quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

VERGONHA, NÁIRE AND SHAME

 

Usa-se e abusa-se do termo “discriminação”, muitas vezes até onde ela não existe e onde existe, nem se chega a falar dela. Ao dar uma leitura rápida nos jornais irlandeses que têm uma secção sobre animais, fiquei chocado e profundamente revoltado quando reparei que a IGDB está a sortear um Ford Focus para subsidiar a sua actividade em prol dos cegos irlandeses, estando para o mesmo fim a IRISH GUIDE DOGS FOR THE BLIND a vender árvores de Natal. Este “estender de mão à caridade” envergonha-nos tanto quanto um pedinte à porta de uma igreja, ainda mais na época que atravessamos. Os invisuais e os deficientes visuais não podem ser discriminados ao ponto de verem surripiados os seus direitos e apoios, nem tão pouco cair no nosso esquecimento, porque são da responsabilidade de todos, logo dos governos que nos cobram impostos.

As escolas de cães-guia, ao invés de pedir, deviam exigir dos governos a sua total subsistência enquanto entidades de utilidade pública, porquanto trabalham eficaz e decisivamente para a integração dos deficientes visuais na sociedade, tornando-os menos dependentes e consequentemente mais activos, válidos e felizes. Cobram-nos dinheiro por tudo e por nada, e pouco ou nada chega onde devia de chegar. No final das contas, não sei quem é mais cego, se aqueles que não veem ou os que não querem ver. Lutar pelos direitos dos cegos é uma obrigação de todos nós e a posse de um cão-guia é um direito inalienável para quem precisa dele. Já é tempo de acabar com os peditórios, porque doutra forma esta pedinchice acabará também por chegar ao GoFundMe. 

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