Os
cães de trabalho atingem média, devido à sua própria genética e exigências do
seu serviço, a idade da reforma entre os 6 e os 8 anos de idade, passando praticamente
2/3 da sua vida a trabalhar. Raros são os cães que aos 6 anos de idade já
apresentam um desgaste bastante para serem reformados, muito embora os mal
nutridos e muito explorados sejam os que mais contribuem para este caso. O que
é mais comum é que os cães sejam dispensados dos seus serviços aos 8 anos de
idade, independentemente do seu bom estado de saúde, uma vez que não são
aposentados para morrer. Excepcionalmente há cães que podem trabalhar até aos
10 anos de idade, isto se o seu serviço não for por demais exigente do ponto de
vista físico e a sua máquina sensorial permaneça incólume.
Entre
os handlers e condutores civis, porque não têm que responder perante ninguém a
não ser pelos seus próprios cães, o que é óptimo para os animais, a aposentação
canina acontece por consenso aos 6 anos de idade, porque apostam na qualidade
de vida e na longevidade dos seus parceiros, longevidade que está directamente
ligada à sua genética, ao acompanhamento capaz do seu crescimento e também aos
cuidados de um veterinário competente, dedicado e atento. Chegar à idade da
reforma não significa jogar um cão para um canto e deixá-lo lá ficar, mas
interagir com ele para manter as suas capacidades tanto físicas quanto
cognitivas, sem contudo exigir-lhe os resultados dos seus tempos áureos, que
poderão fazer perigar-lhe a saúde. O nosso CPA Bohr já atingiu a idade da
reforma e como aposentado que é, só esporadicamente voltará a executar saltos
como aquele que o vemos fazer na foto seguinte.
A enfâse
do seu trabalho recairá agora sobre exercícios básicos de obediência para
manter-lhe a parceria e combater o envelhecimento precoce, muitas vezes
acompanhado pela senilidade. Ao invés de ser sujeito a vãs e penosas
repetições, deverá ser alvo de repetida recompensa. Nos obstáculos não deverá
ultrapassar os ditos “naturais”, perfeitamente ao alcance de um cão médio sem
grande esforço, que apontam para saltos verticais nunca superiores a 60 cm e
saltos em extensão com até 180 cm (o desempenho nos obstáculos deverá ser
espaçado e breve). Como importa conservar a sua máquina sensorial deverá ser
convidado em casa e na escola para agradáveis exercícios de pistagem.
Exercícios
como o que vemos no GIF seguinte deverão ser evitados, porque levam a um
esforço suplementar sobre os membros posteriores. Devendo ser substituídos por
outros mais propensos aos alongamentos e à flexibilidade, preferencialmente de
fácil solução, para que o animal não se veja obrigado a fazê-los. O Bohr
executou esta inversão de marcha sobre um muro de 18 cm de largura e elevado
num dos seus lados a 220 cm. A idade da reforma canina sempre será conhecida
como uma ocasião óptima para exercícios aeróbicos, particularmente para os cães
competitivos e que se viram sujeitos pelo condicionamento a um sem número de
exercícios anaeróbicos.
Na
enfâse que estamos a dar à obediência, optámos ontem por proceder a um
exercício de “CHAMADA
INTERROMPIDA”, à sombra, pela fresca, sobre relva
aparada e a distância e 20 metros, com miúdos ao nosso lado a jogar à bola e
com um conjunto de assistentes que não convidámos, mas que têm a Cáritas como
sua santa mãe. O Bohr compreendeu o exercício à primeira e de tal forma o
compreendeu que depressa passou “a dar baile” ao seu condutor, que erro aqui,
erro ali, demorou a atinar com a solução do exercício.
Voltarei a falar sobre a 3ª idade canina quando for urgente ou a pedido de outrem. Hoje debrucei-me sobre ela a propósito do CPA Bohr ter já alcançado os 6 anos de idade, o que não impede que continue a interagir com o seu dono e a ginasticar-se. O nosso conhecimento e cuidado têm levado os nossos Pastores Alemães a ter uma esperança de vida média de 14 anos, ainda que muitos vivessem até os 16 em razoáveis condições de vida.
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