sexta-feira, 25 de novembro de 2022

EXCELENTE POST CARD PARA A “PÉROLA DO ATLÂNTICO”

 

Deverá o direito de informar sobrepor-se ao interesse nacional? As opiniões dividem-se: grande parte dos jornalistas dirá que sim e os adeptos da censura dirão abertamente que não! Néscio como sou, não tenho opinião, mas arrisco dizer que nem tudo pode ser dito diante do superior interesse da Nação. A indústria portuguesa mais rentável, da qual até o Santuário de Fátima depende, não é a dos têxteis ou a do calçado, mas sim a do turismo que, como toda a gente sabe, necessita ciclicamente de ser incrementada através de novos investimentos, de optimizar ou modernizar os seus serviços e de optar pela variedade e qualidade das suas ofertas – de dinheiro - tudo isto para fazer frente à concorrência de países estrangeiros, devendo por isso ter sido alvo do interesse de sucessivos governos que apenas lhe deram pequenas e envergonhadas bolsas de oxigénio. Já tivemos a experiência da Pandemia e sabemos quais os reflexos que teve e ainda tem na nossa economia. Se porventura a torneira do turismo fechar, Portugal não se irá só queixar da seca extrema!

Alguém consegue imaginar a Ilha da Madeira sem turismo e turistas? À “Pérola do Atlântico”, como é há muito conhecida nos cartazes turísticos, só restam duas hipóteses: ou aposta ainda mais no turismo ou irá voltar tristemente a subsidiar a emigração. Muito já lá se fez nos últimos 50 anos, mas de um momento para o outro poderá vir a ser um ponto perdido e sem interesse no Atlântico, caso o seu bom-nome e a hospitalidade das suas gentes venham a ser postos em causa. Manchetes como a seguinte podem induzir a isso: “Polícia dispara sobre cão pit bull atiçado para atacar por dono criminoso. Animal sobreviveu e o dono foi preso por resistência e coação, mas acabou libertado por determinação do Ministério Público”. Um turista estrageiro que pense em ir visitar a Madeira pela primeira vez e ali encontrar paz, não ficará confuso? Não poderá pensar pelo título acima que o crime violento anda à solta pela Ilha, que a polícia não é respeitada e que a justiça não faz o seu trabalho? Será esta notícia um excelente post card para a Ilha da Madeira e para as suas gentes? A quem interessará a notícia? A quem procura escândalos e preciso de vendê-los, aos ociosos e também aos psicopatas! Algumas notícias, não só na Internet, acabarão por subsidiar crimes raros até aqui ou nunca experimentados, graças à exposição pública de certos factos ou detalhes. Não estará já na altura de entregarmos a Madeira aos madeirenses e de a deixarmos em paz? Não dispensará ajudas continentais destas?

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