Enquanto
não se tornar obrigatório ter uma habilitação legal para se possuir um ou mais
cães, incidentes aparentemente inexplicáveis não deixarão de acontecer, ainda
que resultem na sua maioria da ignorância e despreparo dos donos. Quando as
vítimas dos cães são os seus próprios donos, não virá daí grande mal ao mundo,
o pior é quando decidem atacar terceiros presumivelmente sem qualquer razão. A
polícia da cidade alemã de Göttingen, na Baixa Saxónia, na noite da passada
sexta-feira, dia 25 de fevereiro, viu-se na contingência de abater a tiro dois
American Staffordshire Terriers que atacaram o seu próprio dono, deixando-o gravemente
ferido.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022
SEXTA-FEIRA 25 QUE PARECIA SER 13
LA VICTOIRE DE FANNY
A
Fanny é uma estudante francesa do secundário em Lagny-sur-Marne
(Seine-et-Marne) que sofre de distúrbios autistas. Depois da sua família ter
lutado administrativamente com o governo durante dois anos, para que pudesse ir
às aulas acompanhada pelo seu cão de assistência, finalmente viu o seu pedido satisfeito
e Loustic, o seu cão, será o primeiro cão de assistência autorizado a entrar num
secundário no Departamento de Seine-et-Marne, na região administrativa da Ilha
de França. O cão acompanha a jovem por todo o lado e ajuda-a diariamente há
seis anos.
Presença do cão ao lado da jovem na escola
tem-lhe feito muito bem e parece agora uma pessoa diferente. Loustic é capaz de
prever as crises da menina através de vocalizações, acalmá-la graças à
pressoterapia e compensar o seu deficit e atenção quando precisa de atravessar
uma rua. Na verdade o cão é capaz de responder a 200 solicitações. A persistência
da família de Fanny acabou por simplificar os procedimentos para outros. “É preciso
ser beneficiário do cartão de inclusão de mobilidade, que precisa ser
reconhecido pelo MDPH(1) e
ter um cão aprovado”, explicou Armelle Rousselot, diretora do MDPH77. A vitória
de Fanny foi alcançada por quem mais a ama - a sua família! Aqui em Portugal
haverá muitas Fannys a necessitar de um cão assim, mas faltam cães devidamente
preparados, legislação, vencer a ignorância e ultrapassar a burocracia.
(1)MDPH - Maison Départementale des Personnes Handicapées (um centro departamental para pessoas com deficiência tendo como missão informar, apoiar e aconselhar pessoas deficientes e as suas famílias, bem como sensibilizar as pessoas com deficiência).
POINTER ALEMÃO DE PÊLO CURTO RECEBE MEDALHA DICKIN
HERTZ,
um pointer alemão de pêlo curto nascido na Croácia, que cedo ingressou na Royal
Air Force (RAF) e ali foi treinado para a detecção de equipamentos
electrónicos, agora com 10 anos de idade e aposentado, foi na passada
terça-feira, dia 22 de fevereiro, premiado com a “Medalha Dickin” (instituída
no Reino Unido em 1943 por Maria Dickin para homenagear o trabalho dos animais
na Segunda Guerra Mundial), porque “os seus talentos excepcionais protegeram
sem qualquer dúvida as tropas”, segundo proclamou a associação de direitos dos
animais britânica “The People's Dispensary for Sick Animals (PDSA), fundada
pela mesma Dickin. A medalha Dickin é um medalhão de bronze, com as palavras “Por
galanteria e “Nós também servimos” dentro de uma coroa de louros com uma fita
tricolor verde, castanha e azul pálido, sendo concedida aos animais que tenham
demonstrado "bravura conspícua ou devoção ao dever no serviço ou associado
a qualquer ramo das Forças Armadas ou Unidades de Defesa Civil". Curiosamente
e com justiça, este prémio é comummente referido como a “Victoria Cross” dos animais.
Este
Pointer, o primeiro cão das forças armadas britânicas treinado para detectar
equipamentos de telecomunicações, foi objecto desta honraria porque com o seu
líder, o subtenente Jonathan Tanner, foi colocado no Afeganistão durante 13
meses na base britânica "Camp Bastion" e durante a sua estadia ali
detectou vários telefones celulares usados pelos Taliban para coordenar os seus
ataques, o que teve como consequência directa não ser aquele acampamento
atacado por Rockets.
O Hertz, agora a gozar da sua merecida aposentação, ao receber esta distinção, veio juntar-se a outros 37 cães, 4 cavalos, 32 pombos e 1 gato. Este precioso bracóide não compreende o significado da medalha que recebeu nem tampouco as honrarias de que foi alvo, mas sabe que fez tudo para colaborar efectivamente como o seu treinador, porque este sempre o acompanhou, incentivou, acarinhou e recompensou pelo bom e incansável trabalho que efectuou, responsável pela salvação de muitas vidas humanas. Alguém sabe como se agradece condignamente um trabalho destes a um cão? Eu não sei, porque um animal assim nem preço tem!
domingo, 27 de fevereiro de 2022
EMOCIONANTE: ELES LEVAM-NOS CONSIGO!
Há
que tirar o chapéu aos ucranianos que permanecem no país e aos que partem, aos
resistentes e aos refugiados, porque quando os primeiros fogem para os abrigos,
na sua maioria estações do metropolitano, levam consigo os seus animais de
estimação e os refugiados partem sem deixar nenhum pet para trás. As imagens
que se sucedem sobre a protecção dos animais nesta nação invadida são no mínimo
comoventes, chegando a emocionar quem não esperava ser surpreendido.
Cães, gatos, aves, tartarugas e peixes, entre outros, têm sido assim salvaguardados dos bombardeamentos dos russos invasores e fratricidas, mercê do amor e cuidado dos seus donos, gente que mesmo nas horas de aperto nunca se esquece deles. Espera-se que o amor que os ucranianos nutrem pelo que é seu, os leve a lutar bravamente e a nunca desistir pela sua terra, autodeterminação, liberdade e democracia. Aos que aqui chegam, é nossa obrigação estender-lhes o nosso mais sincero bem-vindo, materializar a nossa solidariedade e facilitar a sua integração.
CONDUÇÃO NUCLEAR E SALTO PARA O DESCONHECIDO
Entendemos
como “CONDUÇÃO NUCLEAR”
ou “OBEDIÊNCA NUCLEAR”
as manobras binomiais que visam a maximização do esforço animal e a minimização
do esforço humano, conteúdos de ensino de extrema utilidade em qualquer
situação onde que seja exigível que o cão trabalhe à distância do dono, nos
mais variados sentidos e direcções, objectivando trabalho útil como a captura
de intrusos, o auxílio a terceiros, a prestação de socorro e a participação em
provas desportivas, bem como para operar a salvaguarda do animal e a do seu
dono. Ainda que a condução nuclear seja mais solicitada depois do cães
alcançarem a condução em liberdade, esta pode ser ensaiada através dos comandos
de “à frente” e “atrás”, em pequenos percursos à trela e pelo concurso da trela
extensiva. Como trabalhar na frente e isoladamente do dono é próprio dos
valentes, a maioria dos cães apenas alcançará parcialmente a condução nuclear.
O exercício proposto ontem consistiu em laçar um cão ao longo de 40 m e ir
buscar um brinquedo, tendo de premeio dois obstáculos de diferente natureza e
exigência, conforme se pode ver no GIF acima, onde se encontra gravada a
prestação da CPA Luna, também ela convidada para o Slalom segundo mostra o GIF
seguinte.
O
binómio Jorge/Gaia foi também convidado para o mini-slalom. A cachorra CPA
negra Gaia, uma força da natureza, que parece ter só duas velocidades (uma rápida
e outra rapidíssima), precisa de transitar o seu interesse dos seus iguais para
o seu líder, para que possa evoluir conforme o expectável e de acordo com o seu
particular genético. Quanto ao Jorge, importa que se faça entender à cachorra,
evitando improvisos, ordens bruscas e atabalhoamentos, menos valias
responsáveis pelo stresse que por vezes atormenta a jovem lupina.
Para
além dos exercícios dedicados à condução nuclear, procedemos a exercícios de
salto para o desconhecido mediante experiências felizes, porque a obediência
canina deverá ultrapassar a percepção dos animais pela excelência do
condicionamento (constante, meticuloso, rigoroso e específico) Valemo-nos para
o efeito de uma perseguição de 30 metros para dentro de uma casa escura e
desconhecida através de uma fenda irregular. No GIF seguinte vemos a
perseguição movida pelo CPA Bohr ao Jorge Filipe, com o Paulo a ir-se abaixo
das canetas e o figurante a fazer uso de uma estranha provocação, que parecendo
indecorosa, irritou de sobremaneira o cão lobeiro (o vídeo original é da
autoria do José Maria).
A
cachorra CPA negra Dream, 1 dos 10 Pastores Alemães do José Maria, quando
solicitada a fazê-lo, não hesitou em entrar dentro daquela casa para ir ao
encontro do seu dono, mostrando dessa forma disponibilidade e abnegação, o que
é próprio da sua variedade cromática que, como se sabe, é precoce. Pelo
desempenho da cachorra está o seu condutor de parabéns.
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Davide/Loki; Jorge/Gaia; José Maria/Dream; José Maria/Schwartz; Lucas/Bock; Patrícia/Keila; Paulo/Bohr; Pedro Mortágua/Jonas e Pedro Rodrigues/Luna. Sentimos a falta do binómio Inês/Oliver, lebre e também estrela da constelação que nos distingue. Também a Lina não compareceu e nem deu cavaco a ninguém (quiçá ficou a provar o fato para o carnaval ou a ensaiar alguns passos de samba). A Clarinda também faltou, mas enviou uns figos, redimindo-se assim da sua falta (do mal o menos). O Zé, o namorado da Patrícia, que já se julgava saneado, apareceu lustroso e bem-disposto. A manhã anunciou a Primavera que se avizinha e o Plano de Aula foi cumprido.
UMA NÃO CONFIA NA CADELA E O OUTRO NÃO PODE CONFIAR
Na foto acima vemos a Patrícia com a SRD Keila a executar um pequeno e rústico Slalom, trabalho que a cadela diria, caso falasse, que o fazia com um pé às costas! Dotada de uma curiosidade extrema e de uma vontade que pretende indómita, a Keila aprende tudo com facilidade, tenta intimidar quem lhe dá ordens e não desiste facilmente de fazer o que quer (e não é que por vezes lhe fazem a vontade). Ontem, com a maioria dos cães já a fazer aquele Slalom em liberdade, a Patrícia por não confiar na sua astuta companheira, persistia em executar o trabalho com ela atrelada. Para seu espanto, a Keila executou o exercício correctamente e em liberdade a mando do Adestrador. Se a Patrícia pode confiar na SRD Keila, já o mesmo não se pode dizer do Davide, cujo cão é constantemente acometido da “ânsia de vencer” e tenta fazê-lo por modo próprio, graças ao seu perfil psicológico e força física. Como o Doberman necessita de regra e temperança, porque debaixo de excitação desconsidera qualquer perigo, o seu condutor não pode por enquanto confiar nele. O Loki é um cão extraordinário, daqueles que faz as delícias de qualquer profissional, porque tem naturalmente tudo e só precisa de ser disciplinado para fim útil.
Ao usarmos este pequeno Slalom, parte que resta de um obstáculo militar, não o fizemos com o objectivo de competir, mas debaixo da preocupação de muscularmos os cães e de melhorar os seus índices de prontidão na obediência. Por outro lado, devido ao particular do obstáculo, acabámos também por aprimorar o modo de condução dos líderes, dotando-os de maior saber e experiência.
JONAS EM COMPASSO DE DANÇA
O cachorro CPA preto-afogueado Jonas, exemplar indubitável dos shows de exposição, seleccionado pela sua morfologia e não pelas suas aptidões, começou o seu treino, extraordinariamente, antes dos 4 meses de idade, para aproveitar os seus momentos de maior plasticidade anatómica e proceder ao seu robustecimento (tanto parcial como total), ultrapassando assim algumas tibiezas de que era portador, porquanto apresentava um exageradíssimo jarrete de vaca e alguma divergência de mãos, desaprumos hoje vencidos que o revestiram de maior rusticidade, tornando-o simultaneamente mais robusto, renitente e versátil. Do ponto de vista cognitivo, talvez porque o desenvolvimento físico acompanha o intelectual, pode dizer-se que o Jonas é muito atento, curioso, concentrado e interactivo; do ponto de vista atlético, também porque ainda está a crescer e consequentemente a transformar-se, demora um pouco mais do que os demais a adaptar-se, vindo posteriormente a ter um desempenho idêntico aos seus congéneres de trabalho. Ontem foi convidado para o Slalom e fê-lo em compasso de dança, apesar de só agora mostrar aptidões para dançarino. Pelo que fez e continua a fazer pelo Jonas, o Pedro Mortágua está e merece os nossos parabéns.
sábado, 26 de fevereiro de 2022
ACERTOS E DESACERTOS (ANÁLISE TÉCNICA): I. COMEÇAR MAL E ACABAR AINDA PIOR:
De acordo com os GIFs colocados à nossa disposição pelo nosso repórter fotográfico (Paulo Jorge), vou avaliar tecnicamente o desempenho de dois binómios num exercício clássico de “à frente” e “atrás”, realizado hoje durante a instrução matinal. O primeiro binómio a avaliar é o composto pelo Davide e pelo cachorro Doberman Loki, binómio que apenas leva 1 mês de treino e que não é muito assíduo na escola, apesar de ter necessidade objectiva disso. Pelo GIF acima apercebemo-nos de imediato da má forma física do condutor e da sua pouca experiência, porque doutro modo não colocaria em risco a integridade física do seu companheiro de 4 patas, coisa que fez tanto à entrada como à saída do percurso proposto (durante o percurso não cometeu erros assinaláveis) Na entrada, ao invés de incentivar o animal a saltar primeiro, rebocou-o coercivamente pelo pescoço. Na saída o problema foi ainda maior, porque deveria ter segurado o cão e ensiná-lo a descer, ao invés de permitir que efectuasse um salto inusitado com um impacto ao solo de alto risco. Atendendo ao bem-estar dos animais, ninguém pode estar na escola com a cabeça noutro lado. Com o tempo e o treino, tanto o Davide como Loki alcançarão prestações de muito melhor qualidade (para isso estamos cá).
II. EXCELENTE ENTRADA E SAÍDA PRECÁRIA
O próximo binómio a ser avaliado no mesmo exercício é o composto pelo Jorge Filipe e pela cachorra CPA negra Gaia (vulgo “Bela Vista”). A entrada ao exercício é simplesmente excelente, com o binómio em sincronia como se exige. O controlo da cachorra aconteceu tanto na subida como na descida, o que se saúda. Na saída, o condutor deu demasiada trela à cachorra, deu-lhe as costas e deixou-a escolher o seu modo de descida, ao invés de lhe ter travado a marcha e ensiná-la a descer. Felizmente, a cadela salvaguardou-se e saiu confortavelmente do exercício como se já estivesse acostumada a fazê-lo. Terá nascido ensinada ou já veio com um kit de obediência? Espera-se do Jorge maior acuidade técnica no seu desempenho com a Gaia. O adestramento, tal como o entendemos, e isto não se destina em exclusivo ao Jorge, é um conjunto de acções inteligentes destinadas a pessoas que pensam antes de agir e não para desenrascados ou chico-espertos. Pelo tempo que levamos com o Jorge e pela qualidade da sua cadela, temos a obrigação de sermos exigentes com ele, de esperar que as suas prestações rasem a perfeição (a quem muito é dado, muito é exigido). De qualquer modo, estão os dois de parabéns.
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022
PODERÁ UM CÃO CHORAR A MORTE DE UM CÃO AMIGO?
Quando
um cão perde um cão amigo do seu ambiente, o seu comportamento tende a
alterar-se: come
menos e dorme mais, brinca menos e ladra mais, é menos activo e mais
ansioso , como se estivesse enlutado e chorasse a perca do cão amigo,
conclusão a que parece ter chegado um estudo recente publicado na revista “Nature”
e realizado através de um questionário online sobre cães de luto. A folha foi
preenchida por 426 donos de cães italianos que possuíam dois cães e que um deles
tinha morrido. O objectivo era descobrir como a perca de um cão de companhia
afecta o comportamento do outro. As informações fornecidas pelos donos dos cães
indicaram que um cão muitas vezes pode mostrar um comportamento relacionado com
o luto e com os respectivos padrões emocionais quando morre um coespecífico que
lhe é próximo. Dois terços dos proprietários relataram que os cães sobreviventes
precisaram mais de atenção e mais da metade afirmou que os seus cães ficaram
menos activos. Cerca de um terço dos cães dormiu mais, latiu, rosnou ou gemeu
com maior frequência, comeu menos e cerca de um terço também ficou mais ansioso
do que antes da morte de seus coespecíficos. Num quarto dos animais, a mudança de
comportamento durou mais de 6 meses e apenas 13% dos donos de cães não observou
qualquer mudança no comportamento nos seus animais.
Segundo as conclusões do citado estudo, o tipo de relacionamento entre os cães também influencia nas mudanças comportamentais que os cães apresentam, por exemplo, se eram mais parentais ou mais amigáveis. No entanto, a quantidade de tempo que os animais passaram juntos não demonstrou um efeito significativo. Também se verificou ser irrelevante se os cães tinham visto o cadáver do cão amigo ou não. Não se pode descartar a hipótese dos donos dos cães italianos terem projectado sua própria dor pela perda de seu animal de estimação nos outros cães. Contudo, os resultados não mostraram dependência do nível de apego entre os donos e seus cães ou se os primeiros humanizaram os seus animais de estimação.
"Os
cães podem ficar muito angustiados quando um deles morre". No entanto, as
emoções humanas também podem desempenhar um papel: os casos em que os
tratadores relataram maior angústia, raiva e trauma psicológico em reacção à
morte podem ser explicados pelo aumento dos níveis de medo e redução da
ingestão de alimentos nos cães sobreviventes. “Isso significa que pode ter
havido alguma forma de contágio emocional ou transmissão social de medo que é
comum em espécies sociais como parte de uma estratégia de enfrentamento
adaptativa para circunstâncias potencialmente perigosas”, disse Federica
Pirrone, da Universidade de Milão, uma das autoras do estudo.
Os pesquisadores enfatizaram que não ficou claro se os resultados obtidos podem realmente ser descritos como luto. No entanto, eles podem indicar uma questão de bem-estar negligenciado. “Os cães são animais altamente emocionais que formam laços muito próximos com membros de seu grupo familiar. Isso significa que se um deles morrer, eles podem ficar muito angustiados, pelo que devem ser feitos esforços para ajudá-los a lidar com esse desespero”, concluiu Pirrone. É sabido que o homem não é o único ser capaz de expressar algum tipo de luto: macacos , golfinhos, elefantes e pássaros estão entre as espécies observadas participando de rituais que cercam a morte e parecem estar de luto. Pelo presente estudo não se pôde saber se os cães reagiram somente à perca dos cães amigos ou realmente à sua morte. Convém não esquecer que os cães “falaram” por interposta pessoa – os seus donos.
É DE SE PERDER A CABEÇA!
Com
do boom de cães que grassa no Ocidente e o número cada vez menor de crianças,
somos obrigados a proteger as últimas dos ataques dos primeiros, hoje em muitos
aspectos seus concorrentes e usurpadores do seu lugar nas famílias. Diariamente
e por toda a parte acontecem ataques caninos sobre crianças (há quem pense
erradamente que isso só acontece na Índia) e isso não parece tirar o sono e dar
muitas dores de cabeça aos governantes, porque doutro sancionariam mais duramente
os seus responsáveis – os seus donos – por norma gente despreocupada,
irresponsável, com os olhos postos num planeta distante, fratricida e fascinada
pelo seu próprio umbigo. Ontem, mais uma vez, um menino de 11 anos foi atacado
por dois cães soltos quando se encaminhava para a escola na localidade francesa
de Hirel, no Departamento de Ille-et-Vilaine, na Bretanha, entre Saint-Malo e
Mont-Saint-Michel.
Um dos cães, identificado como um American Bully, agarrou-lhe a barriga de uma das pernas antes de derrubá-lo, mordendo-lhe depois uma orelha, o rosto e as pernas. Um vizinho que presenciou a cena e tentou afastar o animal, acabou também por ser mordido num ombro. Transportado para uma sala de emergência em Saint-Malo, o menino foi suturado na bochecha e na orelha antes de ser submetido a uma operação de duas horas para limpar e tratar todos as feridas. “Irá ser necessário um transplante para restaurar a sua orelha”, confidenciou a mãe a um jornal local. Após o acidente, para mim já chegariam tarde e não teria paciência para ouvi-los, os “donos” dos cães entraram em contacto com os pais do menino para pedir desculpas e expressar a sua dor. Não obstante, os pais da vítima apresentaram queixa na Gendarmerie de Cancale. No tempo em que era menino, as crianças brincavam alegres na rua e os cães mal se viam; agora que sou mais velho, as crianças estão confinadas e são os cães que andam à solta – é de se perder a cabeça!
UMA ALMA DO TAMANHO DO MUNDO NUM ESTRANGULADOR DE PORTA-CHAVES
O pequeno SRD Niki, com inegáveis laivos de Yorkshire Terrier, usa um estrangulador que daria um excelente porta-chaves, uma vez que tem apenas 18cm de diâmetro, medida irrisória que oculta uma alma do tamanho do mundo, uma vontade indómita e uma mímica que não deixa dúvidas a ninguém – estamos perante um valente! Em cima da sua garrida mantinha vai treinando o “deita” (as noites têm estado frias), figura que contribuirá para o seu relaxe e bem-estar, que virá aliviar o excesso de nervo e a ansiedade que patenteia dentro de casa, particularmente quando se encontra sozinho. No círculo de 36 m, no meio de outros cães bem maiores, desfila com garbo e sem se atrasar, em porte majestoso e de cabeça bem levantada. Entre os Pastores Alemães julga-se um deles e todos o adoptaram como parte da sua matilha, o que lhe aumenta o desejo de vir para a escola. Este bom e gracioso amiguinho é feliz na escola e nela ainda tem muito a aprender, assim como o Arnaldo, o seu condutor, um companheiro de jornada que é estimado por todos. Daqui vai o nosso incentivo para o binómio Arnaldo/Niki, o mais extraordinário entre nós.
CRUZAR A CONTENTO DO ANIMAL
Decididamente o CA Oliver não é um cão de guarda, quando muito um cão de alarme se não estiver distraído com qualquer coisa, não por ser um Cão de Água Português, mas porque não evidencia qualquer característica para tal (tem sido inclusive testado), sendo por natureza um animal afável e bondoso, ainda que um pouco pró estarola. Raramente faz uso da memória mecânica e opera muito melhor através da afectiva. Ontem à noite começámos a ensinar-lhe o “cruza” e fomos bem-sucedidos, porque o fizemos a contento do animal, sob condição de agradar-lhe e de acordo com dos seus desejos, já que o melhor método de ensino canino é aquele que vai ao encontro das características do indivíduo, facilita a sua apreensão, ajuda na supressão das suas dificuldades e aproveita incólume todo o seu potencial. Uma vez postos em prática estes pressupostos, tudo é será fácil para o Oliver. Participaram nos trabalhos de ontem os seguintes binómios: Arnaldo/Nicky; Inês/Oliver e Paulo/Bohr.
SOBRE A GUERRA INVENTADA PELO PEQUENO PUTIN
O domínio deste mundo é uma terrível guerra de nervos para os mais poderosos, nenhum deles quer ser subjugado e todos acabam por massacrar inocentes quando fazem estalar a guerra, apesar de já o fazerem antes disso, quando o seu domínio condena milhões à ignorância, à fome e à miséria. China, Estados Unidos e Rússia lutam hoje entre si pela primazia no planeta e o primeiro deles que der um passo em falso, perderá a corrida pela ascensão e acabará dominado pelos seus rivais. Coube à Rússia de Putin fazê-lo e é certo que perderá a guerra que agora iniciou. Putin teve a leviandade de substituir a solução diplomática, estrategicamente mais correcta para os seus interesses, do seu povo, da região e do mundo, quando optou pela militar desafiando tudo e todos, embevecido por sonhos de grandeza e apostado em ser lembrado como o maior dos russos, como aquele que não só devolveu como aumentou a grandeza à sua pátria (este pequeno homem não deverá ter um final feliz por tamanha megalomania). No meio disto tudo, para já, sofrem os ucranianos, que atropelados pelas prioridades dos seus vizinhos são como cordeiros para o matadouro. Para o bem de todos no mundo e do mundo, esta guerra de Putin deverá acabar quanto antes e não deverá ultrapassar as fronteiras da Ucrânia, cabendo a todos fazê-lo, inclusive à oposição russa. Putin cometeu um tremendo erro de cálculo, quiçá iludido com uma Europa ainda fraca e pouco unida. E, quando as coisas começarem a dar para o torto, se está só, ainda mais só ficará - Paz e longa vida para a Ucrânia!
RANKING SEMANAL DOS TEXTOS MAIS LIDOS
O
Ranking semanal dos textos mais lidos obedeceu à seguinte preferência:
1º
_ EVOLUÇÃO ESCOLAR, CORTE DE CORDA E PASSAGENS ESTREITAS, editado em 20/02/2022
2º
_ O METALDEÍDO ESTÁ NA MODA E JÁ CHEGOU A LINZ, editado em 21/02/2022
3º
_ THIS IS LOVE: LET THEM PLAY!, editado em 21/02/2022
4º
_ A JOANA FOI A ESCOLHIDA, editado em 20/02/2022
5º
_ E AINDA HÁ QUEM SEJA CONTRA O SUBSÍDIO D RISCO DOS POLÍCIAS, editado em 21/02/2022
6º
_ O COMBOIO DA LUNA E DA KEILA, editado em 20/02/2022
7º
_ UMA PERGUNTA PARA QUEM SABE OU QUER SABER, editado em 21/02/2022
8º
_ UMA RAINHA A FAZER PELA VIDA?, editado em 17/02/2022
9º
_ RANKING SEMANAL DOS TEXTOS MAIS LIDOS, editado em 18/02/2022
10º _ MALINOIS: O SOLDADO MAIS DESEJADO E O POLÍCIA MAIS COBIÇADO, editado em 22/02/2022
TOP 10 SEMANAL DE LEITORES POR PAÍS
O
TOP 10 semanal de leitores por país ficou assim ordenado:
1º França, 2º Portugal, 3º Estados Unidos 4º Brasil, 5º Canadá, 6º Alemanha, 7º Países Baixos, 8º Japão, 9º Suécia e 10º Angola.
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022
ATENÇÃO: OS SACOS DE BATATAS FRITAS PODEM MATAR!
Neste mundo somos bombardeados a toda a hora com estatísticas e nem sempre temos as que precisamos. Gostava eu de saber quantos cães já morreram em “acidentes domésticos”. Decerto o seu número deverá ser infelizmente superior ao imaginado diante da ignorância, do despreparo, da inexistência de regras, da falta de asseio e da incúria dos donos. Hoje queria chamar a atenção dos nossos leitores para que não deixem nenhuma comida ao alcance dos cães, tanto de dia como de noite, especialmente pacotes e sacos abertos de comida, tentações irresistíveis para cães de forte impulso ao alimento, gulosos ou mal acostumados. Estes recipientes, depois dos cães enfiarem a cabeça lá dentro, criam por vezes uma “vedação a vácuo” e à medida que os animais respiram, o saco aperta-se ainda mais à volta dos seus pescoços, o que poderá sufocá-los e matá-los. O aviso está dado!
ERAM CONHECIDOS POR SEREM AMIGÁVEIS
Esta
manhã, ao inteirar-me das notícias internacionais acerca de cães, deparei-me
com uma oriunda de Houston, no Texas, US, que relatava a morte de um menino de
quatro anos, perpetrada por cães na manhã de ontem em Baytown, cidade localizada
nos condados de Chambers e Harris, também do estado do Texas. Ao ler com atenção
a notícia, tilintou-me na cabeça uma afirmação atribuída aos vizinhos da
criança tristemente estraçalhada, que disseram ser aqueles cães, descritos como
Pitbulls, “conhecidos por serem amigáveis”. A polícia chegou ao local por volta
das 07h40, respondendo a um incidente relativo a uma pretensa luta de cães no
bloco 2700 da Massey Tompkins, verificando tratar-se de outra coisa bem diversa
– uma criança de 4 anos tinha sido atacada por cães. O menino foi levado de
imediato para o hospital, ao que parece já sem metade do rosto e acabou por
morrer. Um dos polícias que socorreu a vítima também acabou ferido, segundo fez
saber a polícia.
Ninguém
sabe ao certo porque reagiram os cães com aquela agressividade, animais que não
eram novos e cujos donos já os tinham há algum tempo, havendo na vizinhança há
quem alvitre a hipótese da criança os haver provocado. Certo é que os cães
foram apreendidos pelo controlo de animais, enquanto a polícia de Baytown
continua a investigar. “Hoje, os policias de Baytown fizeram uma comunicação
que todo o policía teme, a morte de uma criança. Estamos com o coração partido
pela perda desta criança. Os nossos pensamentos e orações estão com todos aqueles
que na comunidade foram impactados por esta tragédia”, disse o chefe de polícia
de Baytown, John Stringer (declaração piedosa que é protocolar nestas situações
e que serve muito bem para encomendar quem parte).
Quando os vizinhos da defunta criança declaram que os cães “eram conhecidos por serem amigáveis” estão a justificar a acção dos animais como se fossem os únicos responsáveis pelo sucedido, quando na verdade não o são, mas que serve perfeitamente para inocentar outros culpados ou tentar esconder uma precária situação socioeconómica onde tudo pode acontecer. Os donos dos cães são mais responsáveis pelo incidente do que os animais, porque os tinham distantes da sua presença, para além do seu controlo, soltos e sem açaime, apesar de saberem que a boca daqueles cães quando se fecha faz “moça” e da grossa, sendo, como se viu, capaz de matar. Mais culpados ainda do que os donos dos cães são os responsáveis pela criança, cujo descuido ou desleixo (haverão outras razões, mas nenhuma que justifique a morte do menino) resultou no seu desaparecimento. Como puderam perder de vista ou afastar-se dela, tendo conhecimento do seu pouco ou nenhum senso de responsabilidade? O menino sozinho não correria vários perigos? A sociedade, por seu lado, é também responsável por este lamentável incidente, porque não conseguiu evitar até agora que casos destes se repitam. Que fique bem claro: por mais excelente que seja a sociabilização dos cães, ela jamais dispensará a protecção das crianças. Diante disto, não consigo compreender como certos pais consintam que crianças de tenra idade corram a afagar cães que nunca viram!
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022
AS PORTAS DOS SONHOS ABRIRAM-SE EM DIA DE ANIVERSÁRIO
Ontem, no dia de aniversário de um de nós, dois cães alcançaram a condução em liberdade, são eles o Doberman Loki e o Cão de Água Oliver, o primeiro após 1 mês de treino e o segundo 6 meses depois de tê-lo iniciado. Daqui reforço as minhas felicitações para os seus condutores, nomeadamente para a Inês, porque apesar das dificuldades encontradas, soube resistir, manter a paciência e nunca desanimar. O Davide está de parabéns pelo cão que adquiriu, um Doberman valente, potente, atleta e desafiador, um desassombrado que veio a este mundo para triunfar. O GIF acima testemunha a primeira caminhada dos cães em liberdade alinhados pelos donos. Quando os binómios alcançam a condução em liberdade, primeiro dos objectivos da obediência escolar, as portas dos sonhos abrem-se-lhes e num ápice transformam-se em coisas reais, a princípio julgadas inalcançáveis, mas afinal ao alcance de quem nunca desanima e não desperdiça tempo a lamentar-se. Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Davide/Loki; Inês/Oliver; Lina/Cocas e Paulo/Bohr. Depois dos trabalhos realizou-se um jantar surpresa muitíssimo concorrido em honra do aniversariante, que numa breve alocução agradeceu aos presentes tamanha amabilidade.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2022
MORTE ATROZ DE UM MUÇULMANO
Penso
que nenhum muçulmano gostaria de morrer entregue à boca dos cães, animais desde
há muito considerados impuros e capazes de conspurcar os fiéis pelos mais
radicais. Ainda que por outras razões, penso que nenhum judeu, cristão, budista
ou adepto de outro credo gostasse de morrer assim. Não é fácil nas sociedades multiculturais
actuais ver um muçulmano ser atacado por um ou mais cães, porque naturalmente
não se aproxima e até se afasta destes animais pelas rações atrás citadas. Mas
o saudita-americano Saad Al-Anazi, homem de 56, residente na cidade
norte-americana de Las Cruces, no Condado de Doña Ana, no Estado do Novo México,
urbe onde existe uma pequena população árabe-americana, foi surpreendido por
dois cães de um vizinho quando se encontrava fora de casa. Tudo aconteceu no
passado dia 27 de janeiro, quando inesperadamente se viu atacado por 2 Pastores
Alemães. Segundo testemunhas oculares, o Sr. Al-Anazi, que deixa 3 filhos,
esteve na rua deitado durante 20 minutos a clamar por socorro, enquanto os dois
grandes cães o mordiam, sangrando abundantemente de uma coxa. Um vizinho, ao inteirar-se
da situação, correu porta fora e atingiu várias vezes um dos cães na cabeça com
uma bengala, forçando os animais a recuar. Saad Al-Anazi acabou por ser transportado
para o Centro Médico Regional de Mountain View pelos paramédicos que foram
chamados ao local pelos vizinhos, através no número de emergência 911.
Segundo
anunciou a família, o Sr. Al-Anazi viria a morrer naquela unidade hospitalar no
dia seguinte, dia 28 de janeiro, devido a grande perda de sangue. Os dois
Pastores Alemães foram detidos pelo controlo de animais do condado de Doña Ana.
A filha do defunto, Farah, estava em casa a preparar-se para se deitar quando
tudo aconteceu. Depois do ocorrido, ela postou uma foto de ambos e várias
homenagens ao pai na sua página do Facebook. O irmão do tristemente finado,
Saud, disse à TV Al Arabiya que pediu à embaixada saudita para investigar o
assunto, adiantando que a família decidiu enterrar Al-Anazi num cemitério
muçulmano nos Estados Unidos, já que arriscar uma transferência para a Arábia
Saudita podia demorar muito. Disse ainda que o seu irmão gozava de boa
reputação e que se dava bem com os vizinhos, acrescentando que a dona dos cães
negou que os tivesse soltado, enfrentando agora a acusação de possuir cães fora
de controlo.
Uma morte estúpida e perfeitamente escusável, aparentemente da responsabilidade de uma dona que faltou aos seus deveres e/ou que não tinha em grande consideração os seus vizinhos. Pela descrição dos acontecimentos, não me parece que aqueles cães fossem muito ferozes, porque doutro modo o vizinho acabaria sem bengala e também seria seriamente atacado e ferido. Ficou claro que o defunto não tinha qualquer experiência com cães, não sabia como defender-se nem como cessar o ataque dos animais. É possível até que, inconscientemente, ao ver-se em aflição e tomado de pavor, tenha agravado ainda mais a sua situação. Há quem diga, e isto nada tem a ver com o caso, que quem demonstra repugnância pelos cães não pode gozar da sua simpatia.
MALINOIS: O SOLDADO MAIS DESEJADO E O POLÍCIA MAIS COBIÇADO
No
final do século passado e durante este milénio ele esteve por toda a parte,
combatendo em todas as frentes, foi aliado e inimigo, patrulhou ruas infindas,
detectou e neutralizou insurgentes, capturou e deteve criminosos, foi um
flagelo para os terroristas – tornou-se no soldado mais desejado e no polícia
mais cobiçado – estamos a falar do cão de Malines, desse cão formidável que dá
pelo nome de Malinois, indispensável para as forças terrestres, parte
integrante das forças navais, ideal para as aerotransportadas e um incansável
polícia de nomeada. Preferido por todas as polícias, já chegou às forças da
ordem da República da Índia, nomeadamente ao esquadrão K9 da Polícia de Odisha,
que foi recentemente reforçado com 5 novos cães desta raça.
Estes 5 Malinois (na foto acima), agora com 14 meses de idade e que se encontram registados no Kennel Club da Índia, foram treinados para diferentes aptidões durante 9 meses, sujeitos aos trabalhos de obediência, à recusa de engodos, ao concurso de obstáculos, à prática da pistagem e a diferentes rastreamentos. Os Malinois na Índia, ali muito apreciados pela sua capacidade olfactiva, já se encontram implantados nas diferentes forças policiais armadas centrais, como no SSB, BSF, ITBP, CISF, CRPF e em todas as organizações policiais estaduais. Diz-se que por mais recôndito, inesperado e inóspito que seja um lugar, sempre se encontra um português, mas eu penso que actualmente mais depressa de encontrará um Malinois graças à sua enorme e justificada fama.
DUAS VEZES MORDIDO NAS NÁDEGAS
Na
passada sexta-feira, dia 18 do corrente mês, pelas 13h25, no bairro de Hollerath,
no município alemão de Hellenthal, distrito de Euskirchen, Nordrhein-Westfalen,
um estafeta foi mordido e ferido por um cão quando procedia à entrega de um
pacote na Luxemburger Strasse. Ao invés de deixar a encomenda junto ao portão
de entrada da propriedade, como mandava a sua segurança, decidiu entrar e andar
cerca de 30 metros até à porta da frente da casa, onde pretendia depositar o
pacote. Entretanto, um Dogue Alemão que circulava solto na propriedade
avistou-o e acabou por mordê-lo. Apesar do dono da casa se encontrar ausente
naquele momento, já havia indicado aos transportadores de encomendas que as
deixassem junto ao portão de entrada da propriedade. Segundo informou a
polícia, este estafeta parecia não ter conhecimento disso, pelo que foi mordido
duas vezes nas nádegas e derrubado pelo cão, sendo depois encaminhado para um
hospital onde viria a ser tratado.
Este estafeta foi literalmente “colocar-se na boca do lobo”, sendo entendido pelo cão como um intruso a repelir, mercê quiçá da sua ignorância e falta de experiência. Assim, em virtude do sucedido, a menos que seja sadomasoquista, estou convencido que este estafeta não voltará a proceder da mesma maneira quando tiver que voltar àquela casa. Muita gente tem sido mordida nestas circunstâncias por não usar das cautelas necessárias, entrando pela casa dos outros sem esperar autorização, sujeitando-se desse modo às arremetidas dos cães que eventualmente possam encontrar-se lá dentro, normalmente à espera da oportunidade certa para entrarem em acção, podendo até para o efeito ocultar-se e permanecer em silêncio. Na dúvida de haver ou não cães, o melhor que há a fazer é não entrar, deixar as encomendas ao portão ou voltar noutra hora àquele local na esperança de lá encontrar alguém.
HOSPITALIZADOS POR PROTEGER UMA GALINHA
Na
cidade francesa de Argilly, na Côte-d’Or, na passada sexta-feira, dia 18 de
Fevereiro, por volta das 08h00, dois aposentados foram atacados por dois cães
do tipo Staffordshire Terrier, mais conhecidos como “pitbulls” (estou a citar),
que escapando ao seu dono, invadiram o jardim dos idosos para atacar uma
galinha. Na tentativa de expulsá-los, os dois aposentados teriam sido atacados
pelos mastins, encontrando a Gendarmerie uma das vítimas deitada no chão e a
outra refugiada dentro de casa. Um dos cães foi abatido a tiro pela polícia e o
outro foi recolhido pelo dono num canil. Mordidos e gravemente feridos, os dois
aposentados foram levados à pressa para o Hospital Universitário de Dijon.
Citados pela France Bleu Bourgogne, emissora pertencente a uma rede de estações de rádio locais e regionais de França, os bombeiros que correram em auxílio das vítimas, adiantaram que estas não se encontravam em perigo de vida. De acordo com a mesma rádio, os proprietários dos cães foram detidos e ouvidos pela Gendarmerie, tendo-lhes sido aberto um inquérito judicial. Conforme recordou a France 3, canal público de televisão, os Staffordshire Terriers são considerados cães de “ataque” da 1ª categoria, estando a sua posse condicionada a um treino capaz de evitar o seu comportamento agressivo, à obrigatoriedade de um seguro de responsabilidade civil e a uma avaliação comportamental dos cães. A condução à trela e o uso de açaime são obrigatórios para os cães desta raça nos espaços públicos. Se os idosos soubessem o que o destino lhes reservava, certamente entregariam a galinha à sua sorte e não seriam molestados, porque foi a sua defesa que irritou (espicaçou) os cães, animais invasores que obviamente se encontravam fora de controlo, o que aponta para a irresponsabilidade dos seus donos.
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022
E AINDA HÁ QUEM SEJA CONTRA O SUBSÍDIO DE RISCO DOS POLÍCIAS
Na cidade francesa de
Lyon, na passada sexta-feira, dia 18 de fevereiro, durante uma operação de
controlo, uma agente da polícia francesa foi mordida por um cão supostamente a
mando da sua dona. Durante a operação um menor que era objecto de investigação
foi também preso. Uma mulher e um menor foram detidos pela polícia de Lyon
(Rhône) e colocados sobre a sua custódia. Quando o jovem estava a ser revistado
pela polícia, a mulher suspeita teria ordenado ao seu cão que atacasse a
mulher-polícia. Os factos ocorreram à tarde e o menor suspeito tinha na sua
posse vários cartões de crédito que não lhe pertenciam. A dona do cão, que não
estava originalmente ligada ao caso, apareceu repentinamente para defender o
menor, ordenando depois que o animal enfiasse os dentes numa das agentes
policiais, que em virtude disso, depois de tratada, recebeu 11 dias de baixa. A
dona do cão será presente amanhã a tribunal, dia 22 de fevereiro, enquanto o
menor só virá a ser julgado em Abril.
Tiros, facadas, dentadas e toda a sorte de agressões chovem sobre os polícias, a quem em muitos lados é sonegado ou transformado em miséria o subsídio de risco. Destas agressões, para além de mortes, podem resultar incapacidades permanentes, a destruição de vidas cuja incumbência principal é olhar pelas nossas. Ser polícia já não é fácil diante das muitas pressões internas e externas, e também não o é do ponto de vista familiar, porque duma forma ou de outra, a sua família acaba também por ser incorporada. Não atribuir um justo subsídio de risco às polícias, que é um direito que lhes assiste, é banalizar o seu serviço e dar pouca ou nenhuma importância às suas famílias. Se o risco é real, o seu subsídio não pode ser uma brincadeira!
NEM OS CÃES ESCAPARAM!
A realidade
social norte-americana já nos acostumou a toda a casta de bandidos e assassinos
em série, mesmo que estes facínoras nem sempre sejam originários das terras do
Tio Sam. Ontem, domingo, pelas 18h30, na cidade de Port St. Lucie, localizada
no condado com o mesmo nome, no estado norte-americano da Flórida, a polícia
foi chamada ao quarteirão 1900 da Southwest Cameo Boulevard, onde se deparou
com 3 pessoas já cadáveres e 2 cães mortos, aparentemente todos mortos à bala,
conforme divulgou hoje, adiantando que se tratou dum incidente isolado e que
ainda não tem qualquer suspeito. Hoje já não havia qualquer sinal de actividade
policial na casa de piso térreo onde tudo se passou, onde ainda permanecem ao
seu redor 3 viaturas automóveis (um automóvel ligeiro, uma pequena carrinha e
um utilitário desportivo). Os vizinhos não deram por nada, só se inteiraram do
sucedido pelas notícias e apenas adiantaram que os desaparecidos faziam “vendas
de garagem”.
A vingança sobre os animais de alguém é algo tão cobarde e cruel como maltratar e matar vítimas inocentes para ferir dolosamente outrem, condenando-o dessa forma a um sofrimento atroz e duradouro. Gente que assim procede, por mostrar um profundo desrespeito pela vida do seu próximo e dos seres vivos que o acompanham, obviamente que não é “normal”, encontra-se severamente doente, necessitando por isso de ressarcir a sociedade, ser tratada e isolada dos demais, enquanto a sua recuperação não for possível. Na impossibilidade de um arrependimento sério e de uma recuperação objectiva, deverão estes indivíduos ser constantemente medicados e vigiados por conta das suas patologias, para que não causem novas vítimas ou firam mais inocentes. No dia em que se inventaram as armas de fogo, os cobardes puderam dar caça aos valentes e abater sem razão aparente tudo o que encontraram pela frente. A vingança de um cobarde é algo que não pode ser desconsiderado, porque vem quando menos se espera, é implacável e por demais dolorosa.
UMA PERGUNTA PARA QUEM SABE OU QUER SABER
Pondo de parte casos excepcionais e algumas raças específicas, quando dois molossos, sem qualquer tipo de treino prévio para o efeito, cercam um homem no intuito de capturá-lo, qual dos dois cães morde primeiro a vítima: o que está na sua frente ou aquele que se encontra nas suas costas? Caso não saiba a resposta, procure-a em https://www.walesonline.co.uk/news/wales-news/man-thought-could-killed-neighbours-23141420, pois conhecer atempadamente os distintos modos (naturais) de ataque dos diferentes grupos somáticos caninos pode salvar-lhe a vida.
O METALDEÍDO ESTÁ NA MODA E JÁ CHEGOU A LINZ
Como
diz o povo e nisso parece ter razão: “não há mal que sempre dure, nem bem que
não se acabe”. Depois de inúmeras mortes caninas causadas pelo “605 Forte”, um pesticida
agrícola pertencente ao grupo dos organofosforados e um potente insecticida e
acaricida, cuja venda foi condicionada e nalgumas paragens proibida, os
envenenadores de cães valem-se agora do Metaldeído (tetrâmero cíclico do
acetaldeído), um composto orgânico cuja fórmula é (CH3CHO)4, usado frequentemente
como pesticida contra caracóis lesmas e outros gastrópodes e de fácil aquisição.
As alterações mais comuns devidas à intoxicação canina por este pesticida são: hipersalivação,
convulsões, danos renais e hepáticos. Escusado será dizer que este pesticida
mata e que qualquer cão que o ingerir deverá imediatamente ser encaminhado para
o veterinário.
Na
passada terça-feira, na cidade e município de Linz, Capital da Alta Áustria e
grande polo industrial, um proprietário canino encontrou pedaços suspeitos de
salsicha, carne e passas na Floresta Aquática. O seu cão foi levado a um
veterinário, verificou-se ter sido envenenado e o clínico chamou a polícia
depois de ter sido obrigado a abater o animal. A polícia de Kleinmünchen está a
investigar o caso e disponibilizou uma linha telefónica para receber
informações relevantes. O suspeita-se que o veneno utilizado tenha sido metaldeído.
Para que a moda em voga no mundo germânico, no que concerne ao envenenamento de cães, não atinja Portugal, importa alertar os senhores comerciantes que vendem estes produtos para a Lei n.º 26/2013, de 11 de Abril, que regula as actividades de distribuição, venda e aplicação de produtos fitofarmacêuticos para uso profissional e de adjuvantes de produtos fitofarmacêuticos e define os procedimentos de monitorização à utilização dos produtos fitofarmacêuticos, transpondo a Directiva n.º 2009/128/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de Outubro, que estabelece um quadro de acção a nível comunitário para uma utilização sustentável dos pesticidas, e revogando a Lei n.º 10/93, de 6 de Abril, e o Decreto-Lei n.º 173/2005, de 21 de Outubro. A luta contra o envenenamento de cães, por ser um problema multifactorial e transversal à sociedade, não dispensa a colaboração de todos.