Usa-se
e abusa-se do termo “discriminação”, muitas vezes até onde ela não existe e
onde existe, nem se chega a falar dela. Ao dar uma leitura rápida nos jornais
irlandeses que têm uma secção sobre animais, fiquei chocado e profundamente
revoltado quando reparei que a IGDB
está a sortear um Ford Focus para subsidiar a sua actividade em prol dos cegos
irlandeses, estando para o mesmo fim a IRISH
GUIDE DOGS FOR THE BLIND a vender árvores de Natal. Este “estender
de mão à caridade” envergonha-nos tanto quanto um pedinte à porta de uma igreja,
ainda mais na época que atravessamos. Os invisuais e os deficientes visuais não
podem ser discriminados ao ponto de verem surripiados os seus direitos e
apoios, nem tão pouco cair no nosso esquecimento, porque são da
responsabilidade de todos, logo dos governos que nos cobram impostos.
As escolas de cães-guia, ao invés de pedir, deviam exigir dos governos a sua total subsistência enquanto entidades de utilidade pública, porquanto trabalham eficaz e decisivamente para a integração dos deficientes visuais na sociedade, tornando-os menos dependentes e consequentemente mais activos, válidos e felizes. Cobram-nos dinheiro por tudo e por nada, e pouco ou nada chega onde devia de chegar. No final das contas, não sei quem é mais cego, se aqueles que não veem ou os que não querem ver. Lutar pelos direitos dos cegos é uma obrigação de todos nós e a posse de um cão-guia é um direito inalienável para quem precisa dele. Já é tempo de acabar com os peditórios, porque doutra forma esta pedinchice acabará também por chegar ao GoFundMe.
Sem comentários:
Enviar um comentário