Eu
não sou saudosista por ser naturalmente um inconformado, muito embora a idade tente
seduzir todos com a saudade, atingindo de modo contundente os que se julgam já
sem préstimo, aqueles que não procuram o que fazer e os que resistem à novidade
de vida, acabando inevitavelmente entregues à depressão da 3º idade, que os
isola, entrega ao queixume, condena-os à irritabilidade e acelera a sua partida
deste mundo. Todavia, tenho saudades da segurança de tempos idos, quando sozinho,
pela madrugada, ia do Lumiar até ao Terreiro do Paço em segurança e sem
encontrar vivalma, eventualmente algum polícia que me perguntava o que é que eu
andava por ali a fazer àquelas horas. Hoje ainda me arrisco a fazê-lo, mas com
as devidas cautelas por não saber aquilo que me espera. Por via da violência e
do crime, não só em Lisboa como em toda a parte, a insegurança tem vindo a
tomar conta da noite, acompanhando todos até aos lugares mais recônditos, como sucedeu
com uma senhora, há dois dias atrás, numa conhecida praia da Baía de St.
Heliers, na cidade neozelandesa de Auckland, quando decidiu passear à beira-mar
com o seu bulldog e intentava assistir ao nascer do sol, quando de repente se deparou
com 3 homens que chamavam o seu cão para dentro de água.
Perante
a resistência do animal em fazê-lo, um dos homens disse para outro agarrar o
cão e arrastá-lo até à água, onde pretendiam afogá-lo. No meio da aflição, o
cão reagiu aos seus raptores e avançou agressivamente para cima daquele que
tentava segurá-lo. Entretanto, a dona avançou para resgatar o Bulldog e
conseguiu livrá-lo dos seus algozes. Perante o insucesso, os 3 homens
refugiaram-se dentro de água e a dona do cão entendeu por bem fechá-lo dentro
do seu carro. O Bulldog ficou seriamente traumatizado e procura agora
insistentemente a companhia do seu boneco de peluche. A dona apresentou queixa
contra desconhecidos na polícia e inesperadamente descobriu que outros
moradores já tinham tido incidentes semelhantes com o mesmo grupo de pessoas.
Sem comentários:
Enviar um comentário