terça-feira, 6 de junho de 2023

OS AMERICAN BULLY JÁ DESPACHARAM 9 NO REINO UNIDO

 

O American Bully está a merecer a atenção dos britânicos depois dos seus ataques fatais, sendo responsável no Reino Unido por nove mortos desde 2021 ou seja por metade das mortes relacionadas com cães no Reino de Carlos III. Nos últimos anos este matulão yankee tornou-se rapidamente numa das raças caninas mais visíveis na Gran Bretanha. A raça não é reconhecida por nenhuma das principais associações de cães do Reino Unido, o que significa que não se sabe ao certo quantos exemplares tem nas Ilhas Britânicas. Todavia, a frequente aparição destes cães nos noticiários, muitas vezes associados a situações trágicas, indicia que eles estão ali mais presentes do que nunca. O American Bully é uma versão mais recente do American Bulldog e apresenta geralmente quatro tamanhos: Standard, Pocket, Classic e XL, sendo os exemplares com mais de 50 cm de altura (20 polegadas) considerados XL. Estes cães já mataram 6 adultos e 3 crianças desde 2021 para cá, cerca de metade das mortes ocorridas com cães no Reino Unido.

Como se calcula, um molosso destes não pode ser recomendado para donos sem experiência ou que tenham crianças no seu agregado familiar, apesar das duas pessoas que matou este ano serem adestradores caninos experientes. Natasha Johnston, uma dog walker de 28 anos, foi rasgada até a morte enquanto passeava com oito cães em Surrey, no passado mês de janeiro. Um dos cães, um robusto American Bully XL de quem era proprietária, foi considerado o responsável pela sua morte após um relatório veterinário forense, sendo posteriormente sacrificado. No mês passado, Jonathan Hogg, um cuidador de cães de 37 anos da Grande Manchester, estava a brincar com um cão igual quando ele o atacou, atirando-se à sua garganta. Hogg morreu mais tarde no hospital. Polícias armados foram trazidos para controlar o cachorro, que a polícia da Grande Manchester disse “representar um risco significativo” para o público antes de o abater.

O United Kennel Club, um Kennel Club dos Estados Unidos e uma das poucas organizações a reconhecer a raça, diz que o American Bully é “antes de tudo, um companheiro, exibindo confiança com entusiasmo e exuberância pela vida” e descreve o seu comportamento como “gentil e amigável"!? Embora haja apelos para que a raça seja banida, a orientação de algumas organizações caninas britânicas sugere que isso pode não ser suficiente para resolver o problema. O Kennel Club, com sede no Reino Unido, disse: “A legislação específica sobre as raças ignora os factores mais importantes que contribuem para os incidentes de mordidas – principalmente o comportamento antissocial de donos de cães irresponsáveis que os treinam para serem agressivos ou que não os treinam adequadamente”. Os American Bully podem ser comprados em anúncios classificados e sites da comunicação social, muitas vezes desprezando e ignorando os criadores éticos de cães. Uma investigação da BBC One Panorama em janeiro descobriu que um traficante de drogas estava a vender online cães destes a partir da prisão. Se o American Bully for eventualmente banido, ele irá juntar-se a apenas quatro raças de cães proibidas no Reino Unido: o Pitbull terrier, o Tosa japonês, o Dogo Argentino e o Fila Brasileiro. Exceptuando o Pit Bull, as restantes raças quando comparadas com o American Bully são literalmente cachorrinhos de leite, cuja proibição assenta noutras razões, não se podendo excluir delas as de natureza política.

É bom saber que o American Bully deverá ser treinado e regrado precocemente (aos 3 meses de idade), que um muito-dominante, quando ligeiramente contrariado, pode ser uma arma apontada ao pescoço do dono e às suas crianças; que um dominante, por querer fazer sempre a sua vontade, poderá rebelar-se, procurar a confrontação e agir depois dolosamente. A escolha de um cachorro submisso poderá diminuir significativamente os risco de confrontação indesejável e a opção por uma cadela parece ser a escolha mais acertada. Porém, se não tem conhecimento suficiente para escolher cães – não o faça – procure quem saiba para não se arrepender seriamente mais tarde. Há American Bullies amorosos? Sem dúvida e deveriam ser esses os escolhidos para reprodução, o que nem sempre acontece.

PS: Já há por cá alguns American Bully identificados como rafeiros, como cães sem raça definida.

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