António Guterres, secretário-geral da ONU (UN), é um socialista convicto e um fervoroso católico, o que não é muito comum de ver-se, porque isto de servir a dois senhores não é coisa fácil, sendo natural amar-se um e desprezar-se o outro, num apelo à convergência das nações contra as alterações climáticas, disse a determinada altura do seu discurso inaugural na Cimeira sobre o Clima (COP27), realizada em Sharm-el-Sheik, no Egipto: “Estamos numa auto-estrada para o inferno climático com o pé no acelerador”. Estaremos às portas do Apocalipse? Por que razão usou Guterres o termo “inferno? Seria influenciado por algum profeta ou estaria ele mesmo a sê-lo? Estaria a ser afectado pelas suas convicções religiosas e a alertar para a iminente destruição do planeta? Penso que sim, mas também creio que os mais poderosos deste mundo, à imitação dos zombadores de Noé e da sua arca, continuam a não dar crédito aos seus avisos - à sua pregação. Guterres, como outros antes dele fizeram, não está a vender terrenos no céu, mas a apelar à salvação deste maravilhoso planeta onde vivemos. Eu dou-lhe ouvidos e espero que muitos mais o oiçam para o bem de todos, retardando um processo que, aos olhos de hoje, parece irreversível.
terça-feira, 8 de novembro de 2022
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário