domingo, 6 de fevereiro de 2022

NO DIA EM QUE O CÃO DE ÁGUA DECOBRIU O BOUVIER DA FLANDRES

 

Ainda antes de me referir às aventuras e desventuras do Cão de Água ao encontrar o primeiro Bouvier da Flandres da sua vida, quero destacar a prestação da sua dona nesta escola, menina de peso inferior aos 50 kg com um desembaraço e resistência notáveis, vocacionada para a obediência linear e portadora de uma capacidade de marcha invejável, uma verdadeira lebre nas nossas fileiras e um exemplo inspirador, a quem calhou por opção própria conduzir um Cão de Água de persistente teimosia. Na foto acima vemos a Inês com o Oliver em pleno esforço e no GIF abaixo a elegância da condutora e a souplesse do cão, o que nos leva concluir que, se a dona é uma lebre, o cão é um avião!

Uma vez tecidas estas considerações, vamos ao sucedido ao Cão de Água (Oliver) quando conheceu o Bouvier da Flandres (Duke), o primeiro da sua vida. O cão de raça portuguesa ficou totalmente apanhado pelo cão belga, nunca o perdendo de vista e tudo fazendo para estar junto dele, largando tudo e todos para estar ao seu lado, como se fosse um velho amigo finalmente reencontrado, comportamento que deixou a Inês simultaneamente perplexa e pouco ou nada satisfeita, porque a “paixão” do seu cão durou as mesmas horas que o treino. Há dias assim e não sobrou outro remédio à menina do que se impor sem reticências ao seu companheiro de 4 patas (na foto seguinte vemos o Bouvier Duke em pelo esforço).

Atleticamente não se pode exigir mais ao Cão de Água, que seria eventualmente melhor se tivesse um carácter mais confiante e menos temeroso, mostrando por isso algum receio nos obstáculos técnicos ditos de “carácter”. No GIF abaixo vemos o Oliver a atravessar um tronco suspenso dispensando qualquer ajuda da dona, que deveria tê-lo solto face à confiança demonstrada pelo animal.

De um modo geral, exceptuando o incidente com a Silvana, o José Maria conduziu razoavelmente as suas duas CPA’s negras, que atendendo ao seu tamanho parecem ser irmãs. Se com a Dream procurou o robustecimento da cachorra, com a Süße procurou recuperá-la de uma ninhada não programada e com algum risco por conta da sua tenra idade. Para valer à Dream nas tarefas escolares, o José Maria contou com a boa vontade e a disponibilidade do Carlos Silva, elemento neutro do Oliver.

Grande, brilhante e apta está a CPA negra Gaia, irmã da Dream, cadela-cão que é um poço de energia e um autêntico furação, que ao ser por demais voluntariosa mereceu o cognome de “Bela Vista”, numa alusão ao bairro de uma etnia onde o deputado André Ventura do partido Chega certamente não se sentiria à vontade e não seria bem-vindo. No GIF seguinte vemos a Gaia a saltar uma vertical mista.

No intervalo de um momento dedicado à obediência, do qual não temos fotos porque o fotógrafo (Paulo Jorge) também participou da actividade, pedimos a alguns binómios da classe em excursão para posarem para a foto, merecendo especial destaque a ternura do Carlos para a Inês, a cumplicidade entre o Lucas e o CPA Bock, o instinto maternal da Silvana e a fotogenia da Ann.

Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Carlos Silva/Dream; Davide/Loki; Inês/Oliver; Jorge/Gaia; José Maria/Dream; José Maria/Süße; Lina/Cocas; Lucas/Bock; Patrick/Duke; Paulo/Bohr e Pedro Mortágua/Jonas. O Pedro Rodrigues não compareceu por se encontrar a trabalhar e a Clarinda por outro impedimento. O binómio Arnaldo/Niki também não compareceu devido a afazeres profissionais. O tempo esteve estranha e maravilhosamente primaveril e os trabalhos decorreram de acordo com o Plano de Aula. Continua sem chover e se assim continuar breve seremos assolados por uma grave seca. E de Portugal é tudo, despedimo-nos como sempre com amizade e alguma saudade dos portugueses nossos amigos que se encontram longe deste bendito solo pátrio. 

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