segunda-feira, 5 de junho de 2023

REMANSO CAMPESTRE

 

Este sábado a instrução decorreu numa pequena povoação cujas coordenadas geográficas são 38,5232 Norte, -8,8029 Oeste, mais propriamente no campo de um clube de futebol esquecido e de ignotos associados. O nome da terra é de origem italiana “faraglione”, nome masculino dado a uma ilhota ou a um penedo escarpado à flor da água, sendo também aplicado a um cabo formado por uma alta montanha (penso que o nome da localidade advém do primeiro caso). Curiosamente, nos tempos em que o Paulo Jorge era mais atrevido, alguém raspou numa placa toponímica a primeira consoante do nome desta localidade, vindo depois o nosso amigo a substituí-la por “C” maiúsculo de acordo com a irreverência da idade. Do plano de aula constavam alguns exercícios de ginástica, outros tantos de obediência, duas manobras de ocultação e uma de invasão ou resgate, dependendo isso do objectivo dado ao seu uso. Na foto acima vemos o CPA Dobby a ultrapassar uma “VERTICAL CRUA” com 110 cm de altura com a sua condutora quase a fazer o mesmo. Na foto que se segue é possível observar a CPA Gaia a executar um SLALOM ao redor de uma fila de pinheiros, onde são notórias a alegria do animal e a aplicação do seu condutor.

Depois dos exercícios simples de ginástica, exercícios necessários para a manutenção dos cães de trabalho e que são do seu agrado e conhecimento, passámos para o SALTO DE UM MURO DE ALVENARIA com 1,8 m como parte do currículo das MANOBRAS DE INVASÃO OU RESGATE. Na foto seguinte podemos ver a 1ª fase do ensino do exercício, com o CPA Dobby a ser conduzido à trela pelo Jorge e com a sua dona a chamá-lo, a dar-lhe ânimo para vencer a tarefa e a recompensá-lo.

O mesmo condutor, agora com a sua cadela, a CPA Gaia, conseguiu igualmente vencer aquele muro, servindo-se do seu pequeno filho como subsídio de ânimo, o que funcionou na perfeição, uma vez que a cadela cresceu ao lado dele e onde ele estiver, ela estará por perto (o Jorge tem que aprender a passar para além da linha de transposição para ajudar a cadelinha, porque doutro modo o animal terá maiores dificuldades em passar os pés).

Com uma classe constituída exclusivamente por pastores, não houve necessidade de adaptações ou de variação de tarefas, o que tornou o trabalho mais célebre. Na foto abaixo vemos os 3 pastores na linha de chamada à espera de serem chamados pelos donos, cada um em sua vez e contar da direita.

O trabalho da IMOBILIZAÇÃO À LINHA foi desenvolvido à sombra acautelando o pouco acerto dos cães e a sua correcção, já que o sol ia quente e não procurávamos o cansaço e a saturação dos cães. Nenhum deles se destacou neste exercício de obediência pelo que os seus donos já têm trabalho para casa.

Iniciámos ontem também o ensino de uma nova manobra de ocultação – O ENVIO DO CÃO PARA O SEU LOCAL DE VIGILÂNCIA – servindo-nos de um pequeno cubículo de alvenaria cujo propósito desconhecemos. Todos os binómios conseguiram vencer as fases preparatórias da manobra. No GIF seguinte é possível ver o desempenho do binómio Jorge/Gaia distante 25 m do abrigo escolhido.

Como importava também testar os comandos de obediência nas situações reais, todos os binómios foram convidados para executar o “À FRENTE” numa pequena encosta arenosa coberta de caruma, o que dificultava ainda mais o desempenho binomial.

Cão de grande poder físico e de decisão inabalável, depois de compreender o exercício, o Dobby rebocou a sua dona com quanta força tinha, mostrando que podem contar com ele nas mais variadas situações e apuros.

Os binómios foram ainda convidados para outra MANOBRA DE OCULTAÇÃO que se presta igualmente como MANOBRA DE INVASÃOO SALTO DE UMA JANELA. No GIF seguinte é possível observar o desempenho do CPA Bohr sem qualquer hesitação ou demora.

Como prova do êxito dos cães no muro, aqui fica o desempenho da CPA Gaia, que seria ainda melhor se o Jorge ultrapassasse a linha do muro, porque o seu adiantamento faria com que a cadela chegasse lá acima ainda mais depressa e com menos dificuldade.

No final da aula, com a maré engalanada pelo cantar dos pássaros e sem vento que nos aliviasse, tirei uma foto do grupo à sombra mas a acusar o calor, onde a boa disposição de donos e cães se fez sentir mais uma vez.

Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Jorge/Dobby; Jorge/Gaia; Maria/Dobby e Paulo/Bohr. A Stephanie não compareceu por ter sio acometida por um violento ataque de diarreia, o que penso não ter afectado mais alguém que não compareceu. Os cães adaptaram-se perfeitamente àquele novo ecossistema e os trabalhos decorreram debaixo de absoluta normalidade. Quero daqui enviar saudações para a “Família da Pomba Mansa”, agora em Angola e que cá deixou saudades. Hoje retomaremos a nossas actividades.  

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