PREÂMBULO:
Como treinadores de cães experimentados negamo-nos a atribuir-lhes a
responsabilidade nos acidentes que possam causar, porque não são tigres nem
leões, vivem debaixo da dependência humana e podem ser usados para os mais
variados fins, com ou sem treino específico, escondendo e consubstanciando por
vezes os desejos criminosos dos seus donos. Quer se admita ou não, os acidentes
com cães, quando o são, não escondem a incúria humana, sua causa primária e
única responsável. Vamos aos factos:
Elisabeth
Claire Wright, uma britânica natural de Surrey/Inglaterra, com 55 anos de
idade, assistente de direcção escolar, foi encontrada sem vida e despedaçada na
casa do seu marido, que havia ido visitar em Watamu, aldeia
piscatória queniana no Índico. Segundo ele, um queniano de 31 anos de idade, durante
a sua ausência por 24 horas, ocasião em que se dirigiu à vizinha cidade de
Mombasa, a inglesa soltou inadvertidamente os 3 Rottweilers da casa, apesar de
a haver alertado para não o fazer, vindo a morrer em consequência dos seus
ataques. Até ao momento, a polícia não o considera suspeito da morte da mulher.
Crê-se que Elisabeth Wright ao ouvir o ladrar dos cães, entendeu soltá-los para
lhes dar de comer, acabando por se constituir no seu repasto. Segundo
declarações proferidas pela sua mãe ao “The Telegraph”, Elisabeth já havia
vivido anteriormente no Quénia com o seu marido, mas optou por voltar para
Inglaterra e ir viver com os pais numa aldeia rural perto de Horsham,
deslocando-se na ocasião para o visitar naquele país africano?!
Terá sido um acidente ou
um crime premeditado? Só os cães nos podem dizer se uma coisa ou outra, caso
ainda estejam vivos. De qualquer modo, sustentando-se a hipótese de Elisabeth
não ter características suicidas, a sua ingenuidade brada aos céus e foi-lhe
fatal, porque sendo desconhecida daqueles animais encerrados, “foi-se pôr-se na
boca do lobo” ao soltá-los, sendo por eles entendida como estranha e invasora
daquela casa, ainda mais na ausência do seu proprietário, uma vez considerada a
hipótese de acidente. Poderia ser um crime premeditado? Sim, se a acção dos
cães provir de condicionamento prévio. Não estamos com isto a dizer que foi o
que aconteceu, mas a explicar como tal seria possível e como o comportamento
dos cães o denunciaria. Devido à diferença de odores, uma caucasiana em África
é muito fácil de marcar, uma vez que a maioria das pessoas é de uma etnia
diferente e os cães bem depressa a identificarão. Para o deslindar do caso é importante
saber se os cães foram treinados para atacar e se estavam condicionados a fazê-lo
a quem lhes abrisse a porta, sendo este último caso confirmado pela
reconstituição da tragédia. Na eventualidade dos cães agredirem indistintamente
homens e mulheres, independentemente da sua etnia, é mais do que evidente que
estavam acostumados a fazê-lo e que nunca foram objecto de repreensão ou
reprovação, restando saber qual o motivo dessa permissão.
Caso a agressividade dos cães se venha a manifestar exclusivamente
contra mulheres, o fenómeno só poderá resultar de duas causas e da sua
associação: dum trauma e do seu aproveitamento (treino prévio). Se porventura
só reagirem desse modo contra mulheres caucasianas, não parecem restar dúvidas:
estamos na presença de um crime premeditado, ainda mais sabendo-se da possível predilecção
da vítima por cães. Por repetição, aprovação e recompensa é possível accionar
um ataque canino, que pode acontecer mediante rotinas previamente anunciadas,
inocentes e sem perigo eminente, como pegar num telefone ou noutro objecto,
entrar em determinadas dependências de uso comum, fazer uso de expressões ou
palavras correntes, abandonar o território onde se encontram os cães sem pedir
permissão aos donos e por aí adiante. Não temos dúvidas que muitos dos
acidentes ocorridos com cães nunca o foram, sendo alguns deles crimes
deliberados, na sua maioria invisíveis aos olhos dos comuns investigadores.
Quer o ocorrido com Elisabeth Wright seja produto dum acidente ou resultado de
um crime passional, o seu marido, o Sr. Fred Karisa, é o primeiro e único
responsável pela sua morte, quer tenha agido por negligência ou
intencionalmente. Ele sabia que os cães não eram de confiança, por isso avisou
a inglesa para não se acercar deles. Pergunta-se: porque não os guardou a
cadeado e levou as chaves consigo? Como se depreende, os 3 rottweilers são os
menos culpados. Que a triste morte desta cidadã britânica sirva de lição para
aqueles que intentam mexer em cães encerrados, porque nestas circunstâncias,
devido à exiguidade do território, qualquer cão torna-se mais agressivo e
intenta defendê-lo, particularmente se for territorial, desconhecer o abusador
e o seu dono se encontrar ausente. Requiescat in pace Elizabeth (Rest in peace
Elisabeth).
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