quarta-feira, 14 de junho de 2023

NÃO É FÁCIL VIRAR AS COSTAS AO GERÊS E DIZER ADEUS AO MINHO

 

De um jeito ou de outro, a maioria dos portugueses com ascendência europeia está directa ou indirectamente relacionada com o Minho, pelo que esta província acaba por ser a casa de todos nós, uma região onde nos sentimos bem e que não pára de fascinar-nos pelas suas paisagens, pela hospitalidade das suas gentes, pela sua gastronomia e pelos seus usos e costumes, que nos trazem de volta um antigo e aparentemente perdido mundo celta que se estende pela restante Galiza, porque os galegos são os minhotos de Espanha e os minhotos são os galegos de Portugal. Vai-se ao Minho para lá voltar e teme-se nunca mais o ver. O Gerês é para nós mais do que um mero parque natural, porque nele existem belezas paisagísticas pouco vistas e várias espécies endémicas, terreno livre para andar e sustentar a evasão que há em cada um de nós. É de lá que a Maria está a regressar com a Liliana e o CPA Dobby e não vai ser fácil virar as costas ao Gerês e dizer adeus ao Minho. Na foto acima vemos, num momento de extravasação, a Maria encavalitada em cima de uns tocos na companhia do seu cão. Na localidade de Calvos, na Póvoa do Lanhoso, conforme se pode ver abaixo, vemos com alguma dificuldade o CPA Dobby debaixo de um carvalho-alvarinho (Quercus robur L.) com 700 anos de idade, considerado o mais antigo da Península Ibérica.

Numa passagem por Guimarães, considerada cidade-berço da Nação porque ali nasceu D. Afonso Henriques que viria a ser o primeiro rei de Portugal, na base da sua estátua, a Maria colocou o seu cão para assinalar a passagem de ambos por aquele lugar histórico. O Dobby ignora e vai continuar a ignorar tudo o que diga respeito a D. Afonso Henriques, mas sabe que deve obediência à sua dona e se ela o mandou para ali, foi para lá que ele foi, apesar de pouco ou mal se ver.

Do que o Pastor Alemão gostou foi do campo aberto à sua frente, da liberdade de andar por todo o lado sem encontrar gente, do contacto da natureza que lhe aflorou os poucos instintos que lhe restam e das contínuas excursões que empreendeu na companhia da sua dona, pessoa que considera o melhor dos seus bens. Inevitavelmente, face ao calor que se fazia sentir e com a permissão da dona, na reserva da biosfera transfronteiriça – Gerês-Xurés, o Dobby lançou-se alegremente à água, ecossistema fluvial pelo qual nutre especial preferência, conforme atesta a foto seguinte.

Assim se despediu este lupino do Gerês onde foi tão feliz, nadando em águas límpidas, serenas e incontaminadas, provenientes de montanhas atemporais que atraem quem ousa descobri-las e visitá-las. Ele foi ao Gerês mas não ficou no carro ou no hotel, pisou-o, cheirou-o e sentiu-o na sua pele – que grandes férias teve este cão!

É evidente que a Maria e a Liliana também tiveram uns dias de merecido descanso e alguma diversão, comeram bem, viajaram muito, conheceram coisas que desconheciam, tiveram novas experiências e já estão hoje a caminho de casa, com o inseparável Dobby no banco traseiro do carro, que se alegrará vivamente quando finalmente chegar à porta da sua casa, território que considera seu e onde coabita com a sua líder. Quanto a si, caro leitor, aconselho-o veementemente a visitar o Minho quanto antes e se porventura tiver um cão, leve-o consigo - não fique por visitar Viana!

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