Será que estamos à beira
do apocalipse? Ou já lá estamos ou falta muito pouco! O que esperarão os
Senhores deste Mundo para porem a Síria na ordem: que ela nos mate a todos? A
mãe de todas as guerras está à porta e se não for travada, ninguém escapará
ileso. Quantas mães terão que sucumbir e perder os seus filhos, quantas
crianças terão que dar à praia mortas, quantos terão que morrer para que alguém
se mexa? Não terão os Estados Unidos e a Europa meios para resolver o problema
sírio? Se a Turquia não serve para a União Europeia, pouco ou nenhum préstimo
terá para a solução do conflito, já que mais lhe interessa matar curdos que
terroristas, será ela uma aliada ou parte do problema? A solução para a
catástrofe humanitária não se resolve com o acolhimento dos refugiados mas com
a pacificação dos seus países, para que ali possam viver em segurança, justiça
que tarda em acontecer e que os leva a desafiar a morte tanto em terra como no mar. De que
estaremos à espera para esmagar os califados do estado islâmico, da vontade
dúbia de algum estado muçulmano “amigo”, dominado por dinastias erigidas pela
corrupção e sustentadas pelos interesses das nações ocidentais? Que casta de
políticos temos hoje? Serão cegos, surdos e mudos ou parte da mesma desgraça?
Satisfar-nos-á salvar alguns milhares diante dos milhões que poderão vir a
morrer?
Acolher tão grande número
de refugiados é uma medida emergente e atabalhoada para a qual a Europa não
estava e ainda não está preparada, que possivelmente fará ressuscitar dentro
das fronteiras de cada país ódios antigos e que nalguns casos poderá levar a
conflitos e convulsões sociais graves, que poderão a breve trecho pôr nações
aparentemente estáveis a “ferro e fogo”, enfraquecendo-as até se tornarem
vulneráveis e presa fácil às mãos de outras que, menos humanitárias e
solidárias, espreitam acoitadas a oportunidade para alcançarem o poder. Para
todos os efeitos, para o melhor e para o pior, a Europa está em queda e a ser
gradualmente colonizada por quem não soube erigir e conservar a paz nos seus
países de origem, plebe que por si mesma é um foco de instabilidade e menos
apta para aceitar os valores culturais que nos trouxeram a prosperidade, e caso
ela acabe, seremos todos refugiados. Com a guerra à porta, parece que em vão
fomos combater para longe.
Dir-se-á que a Europa está a pagar pelo que fez, enquanto metrópole dos
grandes impérios intercontinentais do passado recente, o que a ninguém parece
suscitar dúvidas, mas render-nos-emos diante deste ajuste contas? Esconder-nos-emos
debaixo da cama á espera duma solução milagrosa? Se no passado optámos pela
instabilidade para podemos governar sobre os demais, é chegada a altura de nos
emendarmos, de lutarmos pela reposição da estabilidade nos países que
explorámos arbitrariamente, de levar a paz onde guerreámos e de ajudar onde
surripiámos, libertando-os da tirania que impede o seu desenvolvimento e
auxiliando-os economicamente, nem que para isso tenhamos que pegar em armas
para derrotar os terroristas que os assolam, cuja prática é assassina e
fratricida e que têm como divertimento a destruição do património colectivo da
humanidade, encapuçados em crenças que apenas cativam outros de igual calibre. Diante
do actual panorama parecem não existir dúvidas: só teremos comida à mesa se matarmos
a fome na casa dos outros, o que já está acontecer quando dividimos o que temos
com aqueles nos chegam.
Acolher os refugiados,
apesar de lícito e obrigatório, não é solução bastante, porque apenas se
atenuam os efeitos e não se combatem as causas, esforço que para além de
inglório é hipócrita, porque deixamos que uns morram para depois darmos as boas-vindas aos que sobrevivem. Há que “pegar o touro pelos cornos” e combater por toda a
parte o terrorismo e os terroristas até que as suas armas se calem, o seu
domínio desapareça e deles não reste memória, para que o seu extermínio resulte
em vida e a paz possa ser finalmente alcançada para todos. E neste sentido,
pacificar a Síria é trazer a paz ao mundo, objectivo nunca conseguido, cada vez
mais difícil de alcançar, quiçá impossível. Ao invés, ignorar o problema sírio
só fará eclodir outros idênticos, o que dificultará ainda mais a solução e fará
aumentar drasticamente o número de vítimas ali, aqui e em qualquer lugar. Mexer
no mundo muçulmano é como brincar com um barril de pólvora, porque de tolerante
não tem nada e de conciliador muito menos, devido às suas facções,
multivariedade étnica e presença de minorias religiosas, factores geralmente
associados a ódios antigos que podem a explodir a qualquer momento. Nações com
estas características, visando o seu próprio bem-estar e o de todos,
dificilmente poderão ser entregues a si próprias, devendo ser objecto de uma
semiautonomia que possibilite a arbitragem internacional, enquanto garante da
igualdade de direitos e deveres para todos, o que a acontecer evitaria guerras,
banhos de sangue, assassinatos, refugiados e genocídios, porque quem se suicida
e mata o seu semelhante para ir ter com 70 virgens no paraíso, dificilmente
abraçará aqui a desejável fraternidade universal que nos traz a paz.
Sem comentários:
Enviar um comentário