Os veterinários mais
antigos e os mais informados alegram-se quando vêem hoje um Pastor Alemão
vermelho uniforme, julgando que esta variedade cromática há muito se
encontrasse extinta ou tivesse sido varrida do seio dos restantes pastores, o
que por pouco não aconteceu pela menor procura dos lobeiros, primeiros
responsáveis pela proliferação desta variedade quando beneficiados com outros
de cor sólida (branco, cinza, fígado e negro). A variedade vermelha parece
assombração para os criadores do CPA mais jovens, peritos na discussão de
genealogias e fartos em beneficiamentos de menor qualidade. E como sempre há
quem leve as coisas a peito (deveria até haver mais gente assim), alguns
enveredaram por adquirir exemplares vermelhos e sujeitá-los a exames de ADN, na
esperança de neles descobrir algum fenótipo particular ou tipo de mestiçagem.
Infelizmente as suas expectativas têm saído goradas, o que lhes tem aumentado ainda
mais a confusão na cabeça.
E como dar muitas voltas à
cabeça pode deixar qualquer um tonto, adiantamos que o ressurgimento da
variedade vermelha uniforme está directamente relacionado com os
beneficiamentos cromáticos heterozigóticos, quando se usam na reprodução as
distintas variedades dominantes e recessivas (unicolores e bicolores) que o
actual estalão ainda comporta. Como chegar à variedade vermelha sempre implica
num certo retorno ao atavismo e à proto-selecção da raça, é muito difícil lá
chegar através dos modernos cães de exposição, a menos que beneficiemos um
deles com um exemplar vermelho uniforme, o que em termos de cor tem-se revelado
uma escolha acertada. Na foto que encabeça este artigo, podemos ver um exemplar
cor de champanhe por detrás doutros dois de cor diversa, na fronteira entre o
lobeiro e o vermelho. A partir de exemplares destes podemos alcançar o vermelho
uniforme, exactamente iguais ou melhores que o da foto acima. Para tudo é
preciso saber!
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