Gregório
Byington Duvivier, humorista, roteirista e escritor brasileiro, disse no canal português
de televisão SIC
NOTÍCIAS que “Os portugueses são mais difíceis de fazer rir do
que os brasileiros, são um pouco mais sérios. Por outro lado, riem de coisas
que eu nunca imaginaria.” Existem de facto muitas diferenças entre portugueses
e brasileiros, não tanto sanguíneas, mas resultantes em primeira mão dos
estigmas próprios de uma colonização relativamente recente. Convém dizer que o
célebre “GRITO DO IPIRANGA”,
só vai fazer 200 anos a 7 de Setembro do próximo ano. A procura e a exaltação
das diferenças interessa às duas partes, quando uma se quer mostrar superior e
a outra livre do jugo, o que à luz da razão e do tempo é tão fútil quanto
estúpido.
Agora, que as nossas pequenas vilas ao redor das grandes cidades (dormitórios) se encontram apinhadas de brasileiros, que se multiplicam inclusive mais rápido que os portugueses, e que o fascínio pelas então desconhecidas gentes das Terras de Vera Cruz já passou, como passou para os brasileiros aqui residentes o encanto pela Europa, a relação entre ambos continua a transpirar uma ainda enraizada experiência colonial comum. Ordinariamente, os portugueses temem que os brasileiros lhe “passem a perna” e os brasileiros sentem-se invariavelmente xingados pelos portugueses, como se os primeiros fossem ainda senhores dos brasileiros (de outra casta) e estes vivessem ainda numa sociedade esclavagista. Os mais boçais de um e outro lado irão manter ao longo das suas vidas estes comportamentos e tal boçalidade, que outros chamam elegantemente de chauvinismo e confundem com patriotismo, só se dissipará com a força libertadora do passar dos séculos.
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