quarta-feira, 2 de setembro de 2015

EM PROL DOS RECLUSOS E DA COMUNIDADE

Nesta persistente aura de poesia e fatalismo que nos caracteriza e envolve, sobram-nos suspiros e falta-nos pragmatismo, como se tudo estivesse já perdido e o futuro só a Deus pertencesse, infortúnio que os ladrões sinceramente agradecem. Ainda bem que há povos bem diferentes de nós, talvez sejam menos polidos, mais rudes e broncos, bárbaros como outrora foram classificados. Mas por causa deles o mundo pula e avança, porque são práticos e acabam por valer aos outros. Assim são também os americanos quando comparados com os cidadãos das mais velhas nações europeias, cuja maioria não sabe pegar num talher mas que têm revolucionado o viver global pelo desenvolvimento de toda a sorte de experimentos. Nas prisões de vários estados norte-americanos têm vindo a ser implementados programas e cursos de adestramento destinados aos reclusos, medidas que têm contribuído para a sua futura reinserção social, enquanto ferramenta, e que têm vindo a reforçar eficazmente a segurança comunitária.
Num protocolo assinado pela Universidade de Auburn (AL) com algumas prisões no Alabama, Flórida e Geórgia, vários labradores têm sido entregues a reclusos para serem treinados na detenção de bombas, homens-bomba  e componentes explosivos, mediante programas científicos vocacionados para o sucesso. Graças a esta iniciativa, alguns cães já foram colocados e continuarão a sê-lo na rede ferroviária norte-americana, no metro de Nova Iorque, nos aeroportos, nos locais de inaugurações presidenciais, nos estádios onde se realizam grandes eventos desportivos e nas metrópoles com elevada densidade populacional. Idêntica iniciativa seria aqui fazível e bem-vinda, diante da crescente ameaça terrorista que se abate sobre a Europa e da necessidade de formação e reinserção social dos nossos reclusos. Haverá vontade política para se realizar aqui uma experiência-piloto ou guardá-la-emos para 40 anos depois como é nosso apanágio?

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