segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

CONTRA OS CANHÕES MARCHAR, MARCHAR

O nosso objectivo não é o de ensinar a letra de “A Portuguesa”, o nosso Hino Nacional, apesar de haver por aí muita gente que a desconheça ou que a tenha aprendido via futebol, o que não deixa de ser estranho, ingrato e pouco patriótico. Dirão alguns: do mal, o menos! E por mais irrisório que pareça, o patriota do futebol tende a pendurar a bandeira de pernas para o ar (muitas vezes no cordão da roupa) e a substituir os castelos por pagodes chineses, porque o “made in China” é mais barato e o que importa é a folia. Servimo-nos desta estrofe do Hino Pátrio para denunciar um dos nossos maiores propósitos: a aceitação dos cães pela sociedade, porque tal não é fácil e são muitas as armas apontadas contra eles. Sair com a Escola à rua é uma meta que possibilita dois objectivos: a sociabilização e a interacção caninas. Quando aprovadas e somadas uma à outra, elas garantem a procurada coabitação harmoniosa. Agora que os lobos se encontram em vias de extinção por toda a parte, o “canis lupus familiaris” tomou o seu lugar e um cão mau pode espreitar em cada esquina.

A cinofobia (horror a cães) tende à expansão e são cada vez menos as crianças que têm um cão por companhia, as notícias macabras sucedem-se e ainda há gente que alimenta o mito. Quando saímos à rua recorremos a uma estratégia já gasta: exercitamos a obediência em classe e atraímos os viandantes ou o público. Geralmente somos bem sucedidos e os cães tornam-se objecto de admiração. Num ápice, os espectadores transformam-se em participantes, interagindo connosco na defesa do bom-nome dos cães. Mais uma vez isso aconteceu neste último Sábado, quando dois ciclistas, inesperadamente para eles, se constituíram em obstáculo e se viram rodeados de cães. Quando o não é garantido, há que partir na procura do sim, se as pessoas não se chegam aos cães, há que os levar até elas: “contra os canhões marchar, marchar!”

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