Não vou entrar na discussão se os cães amam
ou não, também não sou nada dado a avaliações antropomórficas, mas ao olhar
para o GIF acima, parece-me ver uma inequívoca manifestação passional, que
acontece desde o primeiro dia em que estes dois cães se viram, como se de amor
à primeira vista se tratasse. Será tal amor reflexo apenas de algum ou mais
instintos? Certo é que o Cão de Água Oliver não larga o Bouvier da Flandres
Duke, brincando somente um com o outro e longe dos demais, numa entrega que chega
a sensibilizar quem assiste às suas brincadeiras. É bem possível que estas
raças tenham tido na Idade Média uma origem comum, porque são várias as
características que as unem, quiçá obra de mercadores turcos que expandiram alguns
dos cães presentes nos territórios ocupados pelo Império Otomano, nomeadamente
da Hungria e da Península Balcânica, que chegaram ao Ocidente com credenciais de
cães pastores (aqui está um bom motivo para uma pesquisa genética – donde vieram
os cães de pelo de arame?) Que não se choquem do alto dos seus pergaminhos os
devotos do Cão de Pastor Alemão, uma vez que no princípio da raça também
estiveram presentes cães de pelo de arame na sua construção. Prova disso é que ainda hoje
se vêem exemplares CPA’s com pêlo revolto no dorso e também nas coxas - com “remoinhos”-,
como é comum ouvir-se dizer (tal é o caso CPA Bock entre nós). Quanto ao Oliver
e ao Duke, deixem-nos brincar, porque a sua alegria a todos contagia – faz-nos
bem!
PS: Há quem diga que os Pastores Alemães com “remoinhos” são por norma mais dóceis que os demais, o que obviamente não pode ser uma verdade absoluta. Além disto, os ditos “remoinhos” só aparecem após o desaparecimento do pêlo de cachorro, que se inicia por volta dos 4 meses de idade e que é acelerado pelo aparecimento da maturidade sexual nos cachorros.
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