Vamos
primeiro aos factos. Hoje, por volta das 2 da manhã, em Clashmore, vila no
Condado Ocidental de Waterford, na Irlanda, uma bebé de 3 meses, que se
encontrava no seu berço a dormir, foi atacada por um cão, que ao subir as
escadas para a alcançar, deixou-a em estado muito grave. Os serviços de
emergência trataram os ferimentos da bebé no local antes de ser levada de
ambulância para o Hospital de Cork, onde viria a morrer por volta das 3 da
manhã, devendo hoje realizar-se o seu exame post-mortem. Entretanto, a casa foi
isolada para um exame forense, um processo será encaminhado para o tribunal e
oportunamente instaurado um inquérito, estando já a decorrer uma investigação
por parte da Gardaí (polícia) de Dungarvan. A mãe da falecida bebé tem 20 anos
e o pai 30, a comunidade local, com cerca de 1.800 pessoas, mostra-se chocada
com o ocorrido e ao mesmo tempo solidária com a família enlutada, por quem ora
para que consiga ultrapassar esta grande adversidade.
Quero
dizer que sou completamente a favor de que os cães sejam mimados, enquanto
animais interactivos que necessitam de carinho, aprovação, conforto e protecção,
que não tenho nada contra os casais que não tendo filhos biológicos, os tratem
como tal, desde que a sua ilusão não atente contra aquilo que os animais são –
cães. Porém, sou totalmente contra aqueles casais que põem filhos e cães em pé
de igualdade, o que é de todo impossível, porque os cães jamais serão humanos e
estes dificilmente aceitarão ser cães. Mais contra sou contra aqueles casais
que têm primeiro cães e só depois filhos, o que acontece com alguma (muita)
frequência, e que não preparam e não treinam os animais para a chegada das
crianças, mesmo aqueles cujo grau de perigosidade é por demais elevado, assim
como a sua propensão para despoletar acidentes. Poderei eu dormir descansado na
minha cama com um cão solto dentro de casa, adulto, mais antigo no lar,
territorial e ciumento, enquanto o meu bebé dorme no seu berço? Já houve quem o
tivesse feito e se tenha dado muito mal, eu jamais descansaria e de maneira de
nenhuma o permitiria, porque sei do que os cães são capazes!
No caso de um ataque como o acontecido em Clashmore, pergunta-se: foi o irmão mais velho que matou a sua irmãzinha bebé ou foi um cão que a matou? Penso que pouca gente ousará tratar agora um cão destes como filhinho ou mano. Serão as desgraças o melhor meio para despertar as pessoas das suas ilusões? Penso que a morte de alguém, mormente a de um filho, não seja necessária ou serva de justificação para que os pais vivam e aprendam. Enquanto permanecermos na ilusão de que cães e crianças gozam das mesmas prerrogativas dentro de um lar comum, os bebés vão continuar a ser mutilados e mortos por “irmãos” que nunca o foram.
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