quarta-feira, 1 de julho de 2015

DIE PORTUGIESISCHE SCHÄFER MAUS: A GRANDE ESPERANÇA DO CPA EM TERRAS LUSAS

Sem querer desprestigiar quem importa cães, porque há quem saiba o que quer, compre o melhor, não olhe ao preço e traga qualidade, muito embora seja uma minoria dentro do grosso que o faz, vamos hoje falar de publicidade enganosa, mais especificamente sobre um canil que se dedica à criação de Pastores Alemães e que recorre à importação para melhorar o seu quadro de reprodutores, publicitando-os como sendo uma grande esperança para a qualidade da raça entre nós, “fezada” que se tem revertido num sem número de cães com prognatismo superior e com um focinho tangente ao encontrado nas ratazanas. É por demais evidente que estes cães se destinam ao “trabalho”, onde normalmente se encontram encobertos, porque caso fossem para exposição, o “caldo estaria entornado”, pois seriam imediatamente eliminados ao entrar em ringue, a menos que os juízes fossem cegos ou se deixassem cegar. Pergunta-se: a venda de cães não é uma prestação de serviços? Poder-se-á vender gato por lebre e ratazanas por Pastores Alemães? Dê lá para onde der, o canil “fica mal na fotografia” e os seus proprietários não escaparão ao rótulo de aldrabões e salafrários, ainda que sejam vítimas doutros piores do que eles. O que não compreendemos e muito estranhamos, apesar de haver malucos para tudo, é a sua insistência no uso destes reprodutores, independentemente do preço que tenham custado e dos galardões que tenham obtido em exposições, porque o defeito nem sempre é visível naqueles que o transmitem, não sendo por isso de estranhar que um afamado campeão tenha um rol de filhos prógnatas.
 Os cães do Leste já tiveram melhores dias e os austríacos também. Nos territórios do outrora Império Austro-Húngaro, no triângulo Alpes, Cárpatos e Balcãs, a excessiva endogamia parece perpetuar-se e os Pastores dali necessitam de sangue novo para levarem de vencida as mazelas do seu passado recente, provenientes do isolamento a que se viram forçados pela Cortina de Ferro e que levarão o seu tempo a sarar. Como não acreditamos que alguém compre deliberadamente um cão prógnata, os cães vindos dali mesmo não o sendo, acabam por ser portadores desta falta eliminatória, transmitindo-o à sua descendência pela restante Europa, o que mais agravará a qualidade dos nossos Pastores Alemães, que acabam por receber justificadamente o título de “Die Portugiesische Schäfer Maus” (O Rato de Pastor Português), o que até resultaria num bom nome para um afixo: “Haus Maus”. Será que os nossos aforismos estão a sofrer mutuações e que surgiu um novo: “quem não tem cão caça com rato”? Diante deste panorama, vá-se lá saber porquê, lembramo-nos de Erich Maria Remarque e da sua obra mais famosa: “Im Westen nichts Neues” (A Oeste Nada de Novo).

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