Chama-se
“MOUILLE TES PATTES”
(Molha as tuas patas), é a primeira piscina para cães em França, foi inaugurada
no início deste mês em Mérignac, perto de Bordeaux, no Departamento de Gironde,
obra levada a cabo por um apaixonado por cães e pensada para acolher animais
com mobilidade reduzida no intuito de reduzir-lhes as dores e proporcionar-lhes
momentos de puro relaxamento. Nela todos os cães são bem-vindos, desde os mais
novos aos mais velhos, quer sejam saudáveis ou doentes. “Tenho tantos cachorros
enérgicos como adultos”, confirma Laurence Pech, fundador daquele espaço. “Acolho
cães atléticos, outros que estão a envelhecer e também os muito medrosos” –
disse ainda.
Diga-se
em abono da verdade que os cães mais idosos podem deslocar-se à piscina para
aliviar as suas dores, principalmente as relacionadas com a osteoartrite. Na “MOUILLETES PATES”,
tudo foi pensado para promover o bem-estar e a segurança dos cães, como é o
caso da água da piscina que não leva cloro e que é desinfectada por tratamento
UV (1). As
plantas nela presentes, destinadas a estimular o olfacto canino, são
comestíveis. Este estabelecimento dispõe ainda de uma sala para ginástico e de
um local destinado à lavagem e à secagem, sendo ali recebidos diariamente uma
dezena de cães. Até ao final do próximo mês – julho – cada ida à piscina custará
20 euros e 25 euros depois dessa data. Laurence Pech já pensa aumentar os seus
serviços ao querer trazer um osteopata animal e um adestrador canino para
juntar o útil ao agradável.
Escusado será falar das vantagens que
as piscinas oferecem aos cães, piscinas que são inclusive a alternativa mais viável
às praias para cães em termos de investimento, ausência de conflitos e
protecção ambiental, opção que certamente agradará àquelas autarquias
preocupadas com o bem–estar animal – as ditas “DOG
FRIENDLY”. Em Portugal, tudo o que se faz e não faz em matéria
de adestramento canino acaba por revelar um amadorismo desconchavado e de pé
descalço, um “desenrasca” que não tem melhoras e que se perde no tempo, no qual
incluo as escolas sem piscina e que não levam os seus cães até mar, rios e
lagoas. Também não compreendo porque as creches caninas e outros espaços que
recebem cães durante o dia, para já não falar nos hotéis caninos, prescindem
das piscinas e cobram tanto, o que tem trazido para o panorama canino uns
quantos charlatões e “caramelos”, indubitavelmente mais chegados aos proventos
do que ao bem-estar dos animais que albergam. Deixo ainda uma pergunta no ar: “Deverá
um hospital veterinário privar os seus pacientes dos benefícios de uma piscina para
manter a sua qualidade de vida e proceder também à sua convalescença e recuperação? Eu
julgo que não, mas eu sou um mero e limitado treinador de cães! E os políticos
que se dizem seriamente apostados no bem-estar animal, não deveriam ser os
primeiros a reclamar por piscinas municipais para cães? Uma piscina é um bem
sempre à mão e quando aquecida, mesmo com o mar revolto e com um frio de rachar,
opera em qualquer estação!
(1) O tratamento UV da água é um método comum de combate aos microorganismos nos sistemas de tratamento de águas. Este procedimento trata apenas as bactérias que passam na lâmpada UV e deve ser considerado um guardião do portal. Este procedimento não garante protecção a longo prazo.
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