“ Vocês são como os marqueses:
Têm vícios pequeno-burgueses,
São meus fregueses
E aparecem às vezes!
(a tarde e a más horas) “
Assim foi introduzida na Escola a Mensagem de Ano Novo. O objectivo da introdução, longe de ser poético ou com pretensões a isso, serviu como exortação para a melhoria do rendimento binomial, como uma chamada de atenção para o cuidado a haver com os cães, muitas vezes ignorados ou desprezados nesta época festiva. O desejo de melhores dias está presente em todas as mensagens desta efeméride, ainda que não passe disso mesmo e se quede pela esperança, na ausência de mudança e perante o fardo da continuidade. Desejar o melhor é gratuito, fazê-lo deve ser o objectivo, porque a ilusão cedo cai e transforma a melhor das expectativas em desalento. O pragmatismo que leva à escolha certa das estratégias, cativas às metas e objectivos que as garantem, deve ser procurado e incentivado, porque a inconsequência tem um preço que a realidade sempre cobra. No que ao adestramento diz respeito, só a mudança de atitude será profícua e para que isso aconteça, é necessário culpabilizar os líderes, desnudar-lhes os erros e adiantar-lhes soluções, muitas vezes à mão e ao mesmo tempo tão distantes de si. E neste sentido, o exemplo que leva à compreensão deve ser procurado, possibilitando a gestão do inteligente sobre o irracional, através de uma linguagem comum que garanta a cumplicidade.
Neste mundo de falso facilitismo, cuja factura maior será paga pelos jovens, enquanto detentores das rédeas do amanhã, ninguém gosta de ser culpado e os pais, tal qual surfistas, deixam-se levar pela mesma onda, esperando que o futuro conserte aquilo que no presente é sua obrigação. Essa negação, que é ao mesmo tempo uma manifestação cabal de incapacidade, tem uma frase típica: “estou farto de lhe dizer!”, o que não altera o rendimento escolar dos filhos, é inválido perante a aceitação dos seus compromissos e pode castrar-lhes as carreiras. Mais tarde, condenarão a ineficácia da simpatia paternal, entendendo-a como uma incapacidade indutora ao seu malogrado futuro. Como entendemos a adopção canina como uma “filiação extraordinária”, não queremos que os cães se percam e tudo faremos para melhorar a sua aceitação e rendimento, pela coabitação que garante a sobrevivência, para além do especicismo e em prol do seu bem-estar, ainda que tenhamos que culpabilizar os donos.Têm vícios pequeno-burgueses,
São meus fregueses
E aparecem às vezes!
(a tarde e a más horas) “
Assim foi introduzida na Escola a Mensagem de Ano Novo. O objectivo da introdução, longe de ser poético ou com pretensões a isso, serviu como exortação para a melhoria do rendimento binomial, como uma chamada de atenção para o cuidado a haver com os cães, muitas vezes ignorados ou desprezados nesta época festiva. O desejo de melhores dias está presente em todas as mensagens desta efeméride, ainda que não passe disso mesmo e se quede pela esperança, na ausência de mudança e perante o fardo da continuidade. Desejar o melhor é gratuito, fazê-lo deve ser o objectivo, porque a ilusão cedo cai e transforma a melhor das expectativas em desalento. O pragmatismo que leva à escolha certa das estratégias, cativas às metas e objectivos que as garantem, deve ser procurado e incentivado, porque a inconsequência tem um preço que a realidade sempre cobra. No que ao adestramento diz respeito, só a mudança de atitude será profícua e para que isso aconteça, é necessário culpabilizar os líderes, desnudar-lhes os erros e adiantar-lhes soluções, muitas vezes à mão e ao mesmo tempo tão distantes de si. E neste sentido, o exemplo que leva à compreensão deve ser procurado, possibilitando a gestão do inteligente sobre o irracional, através de uma linguagem comum que garanta a cumplicidade.
Assim, de que vale a escola sem a recapitulação doméstica? Para que serve o ensino se o cão passa os dias encerrado no canil ou isolado num quintal? Conseguirão os biscoitos substituir a excursão diária? Gostar de cães não deve ser inconsequente, muito embora muitos sejam adquiridos por impulso e vejam negadas as suas condições mais elementares. Levar o cão à escola virou moda, um cão de raça cai bem e as habilidades caninas sempre causam espanto, enchem o ego dos donos e aumentam a sua admiração. A vaidade humana não deve desrespeitar a condição canina, porque o gozo de um não deve induzir à infelicidade do outro. Não apostamos na ilusão dos cães, como não aceitamos o seu uso para além da sua natureza ou capacidades. Entendemos a obediência do cão como uma resposta natural, uma manifestação da sua gratidão ligada à relação entre tratamento e treino. Capacitar um cão sempre implicará na disponibilidade para esse serviço, em servir para ser servido e isso nem sempre se faz presente, ainda que os cães cumpram a sua parte.
Se queremos um ano melhor para os nossos cães, temos que afogar em nós o nobre das caçadas e o burguês das matilhas, figuras do nosso imaginário que obstam ao correcto relacionamento binomial, porque nos falta a criadagem e só sobramos nós. A freguesia da escola quer-se assídua e empenhada, apta para os desafios e pronta para aprender, porque ninguém se transcende e todos podem chegar mais longe, porque o exercício oferece a vantagem e a constância torna-a possível. O que se constrói sem trabalho não é obra humana e os cães serão aquilo que nós quisermos. Talvez você não alcance o que gostaria de ser, mas tem todas as condições para construir o cão do seu contentamento.
Conte connosco, Bom Ano.
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