Com
do boom de cães que grassa no Ocidente e o número cada vez menor de crianças,
somos obrigados a proteger as últimas dos ataques dos primeiros, hoje em muitos
aspectos seus concorrentes e usurpadores do seu lugar nas famílias. Diariamente
e por toda a parte acontecem ataques caninos sobre crianças (há quem pense
erradamente que isso só acontece na Índia) e isso não parece tirar o sono e dar
muitas dores de cabeça aos governantes, porque doutro sancionariam mais duramente
os seus responsáveis – os seus donos – por norma gente despreocupada,
irresponsável, com os olhos postos num planeta distante, fratricida e fascinada
pelo seu próprio umbigo. Ontem, mais uma vez, um menino de 11 anos foi atacado
por dois cães soltos quando se encaminhava para a escola na localidade francesa
de Hirel, no Departamento de Ille-et-Vilaine, na Bretanha, entre Saint-Malo e
Mont-Saint-Michel.
Um dos cães, identificado como um American Bully, agarrou-lhe a barriga de uma das pernas antes de derrubá-lo, mordendo-lhe depois uma orelha, o rosto e as pernas. Um vizinho que presenciou a cena e tentou afastar o animal, acabou também por ser mordido num ombro. Transportado para uma sala de emergência em Saint-Malo, o menino foi suturado na bochecha e na orelha antes de ser submetido a uma operação de duas horas para limpar e tratar todos as feridas. “Irá ser necessário um transplante para restaurar a sua orelha”, confidenciou a mãe a um jornal local. Após o acidente, para mim já chegariam tarde e não teria paciência para ouvi-los, os “donos” dos cães entraram em contacto com os pais do menino para pedir desculpas e expressar a sua dor. Não obstante, os pais da vítima apresentaram queixa na Gendarmerie de Cancale. No tempo em que era menino, as crianças brincavam alegres na rua e os cães mal se viam; agora que sou mais velho, as crianças estão confinadas e são os cães que andam à solta – é de se perder a cabeça!
Sem comentários:
Enviar um comentário