quinta-feira, 23 de junho de 2022

O CADERNO DE VACINAÇÕES, UM SACO DE RAÇÃO PARA CACHORROS E … UMA GLOCK 26

 

Segundo o THE NEW YORK TIMES de hoje, sob o título “Never Mind Your Wallet. Armed Robbers Want Your French Bulldog”, o Buldogue Francês tornou-se numa das raças caninas mais caras dos Estados Unidos e a segunda na ordem de preferência dos norte-americanos, obrigando alguns dos seus criadores e proprietários a vir armados quando saem à rua com cão destes. Tal é o caso de um tal de Del Rosário, um criador californiano que, quando vai entregar um cachorro, leva sempre na sua bagagem o caderno de vacinações, um saco de ração e uma pistola Glock 26! Há uns dias atrás, pela tarde, o mesmo Del Rosário, enquanto exibia Cashew, um Buldogue Francês com 6 meses de idade foi peremptório: “Sempre trago a arma quando não conheço a área e as pessoas-“ Estes cães podem custar ali até 30.000 dólares ou ainda mais, se forem das variedades novas e modernas.

Os “Frenchies” estão a ser violentamente roubados aos seus donos com uma frequência alarmante. No ano passado foram relatados roubos em Miami, Nova Iorque, Chicago, Houston e em toda a Califórnia. Não raramente os cães são levados debaixo da ameaça de uma arma de fogo. O roubo mais mediático do ano transacto foi o dos dois buldogues de Lady Gaga, Koji e Gustav, que foram arrancados das mãos do seu handler, que foi agredido, estrangulado e baleado numa calçada de Los Angeles (felizmente sobreviveu ao ataque). A somar ao seu avultado custo, quem compra um adorável cãozinho destes arrisca-se a ficar com a paranóia “do ladrão quem tenta saltar a vedação do jardim” e a sofrer de hipervigilância quando sai com o animal à rua.

Neste contexto vale a pena conhecer o sucedido a Rita Warda numa noite fria de janeiro, uma moradora no Bairro de Adams Point, em Oakland, na Califórnia, quando passeava a sua Buldogue francesa de 7 anos e chegou um SUV, saindo de lá os seus ocupantes na sua direcção. Armados, obrigaram.na a passar-lhes a cadelinha para as mãos. Três dias depois, um estranho ligou-lhe e disse que tinha encontrado um cão a deambular perto de uma escola local. A Sra. Warda está agora a ter aulas de defesa pessoal e a aconselhar os donos de buldogues franceses a trazerem consigo um spray de pimenta ou um apito. Esta senhora não sabe por que razão os sequestradores lhe devolveram a cadela, suspeitando que tenha sido pela sua avançada idade, uma vez que estes cães têm uma vida mais curta do que os demais e 7 anos já é uma idade considerável para a raça.

Como os casos são mais que muitos, vou reportar-me a apenas mais um caso, o de Cristina Rodriguez, uma residente em Los Angeles, que em abril ao regressar a casa, em North Hollywood, alguém lhe abriu a porta do carro e levou-lhe a sua cadelinha preta e branca. A assaltada não se lembra de muitos detalhes e disse porquê: “quando você tem uma arma apontada à cabeça, você fica meio atordoado.” As imagens das câmeras de vigilância do bairro parecem indicar que os ladrões já a seguiam há 45 minutos!? Debaixo deste cenário e parafraseando um post do French Bull Dog Club of America, uma coisa é certa - Os criminosos estão a ganhar mais dinheiro a roubar Buldogues Franceses do que a roubar lojas de conveniência. Nos tempos do Far West roubavam-se cavalos e agora roubam-se cães. Nenhuma arma conseguiu acabar até hoje com os ladrões nos Estados Unidos, assim como não conseguiu acabar com a miséria e falta de instrução de muitos norte-americanos. Caso tal arma já houvesse sido descoberta ali, depressa a importaríamos também para nós, já que tanta falta nos faz (talvez não tanto como aos norte-americanos).

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