Estou
a referir-me a um Labrador amarelo chamado Ike, designado como “cão de
instalação” que vai juntar-se à guarnição do USS Wasp, um navio de guerra
anfíbio da Marinha dos Estados Unidos, para melhorar a moral e a saúde mental
do pessoal a bordo (marinheiros e fuzileiros navais). Um cão com estas funções
dá muito jeito em qualquer navio seja de que marinha for, mas não resolveria os
problema técnicos e a falta de segurança no NRP Mondego, navio da Armada
Portuguesa atribuído à zona marítima da Madeira, onde ineditamente mais de uma
dezena dos seus militares se negou a cumprir a missão que lhe foi confiada –
acompanhar a passagem de um navio russo que passava a norte da Ilha de Porto
Santo. Ao contrário da Marinha Portuguesa, que tem missões a mais para o material
obsoleto que tem, a marinha norte-americana está em constante modernização. O
USS Wasp, para onde vai o Labrador Ike, é um porta-aviões e um navio de assalto
anfíbio, projectado especificamente para acomodar o novo Landing Craft Air Cushion
(LCAC), próprio para movimentar rapidamente tropas sobre as praias, e o Harrier
II (AV-8B), jactos de descolagem e aterragem verticais/curtos (V/STOL) que
fornecem apoio aéreo aproximado para as forças de assalto (na foto abaixo).
Material
bélico à parte, o Ike desde cachorro que treina no MUTTS
WITH A MISSION, uma organização sem fins lucrativos que
treina cães de serviço de classe mundial para veteranos com deficiência,
bombeiros, socorristas e polícias a custo zero para os destinatários. Foi ali
treinado para vir a ser colocado como um conselheiro de resiliência de
implantação a bordo do Wasp. Questionada acerca das funções do cão, Brooke
Corson, fundadora e treinadora de cães, disse a propósito: “O Ike (na foto
seguinte) irá trabalhar ao lado do seu treinador para fornecer serviços como
alertar sobre a ansiedade de outras pessoas e responder a tragédias a bordo em
casos individuais. Existem tarefas para as quais ele é
treinado para ajudar a aliviar a ansiedade, como quando os indivíduos precisam de
relaxar e reorientar-se. Ele também pode aplicar pressão directa a alguém que
está a ter um ataque de ansiedade e ajudá-lo a resolver isso."
O programa da Mutts With A Mission é recente. A organização acabou de instalar outro cão, o Sage, a bordo do USS Gerald R. Ford. O Wasp será o primeiro navio LHD (landing helicopter dock) a receber a bordo um cão de instalação enquanto o programa ainda está na fase piloto com a Marinha e o Departamento de Defesa. Embora Ike tenha treinado desde as 8 semanas de idade para ser um cão de serviço, só agora o labrador amarelo se qualificou para ser um cão de instalação, disse Corson.
Os cães de serviço completam o mesmo programa rigoroso
de treino dos cães de serviço. No entanto, em vez de ajudar um indivíduo com
deficiência, eles ajudam várias pessoas a lidar após um evento traumático ou
ambiente excessivamente stressante, de acordo com o site do Mutts With A
Mission. “Não decidimos antes do fim se eles serão ou não um cão de serviço”, explicou
Corson. "Queremos realmente garantir que eles consigam o emprego em que
são melhores e [onde] são mais felizes." Está claro que Ike "adora
estar a bordo do Wasp", informou a mesma treinadora. "Ele adora a
energia do navio e estar sempre ocupado. Portanto, este é um ajuste perfeito
para ele."
Um
navio de assalto anfíbio é projectado para implantar e apoiar forças terrestres
em terra, com capacidade para hospedar tanques, helicópteros, uma variedade de
veículos de apoio e carga. A embarcação fez sua grande entrada na cidade de Nova
York na semana passada no final do desfile cerimonial de navios da Fleet Week.
O USS Wasp, que tem 843 pés de comprimento (256.9464m), pode transportar até
3.000 pessoas em plena capacidade. O Wasp abriga a "arma mais
importante" dos militares dos EUA, que é o Corpo de Fuzileiros Navais e a
Marinha, disse David Forster, presidente da Amphibious Warship Industrial Base
Coalition, em entrevista à Fox News Digital. O "propósito pretendido"
do navio é transportar os seus membros para servir em áreas específicas de
necessidade, incluindo ajuda humanitária, protecção da pátria contra ataques
anfíbios, segurança nacional e outras missões, explicou este especialista.
Quando o navio de guerra multibilionário fez a sua grande entrada na cidade de
Nova York, Ike pôde participar das festividades da Fleet Week, disse orgulhosa
a treinadora Corson.
Mais depressa do que se espera, também as nossas Forças Armadas virão a ter cães destes, cuja necessidade e proveito são mais do que evidentes. Ainda sobre o caso do NRP MONDEGO, para além material moderno, falta pessoal à nossa Marinha para assumir as suas missões. Eu não sei se aqueles sargentos amotinados foram heróis ou vilões, mas estou em crer que os seus serviços virão a ser brevemente solicitados (se já não foram). A culpa jamais será de quem anda no mar obrigado a improvisar, mas dos sucessivos governos que, incapazes de governar, têm vindo gradualmente a hipotecar a nossa soberania e o nosso mar.
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