Como
são lindos os sonhos de criança, talvez porque não passam de simples sonhos que
a realidade pouco a pouco e sem complacências vai destruindo. Em criança
sonhava em ir viver para uma idílica ilha deserta na companhia de
animais e fazer uma jangada, numa altura em que ainda não tinha ouvido falar de
um tal Daniel Defoe, que já tinha posto por escrito aquilo que eu imaginava
antes de adormecer. Talvez por causa deste sonho tenha corrido o mundo, mas a
tal ilha deserta que queria para mim, nunca a encontrei, a companhia dos
animais jamais a deixei e quanto à jangada que queria construir, acabei por
fazê-la bem maior, tal qual a Arca de Noé, ao abrir uma escola para corrigir
donos e valer aos cães. Exactamente como muitos meninos da sua idade (6 anos), Avery
Dunphy, morador em Las Cruces, Condado de Doña Ana, no Estado norte-americano do
Novo México, sonhava em ser bombeiro, desejo que lhe foi precocemente extorquido
junto com a sua própria vida.
Segundo o relatório da polícia, um pouco antes das 10 horas do passado dia 22 de novembro, quando Avery Dunphy estava a brincar no exterior com o seu avô, afastou-se por um período de sensivelmente 10 minutos e foi vaguear pela propriedade dos seus avós, indo parar a uma área cercada onde criavam cães. O menino acabou por sofrer graves ferimentos causados pelos animais, incluindo cortes no pescoço e no peito (deviam ser de uma raça simpática). Acabaria por morrer ao chegar a um hospital em El Passo, no Texas, para onde foi levado de helicóptero. Uma investigação preliminar sugere que o incidente foi um acidente. Um membro da família do falecido menino, daqueles pessoas só veem o que querem ver, disse ao canal de televisão TV KVIA que a sua “vida precisa de ser celebrada por não ter morrido em vão”, sentença com a qual discordo em género, grau e número – plenamente – porque estamos a falar de um homicídio involuntário, já que alguém não tinha aqueles cães devidamente apartados e encerrados. Avery jamais será bombeiro ou outra coisa qualquer, foi cortado pelos cães e ceifado pela morte - R.I.P. - urge cuidar das crianças!
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