MANOBRAS DE EVASÃO
são retiradas estratégicas condicionadas que visam a evasão e a sobrevivências
caninas através de diferentes meios de ocultação e percursos extraordinários, e
que podem também ser utilizadas na procura da vantagem (surpresa) e no retomar
das acções capazes de levar à captura e à rendição de intrusos, isto no que
concerne aos cães de guarda, sendo primeiro manobras defensivas para depois se
transformarem em ofensivas através do contra-ataque. Estas manobras destinam-se
a todos os cães cuja morfologia, carácter e aptidão não obstem à sua
aprendizagem, particularmente aos guardiões e aos instalados em grandes
propriedades, jardins e outros locais de fácil acesso a fim de se evitar o seu
roubo ou domínio. Temos necessidade de ensiná-las aos cães porque ao contrário
dos lobos são mais humano-dependentes, não conseguindo por isso executá-las por
si mesmos e plenamente. O ensino destas manobras deverá ter o seu início aos 4
meses de vida dos cachorros e elas serão tiradas a partir das acções inatas caninas
mais recorrentes. Para além dos importantíssimos aspectos ligados à evasão e à
sobrevivência dos cães, as Manobras de Evasão contribuem também para um melhor apetrechamento
físico, psicológico e cognitivo dos animais convidados para o seu ensino e
prática.
Concorrem
ao ensino destas manobras dois grupos de cães: os cachorros que obtiveram
aproveitamento na ginástica durante o seu primeiro ciclo escolar (dos 4 aos 6
meses) e os cães adultos recém-chegados à escola com razoáveis índices de aptidão
física e cujo controlo por parte dos donos seja um facto. O ensino destas
manobras acontece primeiro com os cães à trela para depois serem executadas com
os animais em liberdade. Existe uma relação íntima entre a endurance canina e
estas manobras, porque o avanço na disciplina possibilita mais e melhor
sucedidas manobras de evasão, sucesso que se deve em grande parte à obediência,
porque sem ela a sua utilidade seria nula ou quase nula. O ensino das manobras
de evasão procura tirar partido das experiências felizes dos animais nos mais
variados tipos de obstáculos, potenciando-as para que se prestem à sua
autonomia nos casos de evasão, protecção e defesa de território, bem como a
acções condicionadas ou ordenadas à distância, preferencialmente por meios
inaudíveis. Accionar mecanismos de segurança; camuflar-se, correr;
cortar corda; escalar; escavar; esconder-se; familiarização com disparos;
nadar; ocultar indícios; perfurar; saltar; subir qualquer tipo de escada ou
rampa; trespassar labaredas; ultrapassar obstáculos de equilíbrio instável e
vencer passagens estreitas, são algumas das acções que são requeridas por estas
manobras e que acabam optimizadas. Assim sendo, no que concerne ao particular
da sua preparação, existe alguma similaridade entre elas e as disciplinas de
resgate e salvamento, até porque as manobras também se prestam ao socorro dos
donos.
Infelizmente nem todos os cães alcançarão o aproveitamento necessário nestas manobras, a maior parte deles por culpa de uma obediência precária e não tanto pela sua impropriedade física ou psíquica, sobrando também alguns casos em que a má qualidade dos adestradores castra o seu global aproveitamento (há tanta gente que gosta de brincar aos cãezinhos!). Como se depreende as Manobras de Evasão são para ser usadas em circunstâncias extraordinárias, muito embora o seu treino jamais deva ser abandonado, porque importa ter os cães preparados para as circunstâncias que poderão enfrentar. Pondo de parte as exigências referentes à disciplina canina de guarda, as Manobras de Evasão, para além de ajudarem a combater o roubo dos cães e a eventual violência sobre eles, poderão significar a diferença entre a vida e a morte dos animais, quando rodeados pelo fogo, expostos à devastação própria das tempestades ou sujeitos aos mais diversos cataclismos como é o caso de terramotos e inundações. Assim, treinar hoje manobras de evasão é preparar os nossos cães para o dia de amanhã e tudo fazer em prol do seu bem-estar e longevidade – queremos tê-los mais tempo ao nosso lado!
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