domingo, 18 de junho de 2023

PARECE QUE OS CÃES MORDEM MAIS NOS DIAS QUENTES E NUBLADOS

 

Segundo um recente estudo norte-americano, parece que os cães, à imitação dos humanos, ficam mais irritados quando as temperaturas sobem e os níveis de poluição do ar aumentam, muito embora os seus autores reconheçam a necessidade de novas pesquisas para confirmar essa possibilidade, conforme disse o autor principal do estudo, o Dr. Tanujit Dey, do departamento de cirurgia do Centro de Cirurgia e Saúde Pública do Brigham Women’s Hospital em Boston (foto abaixo).

Os pesquisadores usaram neste estudo dados de ataque à dentada de cães de 2009 a 2018, em oito cidades dos Estados Unidos: Dallas, Houston, Baltimore, Baton Rouge, Chicago, Louisville, Los Angeles e New York. Os dados incluíram mais de 69.000 dentadas de cães relatadas, uma média de três por dia ao longo de 10 anos. Quando os pesquisadores compararam essas informações sobre mordidas com os níveis diários de material particulado fino (PM2,5 - ozónio, temperatura, luz ultravioleta e precipitação, eles descobriram que os ataques caninos aumentaram 11% nos dias com níveis mais altos de UV; 4% em dias de temperatura mais alta; e 3% em dias com aumento dos níveis de ozónio.

Os ataques caninos diminuíram 1% nos dias com maiores níveis de chuva. Não sofreram qualquer alteração nos dias com níveis mais altos de poluição do ar PM2,5. Os resultados deste estudo foram publicados online na revista Scientific Reports, no passado dia 15 de junho, quinta-feira. Estes registos não incluíram informações sobre outros factores que poderiam ter despoletado o ataque individual de um cão (raça, sexo e se o cão foi castrado/esterilizado ou não). Os dados também não incluíam informações sobre possíveis interações anteriores entre os cães e as suas vítimas, segundo adiantaram os pesquisadores num comunicado à imprensa. Em pesquisas anteriores, dias quentes e poluídos foram também associados ao aumento da agressividade em macacos Rhesus e diferentes ratos, segundo observaram os autores do estudo.

Há pessoas que se comportam de diferente modo em dias diferentes (diz-se que “estão iguais ao dia”), pelo que não me custa acreditar que o mesmo aconteça com os cães. Porém, o presente estudo está longe de ser conclusivo e parece ser mais um trabalho para dizer que os seus autores estão vivos e que não devem ser esquecidos. Os cães, mais do que nós, encontram-se mais dependentes do relógio biológico, pelo que as mudanças climáticas por um lado e as alterações meteorológicas por outro podem suscitar-lhes ou induzi-los a alterações de comportamento. Seguindo a mesma ordem de ideias, parece que nem tudo é mau no aquecimento global, pois o aumento da temperatura na Grã-Bretanha deverá fazer diminuir ali a incidência da “SASONAL AFFECTIVE DISORDER (SAD), mal que sempre afectou muitos britânicos durante o inverno (cerca de 2 milhões), condenando-os nessa ocasião e perante uma fase mais aguda da doença a sofrer de uma depressão caracterizada pela perca de interesse por actividades de que anteriormente gostavam; pela experiência da perca de apetite ou de peso; a sofrer alterações de sono (hipersónia); a terem a percepção de estar mais lentos ou agitados; a sentirem-se com menos energia; a julgarem-se desesperançados e sem qualquer valor; a terem dificuldades de concentração e frequentes pensamentos de morte e suicídio. Será que o amor dos britânicos pelos cães tem a ver com isto, uma vez que acusam privilegiadamente as alterações providas pelo relógio biológico? Sempre há mistérios!

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