Tradicionalmente na época
estival, o Jorge Martins desloca-se até ao Rio Paiva com a Fátima e os cães de
ambos, onde todos usufruem dos benefícios do rio, um manancial de águas
límpidas circundado por pequenos bosques de amieiros e freixos, que os convida
para o seu leito e propicia-lhes momentos lúdicos para mais tarde recordar,
como o captado na foto acima. O Rio Paiva, que é o afluente principal da margem
esquerda do Douro, situa-se no centro-norte de Portugal continental, banhando
10 concelhos dos Distritos de Aveiro e Viseu. Nasce a 1000m de altitude na
Serra de Leomil, no Planalto da Nave, na aldeia de Carapito, Freguesia de Pêra
Velha e Concelho de Moimenta da Beira (40º 03' N 08º 15' O). Tem 108km de
extensão, uma bacia de 77km2, um passadiço ao redor das suas margens em Arouca
(com 8km de extensão), forma várias praias fluviais e vai desaguar na margem
esquerda do Douro, no lugar do Castelo em Castelo de Paiva, no local assinalado
pela famosa Ilha dos Amores. Na década de 90 foi considerado o rio menos
poluído da Europa e um dos mais limpos do mundo, não sendo de estranhar que as
trutas desovem ali.
Nas suas águas podemos encontrar a
toupeira-de-água (Galemys pyrenaicus), a lontra (Lutra lutra), o
lagarto-de-água (Lacerta schreiberi), a salamandra-lusitânica (Chioglossa
lusitânica), a rã-ibérica (Rana iberica) e o tritão-marmorado (Triturus
marmoratus). Merecem ainda destaque a presença de algumas espécies piscícolas
endémicas, como a boga (Chondrostoma polylepis), e a ocorrência de uma das
raras populações de mexilhão-do-rio (Margaritifera margaritifera), visível na
foto seguinte. Nas suas margens, para além de um todo de aves, podemos ainda
avistar os seguintes mamíferos: a raposa (Vulpes vulpes), o ouriço-cacheiro
(Erinaceus europaeus), o javali (Sus scrofa) e o coelho-bravo (Oryctolagus
cuniculus). No caso do lobo (Canis lupus), constitui uma importante zona de
passagem entre as Serras de Montemuro, Freita/Arada e Lapa/Leomil. O Rio Paiva
exibe em quase toda a sua extensão bosques de amieiros (Alnus glutinosa) e de
freixos (Fraxinus excelsior) formando galerias, frequentemente ladeadas por
carvalhais de carvalho-alvarinho (Quercus robur) fragmentários. A diversidade
da flora é considerável e assinala-se a ocorrência de Narcissus bulbocodium,
Narcissus triandrus, Ruscus aculeatus e Anarrhinum longipedicellatum (endemismo
lusitano) – espécies com medidas de protecção a nível europeu.
Para além das praias, da pureza da água, da fauna, da flora e dos
recantos paradisíacos que oferece, o Paiva presta-se ainda para prática da
canoagem e do radical “rafting”, sendo também para isso muito procurado.
Decididamente o Jorge sabe
o que quer, procura o melhor para a sua família, para a si e para os seus cães.
Quantos portugueses conhecerão o Rio Paiva e o que tem para oferecer?
Provavelmente muito poucos, havendo alguns que daqui saem para locais muito
menos apelativos e luxuriosos, pagando pequenas fortunas. Com propriedade
relembramos aqui o slogan duma campanha publicitária da década de 70: “Há
sempre um Portugal desconhecido que espera por si”. Com os cordões da bolsa
repuxados, não valerá a pena viajar cá dentro? Como o Paiva banha imensas
localidades, caso não queira usar a sua viatura particular, pode lá chegar de
autocarro, comboio e até de avioneta (nunca foi tão barato andar nestas
aeronaves, nalguns casos o preço cobrado é inferior ao praticado nos
autocarros). Aceite a nossa sugestão: siga o exemplo do Jorge e vá até ao Paiva
nestas férias, verá que não se vai arrepender!
PS: Se tem
cão, não se esqueça dele, leve-o consigo.
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