Existe
um conflito latente e generalizado, sem fim à vista, entre os amantes de cães e
aqueles que os odeiam. Na prática, atendendo ao fim procurado, uma isca
envenenada outra coisa não é do que uma mina, sendo a arma mais usada pelas
milícias anticão mormente nas grandes cidades. Esta “guerra” há anos que se estendeu
à Península de Mornington (Shire of Mornington Peninsula), a sudeste da área
metropolitana de Melbourne, em Victoria, na Austrália, onde há vários anos são
os cães assim eliminados, tanto em Mornington como em Mount Martha, depois de
ingerirem restos de animais que se acredita terem sido envenenados com veneno
de rato.
Neste
momento o Conselho do Condado da Península de Mornington não pode ainda
adiantar mais detalhes sobre o envenenamento de um cão em Tootgarook, mas o
MORNINGTON PENINSULA
DOG RESCUE está a alertar os proprietários caninos da
região para o perigo da existência de iscas envenenadas, de carne envenenada
com toxinas como isca para raposas, em trilhos de caminhada e nos parques de
Melbourne até à citada península. A porta-voz deste grupo de bem-estar animal,
Erin Shaw, disse que sempre houve pessoas que deliberadamente fizeram mal aos
cães e que os seus donos deverão continuar a ficar atentos, alertando para a
importância de circularem com eles atrelados nos locais públicos.
Alguns
donos de cães disseram também que os seus animais foram afectados por
peixes-balão, vivos ou mortos, levados para as praias que rodeiam a Península,
cujo odor atrai os cães. Como o peixe-balão é tóxico para pessoas e animais,
ele não deve ser tocado (na semana passada um cão foi levado de urgência para
um veterinário em Rosebud, depois de haver tocado num peixe-balão). As farpas
deste peixe podem ainda injectar veneno após serem arrancadas e não se conhecem
antídotos para as suas toxinas, que podem causar doenças graves e até a morte.
Os sintomas começam entre 20 minutos e duas horas depois do peixe ter sido tocado
ou comido. O poster de uma página da cidade litoral de Rosebud no Facebook
aconselha as pessoas a usar luvas ou a valer-se de gravetos para pôr no lixo os
peixes-balão mortos que encontrarem nas praias.
Estou em crer que este conflito poderá ser amenizado quando passarmos do “estado de graça” que nos leva só a ver vantagens na aquisição de cães e passarmos a considerar também as suas desvantagens e os seus riscos para a saúde humana. Neste sentido, urge criar parques separados, uns para as pessoas sem cães e outros para aqueles que não podem viver sem eles. Atendendo ao risco de possíveis infecções, nada mais me arrepia do que ver um proprietário canino a apanhar o cocó do seu cão e ir-se embora, para depois vir um bebé mexer ou levar as mãos à boca naquele mesmo sítio!
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