inverdades”,
mostrando em simultâneo fotos de como acabaram algumas das suas galinhas,
aparentemente mortas pelo cão.
Entretanto,
algumas das vítimas estão a pedir ao suposto dono do cão que lhes compre novos pintainhos
para expandirem as suas capoeiras, donde tiram parte do seu sustento diário. O
homem identificado como dono do cão assassino, continua a negar ser seu dono e
sugeriu aos vizinhos que matassem o animal, o que ainda aumentou a ira dos
moradores locais seus vizinhos. Cansaços da situação, os donos das galinhas
pedem às autoridades que tomem as providências necessárias para encaminhar as
denúncias para o Ministério Público, no intuito de responsabilizar o dono do
cão. Quando questionadas, as autoridades da 5ª Delegacia de Carapeguá disseram
que o caso já havia sido denunciado ao Ministério Público e à Justiça.
Se não todo, pelo menos parte, por força dos brasileiros que lá estão, é possível que o Paraguay venha a ser mais cedo ou mais tarde o 27º estado do Brasil ou uma Nova Helvetia (Neue Schweiz) na América do Sul, atendendo a que a maioria dos brasileiros ali radicados é de origem alemã e não faltam naquelas paragens germano-paraguaios. Ironias à parte, o Paraguay actual tem profundas assimetrias sociais, tem falhado estrondosamente nas suas políticas agrárias, está a desbaratar os seus recursos, a esterilizar os seus campos e a envenenar a sua própria água através de pesticidas utilizados em culturas intensivas. Poderão os paraguaios reverter esta situação? Tomara eu que resolvessem o problema do cão – sempre seria um começo!
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