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As mulheres do Irão encetaram uma verdadeira luta de libertação aparentemente sem fim à vista. Encontram-se miseravelmente sozinhas e por enquanto não podem contar com o apoio dos homens, também eles vítimas do regime que não conseguem sacudir e que os leva a escravizar mães, irmãs e esposas, como se Fátima, a filha do Profeta, não fosse uma das cinco figuras sagradas da cultura islâmica. Não é só no Irão e nos países muçulmanos que existe discriminação de género, no mundo ocidental também, onde a igualdade entre homens e mulheres em termos de oportunidade, cargos, carreira, empregos e salários é ainda uma meta por atingir. Porventura a sociedade machista que carregamos até aos nossos dias foi alguma vez perfeita? Evitou guerras, genocídios, conflitos e toda a casta de injustiças? Conseguiu ela erradicar algum crime do seu seio? Será o medo pelas mulheres instintivo e haverá em todas as culturas a lenda enraizada de uma Lilith qualquer? É possível, mas não podemos fazer das mulheres a expiação das faltas dos homens nem fundamentar qualquer sociedade com base na sua escravidão, como sucede no Irão, onde as mulheres já são fadadas antes de nascer, não conseguem ser aquilo que querem e seguir a sua vocação individual, unicamente pela sina ou má sorte de terem nascido mulheres. A luta pela liberdade destas iranianas é uma batalha global e como total, se os iranianos não conseguirem resgatá-las, outros as libertarão através da justificada luta pelos direitos humanos.
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