A Universidade Concórdia
de Mequon, no Wisconsin/USA, estabelecimento superior de ensino confessamente
luterano, contratou em Janeiro do ano passado um cão de terapia a tempo
integral, entendido naquelas paragens como “Comfort Dog”, a Zoey, que se
desloca livremente pelas salas de aula, corredores e campos daquela
universidade para alegria de alunos e professores, porque coloca um sorriso no
rosto de todos e transmite-lhes calma, promovendo com a sua presença o
relaxamento que combate o stress, mais-valias necessárias a quem estuda e
ensina, não raramente longe de casa. Para além do bem-estar colectivo que tem
vindo a proporcionar, a Zoey é também usada no aconselhamento “one-on-one”,
porque ao seu lado todos se sentem mais à vontade e de certo modo encorajados.
E como se isto não
bastasse, a presença da cadela tem pesado na procura daquela universidade,
sendo particularmente estimada pelos caloiros, a quem dá as boas vindas e quem
vêem nela um dador de amor profissional (“a professional love giver”). A título
de curiosidade e querendo informar, adiantamos que a Zoey foi objecto de 54
semanas de treino para a função. Aconteceu na América, breve acontecerá aqui,
porque o uso de cães de terapia nos estabelecimentos de ensino vai acontecendo
um pouco por todo o lado. Farão os cães parte da futura reforma do ensino? Há
quem diga que sim e exija muito mais, para o tornar menos obsoleto e mais
agradável, menos artificial e mais natural, já que o arcaico conceito de “sala
de aula” tem vindo a merecer profunda reflexão e mudança. Voltaremos às lições
a céu aberto como nos tempos neotestamentários? Sócrates não ensinava filosofia
em praça pública? Acerca deste tema, um arquitecto nosso amigo a quem é
conhecida rara oportunidade e humor, disse: “a sala de aula está para o aluno
como o canil para os cães” (parece que ninguém gosta de estar preso!).
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