sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

BOCK: UM GRANDE BERBICACHO

 

O CPA Bock, agora com 14 meses, apresenta uma divergência de mãos raramente vista, provavelmente de origem congénita, que não lhe tira a alegria, mas que o impede de saltar normalmente, sendo em simultâneo piegas e pouco dado a desafios, dando a impressão de ser muito mais velho por querer e não poder (ser ansioso) e cansar-se em demasia. O seu recurso ao gemer não provém de nenhuma razão dolorosa, mas do facto de ser o primeiro cão dos seus donos, um casal sem filhos, inexperiente e com muito amor para dar, que por desconhecimento, acabou por instalar no animal este tipo de comportamento e manifestação, tornando-o simultaneamente carente e dependente, associando à anomalia física, como seria de esperar, um carácter pouco resiliente. Para agravar a situação, sempre teve a sua tigela de comida no chão e raramente circulou em marcha com os seus donos como seria desejável (neste caso imperativo), uma vez que não tinham propensão para isso e o animal nunca os largava (compreende-se). O desaproveitamento da fase de maior plasticidade anatómica do animal acabou por ratificar o seu problema morfológico.

Diante do que disse acima, uma pergunta de imediato se levanta: o que terá o adestramento para lhe dar? Podia formular a questão de outro modo – o que fazer com ele (o cão) – mas penso que a primeira questão é pedagogicamente mais correcta e menos ofensiva. Do ponto de vista físico importa diminuir-lhe a desproporção entre a espádua e a garupa; dotá-lo de maior mobilidade; robustecer a sua marcha, trabalho que deverá ser feito em piso térreo para diminuir os impactos ao solo; convidá-lo para vencer pequenas rampas e desafiá-lo para passagens estreitas, onde será induzido a colocar as suas mãos correctamente para não entrar em desequilíbrio (o Extensor de Solo opera maravilhas neste caso). A recuperação absoluta da sua menos valia e incapacidade infelizmente já não é possível, mas o condicionamento pode e deve suavizá-la. Quanto a saltos e obstáculos, para não se agravar o problema e causar traumas, nunca deveremos convidá-lo para valores acima dos naturais, a saber, verticais até 60cm de altura e extensores até 180cm, feitos esporadicamente e nunca de modo repetitivo.

As vitórias operadas pela melhoria da sua condição física levarão este cão a ser mais confiante e seguro, a vencer a instabilidade que o levava ao queixume (gemer), à aquisição de um porte próprio do seu género e ao natural desenvolvimento da sua territorialidade, melhorando assim e substancialmente o seu bem-estar, saúde e longevidade. O que o adestramento tem para dar ao Bock é vida!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

RANKING SEMANAL DOS TEXTOS MAIS LIDOS

 

O Ranking semanal dos textos mais lidos obedeceu à seguinte preferência:

1º _ OS CÃES NÃO SERÃO BEM-VINDOS ESTE NATAL ÀS MONTANHAS KERRY, editado em 22/12/2021

2º _ SÓ VÃO ATÉ ONDE OS LEVAREM, editado em 22/12/2021

3º _ AS 5 RAÇAS CANINAS MAIS BARATAS NO REINO UNIDO, editado em 23/12/2021

4º _ CARAPEGUÁ: MISÉRIA, CÃES E GALINHAS, editado em 20/12/2021

5º _ A SEMANA DOS TREZENTOS JAPONESES, editado em 24/12/2021

6º _ JÁ NÃO CELEBROU O NATAL, editado em 25/12/2021

7º _ MAIS UM PEQUENO GOLPE NO TRÁFICO DE CÃES, editado em 23/12/2021

8º _ ROUBAR QUEM MAIS PRECISA NA NOITE DE NATAL, editado em 27/12/2021

9º _ VENDIAM CACHORROS DOENTES PELA INTERNET, editado em 15/12/2021

10º _ TOP 10 SEMANAL DE LEITORES POR PAÍS, editado em 24/12/2021

TOP 10 SEMANAL DE LEITORES POR PAÍS

 

O TOP 10 semanal de leitores por país ficou assim ordenado:

1º França, 2º Portugal, 3º Brasil, 4º Canadá, 5º Japão, 6º Estados Unidos, 7º Irlanda, 8º Alemanha, 9º Suécia e 10º Reino Unido.

MORTA AO TENTAR ENTRAR POR UMA JANELA

 

Uma senhora que tentava entrar por uma janela do quintal de sua casa em East Valinda, no Condado de Los Angeles, foi fatalmente atacada pelos 4 cães da família, sofrendo o seu filho de 6 anos apenas ferimentos leves, segundo disseram as autoridades locais ontem, dia 29 de dezembro. A referida senhora, que morava na casa de uma cunhada, esqueceu-se da chave e na altura ninguém se encontrava naquela residência, situada no quarteirão 18.000 da rua Elizondo, segundo adiantou o Xerife David Petrocelli, que disse ainda que “os cães conheciam a criança, mas não a mãe”. Não se sabe ao certo o motivo daquele ataque nem o que obstou ao reconhecimento da vítima por parte dos cães, cujas raças se desconhecem até este momento.

O ataque ocorreu anteontem, terça-feira, dia 28 de dezembro, antes das 18h00 locais (02h00 do dia 29 em Portugal). Os ajudantes do Xerife ouviram os cães a ladrar e uma mulher deitada no quintal, vindo a encontrar a criança na casa de um vizinho. Segundo disse o Xerife, foram usadas mangueiras dos bombeiros para afastar os cães da vítima, que apresentava ferimentos graves na cabeça e num braço, sendo levada para o Pomona Valley Hospital Center, onde acabaria por morrer. Os cães foram entregues ao cuidado do Departamento de Controlo e Cuidado Animal do Condado, conforme disse Don Belton, seu porta-voz: “Os cães estão em quarentena num de nossos centros de tratamento de animais” e “Esta é uma investigação em andamento e não podemos fornecer informações adicionais neste momento.”

De acordo com a experiência que tenho, os cães não reconheceram a senhora pela novidade de procedimentos - ao ter tentado entrar pela janela - contrariamente ao que era seu hábito. Os cães, quando surpreendidos, podem atacar os seus próprios donos em situações destas, porque nem todos abordam os desconhecidos através do olfacto, mas sim através do ouvido, que é o que faz a maioria das raças. Uma minoria delas faz a abordagem através do olfacto e raramente se engana mesmo que o seu dono venha vestido de Pai Natal e faça menção de subir para a varanda do 1º andar. Se por algum motivo se vir numa situação destas, obrigado a saltar um muro, a escalar uma cerca ou a entrar por uma janela e tiver um ou mais cães dentro de casa, a primeira coisa que tem a fazer é chamá-los pelo nome para que o reconheçam e serenem. Por esta razão e por outras ligadas à nossa segurança e do próprio cão, nunca divulgamos o seu nome na rua e entre estranhos.

BAILANDO SOBRE UMA CADEIRA

 

Trabalhar cães na cidade exige alguma criatividade e sentido de oportunidade para se aproveitar aquilo que a urbe tem para oferecer aos binómios, diante da requerida obediência dinâmica e de outras exigências multidisciplinares. Valendo-nos dos dois Pastores Alemães presentes no treino, acabámos por executar um verdadeiro bailado sobre a estátua de uma cadeira, surpreendendo assim os transeuntes daquele recanto. Na foto acima assistimos a um cruzamento frontal e na debaixo a um desnivelado.

Para fecharmos com chave de ouro o nosso bailado, como que a agradecer a quem assistia à nossa alegre actuação, convidámos os cães a saltar, a rodar e a sentar-se em simultâneo, com os donos colocados para trás das linhas de lançamento (condução nuclear). Nada do que fizemos foi destinado ao show ou à propaganda, mas reflectiu a nossa preocupação com o aumento da autonomia dos cães em exercício, porque desejamos e para isso trabalhamos, que os cães consigam trabalhar, no mínimo, a 100 metros de distância dos seus donos (ontem trabalhámos a 5 metros), o que é imprescindível para os cães de guarda que zelam por grandes espaços.

Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Paulo/Bohr e Pedro Rodrigues/Luna. A SRD Keila foi de “vacances” com o pai e a Clarinda ficou sem companheira. Os vídeos são da autoria do Adestrador e a sua transformação em GIFs coube ao Paulo Jorge. O Luís Rodrigues esteve entre nós e breve irá regressar à Suíça onde se encontra a trabalhar. As meninas continuam ausentes, mas a deslumbrante Débora disse que reaparecerá segunda-feira, dia 03 de janeiro. Escusado será dizer que a noite de ontem foi muito bem aproveitada face às metas e objectivos alcançados.

PARA A FRENTE É O CAMINHO!

 

Depois de na segunda-feira termos deixado a CPA Luna à porta de um grande armazém, enquanto o seu dono pretensamente foi fazer compras, hoje optámos por deixá-la quieta e deitada à porta de uma casa secular que em tempos abrigou uma banda musical, enquanto o seu dono aproveitou para dar literalmente a volta ao quarteirão e ver a moda masculina (foto acima). Com o intuito de melhor preparar e capacitar esta Pastora Alemã, o seu líder mandou-a ficar quieta no meio de um conjunto de repuxos decorativos existente numa praça, com as esplanadas cheias, muita gente a passar e tendo também a noite por companheira (foto seguinte). A Luna obedeceu como era esperado e aguardam-na agora novos desafios na disciplina de obediência, porque para a frente é o caminho.

O bom desempenho desta lupina resulta da sua assiduidade e aproveitamento nas aulas, que têm consertado alguma instabilidade inata e alterado alguns comportamentos estranhos e indesejáveis perante aquilo a que a raça se propõe. Atleta de nomeada, protectora fiel e devotada, não há nada que esta cadela de prestação anfíbia não faça, sendo um privilégio treiná-la e vê-la evoluir para além das comuns expectativas. Assim como ontem brilhou à noite, estamos certos que amanhã resplandecerá à luz do dia. 

CORTA!

 

Apesar de não fazermos grande alarde disso, a Acendura Brava tem algum historial de participação em séries televisivas e em publicidade, experiência que nos leva a transmitir aos nossos alunos o saber adquirido no mundo da ficção. Fazemo-lo para valorizar os seus cães, criar-lhes novas oportunidades e prepará-los para a novidade de desafios. No mundo das filmagens há sempre um 1º assistente de realização que funciona como elo de ligação entre o realizador e os actores, cabendo-lhe dar início às cenas (“prontos para gravar…Acção!”), e cortá-las ou encerrá-las (“Corta”). Quando é necessário reiniciar as gravações, porque algo não correu conforme o esperado, logo o 1º assistente diz: “Corta!”

Ontem procedemos a duas “cenas”: a guarda de uma barraca de feira e um pretenso assalto a uma senhora, ambas merecedoras de um “Corta” porque foram mal concebidas pelos binómios, que estão obviamente a treinar para melhorarem as suas prestações. Na guarda da barraca de feira (no GIF seguinte), a cadela CPA Luna reagiu tardiamente, obrigando o ladrão a repetir as suas intenções, simplesmente porque o seu condutor precisava de se encontrar num plano mais elevado para a incentivar prontamente.

Na cena do assalto (no GIF abaixo), que aparentemente, devido ao ângulo da câmera, parece ter corrido bem, o cão tentou primeiro agredir a vítima e só depois o assaltante. Foi por essa razão que o cão foi num primeiro momento puxado para trás do seu condutor. Se na primeira cena faltou incentivo, na segunda faltou travamento, precisando a cadela de maior prontidão e o cão de uma obediência inquestionável, acertos só possíveis pelo rigor, saber e aplicação dos líderes.

Ao encenar estas duas acções, que muito agradaram aos cães, estivemos simultaneamente a treinar para coisas mais sérias. Os donos, por sua vez, participaram alegres nesta representação e simulacro, mostrando-se disponíveis e interessados. Há que agradecer a dona da barraca, que também fez de assaltada, e aos eventuais figurantes. Ontem houve tempo para a ficção e de ensaio para a realidade.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

CERTA VEZ CONHECI UM VELHACO

 

Certa vez conheci um velhaco que era tão mentiroso que nunca falava verdade, nem mesmo para si próprio e que infelizmente não teve bom fim. Conheci-o como criador de uma raça de cães de orelhas erectas, geralmente mal alimentados, muito pouco cuidados e de prestação laboral lamentável. E como se isto não bastasse, este pseudocriador ainda fazia da violência método de ensino. Na vã tentativa de fazer os seus cachorros maiores e com as orelhas em pé mais cedo, o homem, sem dizer nada a ninguém e querendo ser felicitado, começou a administrar aos cachorros um cálcio contra-indicado, recomendado por alguém conhecido e “entendido no assunto”. Daí em diante, os cachorros não só levantavam precocemente as orelhas, como reviravam as suas pontas. Perante tal sobrecarga, os animais diminuíam a sua curva de crescimento, mostravam-se aptos mais cedo, acabavam tragicamente pequenos, com o dorso numa miséria e os rins numa desgraça (sobre o seu final atroz nem vale a pena falar!). E, como diz o povo, que “cesteiro que faz um cesto, faz um cento”, este reputado aldrabão ainda pedia a terceiros que mexessem nos seus cães para depois fazer figura na escola. Sempre pensou que me enganava e eu nunca lhe disse nada, só para o ver feliz e aumentar a sua auto-estima. Lamentavelmente, o clínico que dava assistência aos seus cães parece nunca ter dado pela fraude. Não tenho saudades do indivíduo nem do seu malfadado fim, mas peço encarecidamente a Deus que não me envie mais velhacos!  

PERDEU O HÁLUX DE UM DOS PÉS

 

Em Hellersdorf, localidade alemã no bairro de Marzahn-Hellersdorf em Berlin, anteontem, segunda-feira, pelas 22h55, a polícia e os serviços de resgate de Berlin foram alertados acerca e um homem ferido em Lily-Braun-Strasse na Cecilienplatz em Kaulsdorf Nord. Segundo a polícia e os relatos de várias testemunhas, um cão sentou-se ao redor de uma mesa ocupada por 5 pessoas e foi empurrado por uma delas. O animal reagiu e mordeu o seu opositor, um jovem de 28 anos, numa das bochechas. Após o ataque, o agredido refugiou-se na casa de banho e o cão seguiu-o, acabando novamente atacado. Numa tentativa de afastar o cão, o jovem desferiu-lhe um pontapé e acabou por ficar sem o dedo grande um dos pés (Hálux).

A Polícia Civil, uma ambulância, vários veículos de rádio, um médico de emergência e dois adestradores policiais acorreram ao local. Enquanto as equipas de resgate e uma ambulância tratavam do homem gravemente ferido, os tratadores de cães de serviço dominaram facilmente o cão e conseguiram acalmá-lo, de tal maneira que foi confiscado com açaime posto e conduzido à trela. O jovem de 28 anos foi transportado para o hospital depois de tratado pelos serviços de emergência. Não obstante, 3 dúvidas continuam por esclarecer: quem era o proprietário do cão, uma vez que nenhum dos jovens presentes no local declarou ser seu dono, razão pela qual o animal foi confiscado? Não ficou claro se o cão pertencia àquela residência e se estava ou não registado. A raça exacta do animal ainda está por determinar, mas os primeiros indícios apontam para um “cão de luta”, dos oficialmente listados como perigosos. Mas mais grave que tudo isto é que o dedo decepado desapareceu, apesar de se ter empreendido uma busca imediata no local.

Pela descrição adiantada pela notícia, “cheira-me a esturro” e a gente pouco aconselhável para apresentar à família. O cão mostrou ter uma “garra” imensa, quiçá inversamente proporcional à valentia do agredido, homem que mostrou pouco saber e experiência, provavelmente por estar no lugar errado e na hora errada. Agredir um cão a pontapé como defesa pode não ser a melhor das opções, como ficou provado, porque geralmente quando a perna recolhe traz o cão consigo! Em situações destas, não havendo outros meios ou estratégias mais seguras, só a imobilização do animal resulta, o que obviamente só estará ao alcance de alguns (poucos).

CRUZAMENTOS, SOCIABILIZAÇÃO E CONTRA-ORDEM

 

A foto acima, atendendo à época em que estamos e ao seu cenário, parece típica de um “greetings card”, quando afinal pode não ter nada de inocente quanto ao seu propósito, caso o cão em questão esteja a guardar aquela desengonçada rena ou a treinar para garantir a imobilidade de um alvo. Mas como Natal é Natal e é único, vamos dizer que o cão está ali simplesmente porque o dono o mandou estar ou a treinar o “quieto” incondicional. Cães como o CPA Bohr a tudo se prestam e são peritos em surpreender-nos (o dono também, ainda que por razões inversas). Em termos práticos, o Bohr é um cão próprio para “missões impossíveis”, capaz de se desenvencilhar de situações difíceis e de evoluir onde a maioria dos cães do seu tamanho não é capaz. Ontem, fazendo jus ao bíblico e milenar provérbio “passar o camelo pelo buraco da agulha”, pedimos-lhe que ultrapassasse e retornasse de uma apertada base de candeeiro público elevada sobre um pilar de pedra, conforme ilustra o GIF seguinte (vale a pena reparar no salto agachado e na correcção direccional que é feita pelo animal no retorno, depois de inverter a marcha).

O exercício vale também porque o cão é comandado à distância (condução nuclear) e na frente do seu condutor. Para se aquilatar da sua dificuldade, optámos por um plano de pormenor, que serve perfeitamente para mostrar a exactidão milimétrica do salto efectuado pelo cão (já não há muitos cães assim).

Com a chegada da cachorra CPA negra “Dream” (o José Maria até nem se atrasou muito), optou-se pela execução de vários cruzamentos em obstáculos urbanos, visando a sociabilização da cachorra e a resistência à contra-ordem por parte do Lobeiro adulto (Bohr), porque quando um condutor dizia “abaixo” o outro ordenava “up”, acontecendo as vozes em simultâneo e sendo completamente contrárias uma da outra. E isto porquê? Para que o cão não venha a obedecer a estranhos, mesmo àqueles que possam conhecer o seu código de vida.

Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: José Maria/Dream e Paulo/Bohr. A reportagem fotográfica foi da autoria do Adestrador e a sua montagem coube ao Paulo Jorge. A noite de ontem esteve surpreendentemente primaveril e pouco movimentada, já que o menor afluxo de viaturas automóveis se deve ao teletrabalho. Sentimos saudades das nossas meninas e dos seus cães, a quem a pandemia pregou uma partida. A cachorra CPA Dream destacou-se no treino de ontem pela qualidade da sua interacção. Hoje há mais! 

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

APREENSÃO EM NÁPOLES

 

Numa actuação conjunta das autoridades judiciais, policiais, veterinárias e de bem-estar animal da cidade Italiana de Nápoles, foram apreendidos 38 cachorros de várias raças com idades compreendidas entre os 45 e os 90 dias, por suspeita de maus-tratos e de tráfico de animais. Os cachorros foram encontrados em instalações impróprias e incompatíveis com o seu bem-estar, evidenciando alguns, num primeiro exame, sinais de gastroenterite viral.

Junto com os animais foram encontrados medicamentos para uso humano, que eventualmente poderão ter sido usados nos cachorros abusivamente, que protegidos pelo Serviço Veterinário, foram transportados para um hospital veterinário para posteriores investigações clínicas mais de talhadas. Os cachorros eram todos de raça pequena e destinados a ser vendidos no período do Natal, altura em que são mais procurados.

Com cerca de 4, 5 milhões de habitantes na região metropolitana, cujo centro histórico é Património Mundial da UNESCO, Nápoles é a 3ª cidade mais populosa de Itália, logo atrás de Roma e Milão, sendo também a terra natal da Pizza. Devido à sua densidade populacional, Nápoles é um dos destinos obrigatórios do contrabando de animais e apreensões como esta tendem a repetir-se.

DOGS ON STAR TREK

 

Ontem à noite trabalhámos num cenário que fez lembrar a série de ficção “Star Trek” - numa feira de diversões - plena de movimento, luzes, barulho e luzes multicolores a cintilar. Na foto acima vemos o Luis Rodrigues na barraca dos tiros, que se revelou um excelente atirador e que foi premiado por isso. A seu lado, completamente indiferente ao mundo à sua volta, vemos a CPA Luna. Todavia, não foi na feira de diversões que iniciámos os nossos trabalhos, mas num jardim onde importava treinar o “quieto”, conforme demonstra a foto seguinte.

Uma vez alcançados os objectivos no jardim, passámos à aplicação prática do comando de imobilização numa grande loja, deslocando-se os condutores para o seu interior enquanto os cães permaneciam à porta pelo tempo julgado conveniente.

O Pedro Rodrigues também foi à barraca dos tiros e não falhou nenhum, como convém a quem deseja ser militar. Como militar sabe que o dever se sobrepõe a todas as coisas. Assim, os 5€ que tinha guardado para comprar uma pizza, foram acabar nos bolsos do feirante que se mostrou muito agradecido.

A classe em exercício foi também convidada para executar o “quieto” ao redor de uma pretensa árvore de Natal luminosa no centro da feira. Tos os cães executaram aquele “quieto” engalanado em liberdade, exceptuando o cachorro CPA Jonas, que tem apenas 5 meses de idade e que importa mais incentivar do que inibir.

O Jorge Guerreiro, tido como “desaparecido em combate”, foi também convidado para a barraca dos tiros, para lá foi com a família presente e acertou no que havia para acertar, ficando a cachorra CPA Gaia à espera da presa abatida depois dos tiros.

Os binómios em treino foram também convidados a vencer um corredor metálico e inclinado que dava acesso a uma pista de “carrinhos de choque”. Os cães com menos tempo de treino mostraram alguma hesitação, enquanto a SRD Keila parecia desfilar numa passerelle, deliciosamente dondoca.

Apostados em agradar a quem nos apreciava e também interessados na sociabilização da cadela, pedimos à CPA Luna que passasse debaixo das pernas dos binómios “Em frente por 1”, com os cães alternadamente sentados à esquerda e à direita dos seus condutores. Convidámos na ocasião duas meninas para aumentar o túnel, desconhecidas que prontamente se voluntariaram.

As mesmas meninas fizeram de obstáculo humano para o CPA Bohr saltar. Todos foram felizes na execução das suas tarefas, somente a fotógrafa (Silvana) foi infeliz na escolha do plano, uma vez que deveria ter escolhido o lado oposto para fazer o vídeo, o que denotou emoção e inexperiência (as meninas captadas lembram um conhecido protesto da PETA, onde as senhoras aparecem na mesma pose, mas desnudadas).

Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Jorge/Gaia; Lucas/Bock; Luís/Keila; Paulo/Bohr; Pedro Mortágua/Jonas e Pedro Rodrigues/Luna. As condutoras do SRD Kiko; do CA Oliver e da SRD Cookie encontram-se de quarentena devido à estirpe “Ómicron” da actual pandemia, muito embora nem todas tenham sido infectadas. A pequena Nicole, filha do Jorge e da Liliana, acompanhou com alegria os nossos trabalhos e sentimos a falta da Joana Mortágua. Desejamos rápida recuperação para os nossos doentes e prometemos-lhes árduo trabalho após a sua quarentena ou convalescença. Trabalhámos quase 3 horas, a noite esteve amena, a chuva fez um intervalo e todos regressaram a casa com um sentimento de dever cumprido. 

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

ROUBAR QUEM MAIS PRECISA NA NOITE DE NATAL

 

Atendendo ao que celebramos no Natal é natural que sejamos mais tolerantes nesta época festiva do ano. Contudo, é difícil ser-se tolerante, clemente, complacente ou misericordioso com aqueles que roubam aos outros aquilo de que mais precisam, seja no Natal ou noutra época do ano. A polícia de Victoria, estado no sudeste da Austrália, está a pedir informações depois do roubo de cinco carrinhas usadas pela GUIDE DOGS VICTORIA, do campus de Kew desta instituição de caridade na noite de Natal.

A Chefe-executiva da Guide Dogs Victoria, Karen Hayes (na foto seguinte), disse que os vitorianos que estão à espera do seu cão-guia no Ano Novo poderão ter que esperar mais tempo depois da confusão causada pelos roubos. “Tem sido um ano muito difícil para os cães-guia e para muitas pessoas e terminar o ano com um roubo desta natureza tem um efeito realmente devastador sobre a nossa capacidade de prestar serviços a pessoas cegas ou com baixa visão."

As van são especialmente equipadas para o transporte de cães-guia e custam cerca de 75.000 dólares cada. A Sr.ª Hayes teme que o tempo despendido para obter e reformar novas carrinhas possa afectar negativamente as pessoas necessitadas e a comunidade em geral. “Tem sido um ano muito difícil para os cães-guia e para tantas pessoas", disse Hayes, que concluiu: " Este é apenas um acto desprezível de pessoas que claramente não têm consciência. Fazer isto na Noite Natal, depois de um ano em que os vitorianos sofreram tanto, como é que alguém consegue viver consigo mesmo depois de cometer um crime destes?”  No comments!

domingo, 26 de dezembro de 2021

ASTERIX DECLARA GUERRA AOS CICILISTAS!

 

O “Asterix” de que vos vou falar não é o da banda desenhada que tão diligentemente combate os romanos em grande parte no tempo do chefe guerreiro Vercingétorix, chefe gaulês do povo dos Arvernos, personagem de ficção criada pelos franceses Albert Uderzo e René Goscinny no ano de 1959, mas de um Asterix de 4 patas, que às 14h30 de quinta-feira se encontrava na área florestal “Im Staden”, na cidade alemã de Idar-Oberstein, no distrito de Birkenfeld, estado de Rheinland-Pfalz, cidade mundialmente conhecida como a capital alemã da indústria das pedras preciosas e terra natal do actor norte-americano Bruce Willis.

De acordo com as revelações da polícia ontem, Sábado, Dia de Natal, um cavalheiro estava a passear dois cachorros brancos na área florestal atrás citada, um deles, o Asterix, soltou-se da trela, foi ao encontro de uma ciclista e mordeu-lhe levemente uma perna. O dono dos cães, que desapareceu logo após o incidente com os seus cães sem deixar rasto, aparentava ter ao redor de 60 anos e tinha a barba bem cuidada. O cachorro “agressor” chama-se Asterix segundo a polícia e esta solicita agora informações por via telefónica que levem à identificação do seu desconhecido dono.

Áreas frequentadas por cães não são indicadas para ciclistas e vice-versa, muito embora uns e outros se vejam obrigados a frequentar e a lutar pelos mesmos espaços por ausência de outros. Para evitar problemas futuros, os proprietários caninos deverão sociabilizar, logo que possam, os seus cães com os ciclistas e as bicicletas. Os ciclistas, por seu turno, deverão evitar sempre que possível os trilhos frequentemente utilizados por donos e cães. Caberá às autarquias e só a elas, encontrar espaços próprios para uns e outros, o que nem sempre acontece ou tarda em acontecer.

ESTRANHO ESPÍRITO NATALÍCIO EM EISENACH

 

Na véspera do Dia de Natal, algumas horas antes da consoada, na cidade alemã de Eisenach, na Turíngia, terra natal do compositor Johann Sebastian Bach e lugar onde Martinho Lutero passou a sua infância e traduziu mais tarde o Novo Testamento do grego para o alemão no Castelo de Wartburg, sob a protecção de Frederico, o Sábio, duas senhoras foram apossadas de um “espírito natalício” bastante invulgar e raramente visto, ao lutarem entre si num parque da cidade, culminando a disputa à dentada.

Segundo disse a polícia de Gotha hoje, uma jovem de 27 anos encontrava-se a passear os seus cães num parque e viu uma senhora de 51 a bater no seu cão, o que gerou uma acesa discussão. Rapidamente se passou das palavras aos actos e as senhoras acabaram por se agredir uma à outra. No calor da refrega, quando a senhora mais velha caiu, mordeu a sua oponente na barriga de uma das pernas, ferindo-a. De acordo com a mesma polícia de Gotha, os cães não participaram na briga: “os cães apenas assistiram.” Ambas as senhoras terão agora que ir responder por agressão.

Numa cidade de grande importância histórica para o cristianismo, por ocasião de uma das suas festas maiores, uma briga assanhada destas em torno de cães é no mínimo uma ignomínia (dois mil anos depois, a Europa está a precisar de ser reevangelizada). Subtraído o aspecto religioso, estamos perante um tremendo disparate perpetrado por duas mulheres, parcas de argumentos e ainda mais de educação e civismo, apostadas em dar uma lição uma à outra. Ainda bem que os cães tiveram juízo e não se meteram ao barulho, porque doutro modo, o número de dentadas seria certamente maior.

sábado, 25 de dezembro de 2021

JÁ NÃO CELEBROU O NATAL

 

Quem não usa de todas as cautelas sempre irá precisar de boa sorte e quando assim é, o fado “SABE-SE LÁ”, da autoria do poeta João da Silva Tavares e música do Maestro Frederico Valério parece vaticinar o que os incautos podem esperar. Diz o fado: “ Sabe-se lá quando a sorte é boa ou má/ Sabe-se lá amanhã o que virá/ Breve desfaz-se uma vida honrada e boa/ Ninguém sabe, quando nasce/ P'ra o que nasce uma pessoa.”. A letra deste fado também se pode aplicar a um alemão de 39 anos que morreu atropelado numa auto-estrada holandesa anteontem, quinta-feira dia 23 de Dezembro.

Tudo se passou anteontem à noite na A58 perto de Moergestel, não muito longe da cidade de Tilburg, na província de Noord-Brabant, no sul dos Países Baixos. Segundo fez saber a polícia, o desafortunado alemão desatou a correr atrás do seu cão, depois que o animal fugiu do interior do seu carro num posto de gasolina próximo. Lamentavelmente o  teutónico foi atropelado e morreu no local. A polícia abriu de imediato um investigação sobre aquele atropelamento mortal, mas não forneceu qualquer indicação sobre o local de residência da vítima. Várias equipas de resgate procuraram em vão o cão fugitivo numa área arborizada próxima àquela auto-estrada.

O que vou dizer não tem qualquer préstimo para o alemão que se finou na auto-estrada holandesa e que assim se viu impedido de celebrar o Natal, mas pode ser importante para si ao evitar que proceda do mesmo modo e sofra consequências idênticas. Nas bombas de combustível, quando estiver a abastecer ou efectuar o pagamento, deixe o seu cão preso ao cinto de segurança ou mantenha-o solto com as janelas da viatura abertas, mas não tão abertas que possibilitem a fuga do animal (cuidado ao entrar para o carro). Na eventualidade de uma fuga inesperada do cão, não entre em pânico e certifique-se primeiro da sua segurança antes de encetar a perseguição e tentar reaver o animal. Ficou claro que o falecido alemão se deixou levar pela emoção e que tinha pouco ou nenhum controlo sobre o cão.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

A SEMANA DOS TREZENTOS JAPONESES

 

Apraz-nos registar que esta semana tivemos trezentos (300) leitores nipónicos, o que constitui um novo recorde de visitas do Japão, país insular na Ásia Oriental com uma história e uma cultura ímpares. O interesse destes leitores é muito diversificado nas áreas da canicultura, cinecultura e cinotecnia, sendo os seus cães objecto de admiração e respeito.

O Japão deu ao mundo raças caninas que se tornaram muito procuradas e populares no Ocidente e teve cães militares aproximadamente duas décadas antes dos portugueses, usando-os como cães de guerra na II Guerra Mundial. Como soldados da paz, enviamos o nosso caloroso bem-vindo a estes leitores, agradecendo a sua visita e esperando manter com eles um profícuo intercâmbio.