quarta-feira, 29 de julho de 2015

TRADICIONALMENTE NO IDÍLICO PAIVA

Tradicionalmente na época estival, o Jorge Martins desloca-se até ao Rio Paiva com a Fátima e os cães de ambos, onde todos usufruem dos benefícios do rio, um manancial de águas límpidas circundado por pequenos bosques de amieiros e freixos, que os convida para o seu leito e propicia-lhes momentos lúdicos para mais tarde recordar, como o captado na foto acima. O Rio Paiva, que é o afluente principal da margem esquerda do Douro, situa-se no centro-norte de Portugal continental, banhando 10 concelhos dos Distritos de Aveiro e Viseu. Nasce a 1000m de altitude na Serra de Leomil, no Planalto da Nave, na aldeia de Carapito, Freguesia de Pêra Velha e Concelho de Moimenta da Beira (40º 03' N 08º 15' O). Tem 108km de extensão, uma bacia de 77km2, um passadiço ao redor das suas margens em Arouca (com 8km de extensão), forma várias praias fluviais e vai desaguar na margem esquerda do Douro, no lugar do Castelo em Castelo de Paiva, no local assinalado pela famosa Ilha dos Amores. Na década de 90 foi considerado o rio menos poluído da Europa e um dos mais limpos do mundo, não sendo de estranhar que as trutas desovem ali.
Nas suas águas podemos encontrar a toupeira-de-água (Galemys pyrenaicus), a lontra (Lutra lutra), o lagarto-de-água (Lacerta schreiberi), a salamandra-lusitânica (Chioglossa lusitânica), a rã-ibérica (Rana iberica) e o tritão-marmorado (Triturus marmoratus). Merecem ainda destaque a presença de algumas espécies piscícolas endémicas, como a boga (Chondrostoma polylepis), e a ocorrência de uma das raras populações de mexilhão-do-rio (Margaritifera margaritifera), visível na foto seguinte. Nas suas margens, para além de um todo de aves, podemos ainda avistar os seguintes mamíferos: a raposa (Vulpes vulpes), o ouriço-cacheiro (Erinaceus europaeus), o javali (Sus scrofa) e o coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus). No caso do lobo (Canis lupus), constitui uma importante zona de passagem entre as Serras de Montemuro, Freita/Arada e Lapa/Leomil. O Rio Paiva exibe em quase toda a sua extensão bosques de amieiros (Alnus glutinosa) e de freixos (Fraxinus excelsior) formando galerias, frequentemente ladeadas por carvalhais de carvalho-alvarinho (Quercus robur) fragmentários. A diversidade da flora é considerável e assinala-se a ocorrência de Narcissus bulbocodium, Narcissus triandrus, Ruscus aculeatus e Anarrhinum longipedicellatum (endemismo lusitano) – espécies com medidas de protecção a nível europeu.
Para além das praias, da pureza da água, da fauna, da flora e dos recantos paradisíacos que oferece, o Paiva presta-se ainda para prática da canoagem e do radical “rafting”, sendo também para isso muito procurado.
Decididamente o Jorge sabe o que quer, procura o melhor para a sua família, para a si e para os seus cães. Quantos portugueses conhecerão o Rio Paiva e o que tem para oferecer? Provavelmente muito poucos, havendo alguns que daqui saem para locais muito menos apelativos e luxuriosos, pagando pequenas fortunas. Com propriedade relembramos aqui o slogan duma campanha publicitária da década de 70: “Há sempre um Portugal desconhecido que espera por si”. Com os cordões da bolsa repuxados, não valerá a pena viajar cá dentro? Como o Paiva banha imensas localidades, caso não queira usar a sua viatura particular, pode lá chegar de autocarro, comboio e até de avioneta (nunca foi tão barato andar nestas aeronaves, nalguns casos o preço cobrado é inferior ao praticado nos autocarros). Aceite a nossa sugestão: siga o exemplo do Jorge e vá até ao Paiva nestas férias, verá que não se vai arrepender!
PS: Se tem cão, não se esqueça dele, leve-o consigo. 

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