quarta-feira, 2 de setembro de 2015

A CAUSA DO ESPANTO VEM DA IGNORÂNCIA!

Os veterinários mais antigos e os mais informados alegram-se quando vêem hoje um Pastor Alemão vermelho uniforme, julgando que esta variedade cromática há muito se encontrasse extinta ou tivesse sido varrida do seio dos restantes pastores, o que por pouco não aconteceu pela menor procura dos lobeiros, primeiros responsáveis pela proliferação desta variedade quando beneficiados com outros de cor sólida (branco, cinza, fígado e negro). A variedade vermelha parece assombração para os criadores do CPA mais jovens, peritos na discussão de genealogias e fartos em beneficiamentos de menor qualidade. E como sempre há quem leve as coisas a peito (deveria até haver mais gente assim), alguns enveredaram por adquirir exemplares vermelhos e sujeitá-los a exames de ADN, na esperança de neles descobrir algum fenótipo particular ou tipo de mestiçagem. Infelizmente as suas expectativas têm saído goradas, o que lhes tem aumentado ainda mais a confusão na cabeça.
E como dar muitas voltas à cabeça pode deixar qualquer um tonto, adiantamos que o ressurgimento da variedade vermelha uniforme está directamente relacionado com os beneficiamentos cromáticos heterozigóticos, quando se usam na reprodução as distintas variedades dominantes e recessivas (unicolores e bicolores) que o actual estalão ainda comporta. Como chegar à variedade vermelha sempre implica num certo retorno ao atavismo e à proto-selecção da raça, é muito difícil lá chegar através dos modernos cães de exposição, a menos que beneficiemos um deles com um exemplar vermelho uniforme, o que em termos de cor tem-se revelado uma escolha acertada. Na foto que encabeça este artigo, podemos ver um exemplar cor de champanhe por detrás doutros dois de cor diversa, na fronteira entre o lobeiro e o vermelho. A partir de exemplares destes podemos alcançar o vermelho uniforme, exactamente iguais ou melhores que o da foto acima. Para tudo é preciso saber!

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