terça-feira, 27 de junho de 2023

VAMOS À PISCINA?

 

Chama-se “MOUILLE TES PATTES” (Molha as tuas patas), é a primeira piscina para cães em França, foi inaugurada no início deste mês em Mérignac, perto de Bordeaux, no Departamento de Gironde, obra levada a cabo por um apaixonado por cães e pensada para acolher animais com mobilidade reduzida no intuito de reduzir-lhes as dores e proporcionar-lhes momentos de puro relaxamento. Nela todos os cães são bem-vindos, desde os mais novos aos mais velhos, quer sejam saudáveis ou doentes. “Tenho tantos cachorros enérgicos como adultos”, confirma Laurence Pech, fundador daquele espaço. “Acolho cães atléticos, outros que estão a envelhecer e também os muito medrosos” – disse ainda.

Diga-se em abono da verdade que os cães mais idosos podem deslocar-se à piscina para aliviar as suas dores, principalmente as relacionadas com a osteoartrite. Na “MOUILLETES PATES”, tudo foi pensado para promover o bem-estar e a segurança dos cães, como é o caso da água da piscina que não leva cloro e que é desinfectada por tratamento UV (1). As plantas nela presentes, destinadas a estimular o olfacto canino, são comestíveis. Este estabelecimento dispõe ainda de uma sala para ginástico e de um local destinado à lavagem e à secagem, sendo ali recebidos diariamente uma dezena de cães. Até ao final do próximo mês – julho – cada ida à piscina custará 20 euros e 25 euros depois dessa data. Laurence Pech já pensa aumentar os seus serviços ao querer trazer um osteopata animal e um adestrador canino para juntar o útil ao agradável.

Escusado será falar das vantagens que as piscinas oferecem aos cães, piscinas que são inclusive a alternativa mais viável às praias para cães em termos de investimento, ausência de conflitos e protecção ambiental, opção que certamente agradará àquelas autarquias preocupadas com o bem–estar animal – as ditas “DOG FRIENDLY”. Em Portugal, tudo o que se faz e não faz em matéria de adestramento canino acaba por revelar um amadorismo desconchavado e de pé descalço, um “desenrasca” que não tem melhoras e que se perde no tempo, no qual incluo as escolas sem piscina e que não levam os seus cães até mar, rios e lagoas. Também não compreendo porque as creches caninas e outros espaços que recebem cães durante o dia, para já não falar nos hotéis caninos, prescindem das piscinas e cobram tanto, o que tem trazido para o panorama canino uns quantos charlatões e “caramelos”, indubitavelmente mais chegados aos proventos do que ao bem-estar dos animais que albergam. Deixo ainda uma pergunta no ar: “Deverá um hospital veterinário privar os seus pacientes dos benefícios de uma piscina para manter a sua qualidade de vida e proceder  também à sua convalescença e recuperação? Eu julgo que não, mas eu sou um mero e limitado treinador de cães! E os políticos que se dizem seriamente apostados no bem-estar animal, não deveriam ser os primeiros a reclamar por piscinas municipais para cães? Uma piscina é um bem sempre à mão e quando aquecida, mesmo com o mar revolto e com um frio de rachar, opera em qualquer estação!

(1) O tratamento UV da água é um método comum de combate aos microorganismos nos sistemas de tratamento de águas. Este procedimento trata apenas as bactérias que passam na lâmpada UV e deve ser considerado um guardião do portal. Este procedimento não garante protecção a longo prazo.

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