Infelizmente
não temos ao nosso dispor o número de cães que morrem anualmente por descuido
ou incúria dos donos no mundo, mas estou convencido que não será nada pequeno,
até porque a maioria dos donos é por natureza pouco precavida, pensa que o mal
só acontece aos outros, ignora os perigos que cercam os seus cães e esquece ou desconhece
como protegê-los, o que naturalmente pressagia um fim trágico – a morte prematura
e gratuita aos animais – não raramente camuflada como acidental. Assim
aconteceu mais uma vez numa fazenda no Estado norte-americano do Oregon, onde
uma matilha de lobos atraída por carcaças de vacas acabou por matar um cão
pastor de 18 kg, gratuitamente devido ao desleixo do seu dono, que deveria ter
enterrado os animais mortos e não o fez.
Brian
Ratliff, do Departamento de Pesca e Caça do Oregon, disse que os lobos mataram
o cão a 140 metros da casa do fazendeiro, que a matilha era constituída por 10
lobos e que alguns tinham coleiras de rastreamento, denunciando uma delas que o
cão pastor foi morto dentro da propriedade, numa área que dista 24 km de Backer
City, no Keating Valley. O mesmo funcionário, Ratliff, pediu aos fazendeiros,
penso que não foi pela primeira vez, que enterrassem as carcaças do gado porque
mesmo em decomposição atraem os lobos. “Essa é a primeira coisa que você pode
fazer para manter os lobos afastados”, disse ele ao jornal local Baker City
Herald. Adiantou também que os lobos normalmente nunca saem das margens do vale
(elevado a 830 m) e que esta foi a incursão mais longa que empreenderam.
Ratliff aconselhou o fazendeiro em questão a confundir os lobos e este disse
que tentaria afastá-los, mas não disse como (espera-se que não seja a chumbo).
Não estaremos perante um caso de homicídio involuntário de um ser senciente, uma vez que o cão foi devorado pelos lobos ao serem atraídos pelas carcaças que o seu dono não enterrou? Lá no Oregon, o dono não foi responsabilizado criminalmente, “o seu mal foram batatas” e nada nos diz que não voltará a deixar outras carcaças a apodrecer ao sol. Perante isto e a multidão de perigos que cercam os cães, estou convencido que morrem mais às mãos dos donos do que às mãos de estranhos, o que nestes casos transforma os seus proprietários no pior dos seus inimigos. Quando eu trago um cão para casa, assumo perante ele e a sociedade que tudo farei para lhe garantir o bem-estar e a vida. Diante disto facilmente se conclui que há demasiados cães em más mãos - lamentavelmente.
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