Três
Pitbulls atacaram fatalmente uma senhora de 41 anos na longínqua cidade australiana
de Maryborough no sul de Queensland. A vítima sofreu graves ferimentos na
cabeça, tórax e braço esquerdo, por volta das 09 horas de ontem, terça-feira,
dia 08 de junho, quando visitava uma casa na Milton Street. Os 3 cães assassinos
não pertenciam àquela residência e foram abatidos logo após terem vitimado a
senhora. O Mayor de Fraser Coast, George Seymour, ao referir-se ao assunto
disse que os 3 cães não registados foram apreendidos pela polícia. “Os cães
foram sacrificados”, adiantou ele. “Assim que a polícia informou que não
precisava deles para fins de prova, foram sacrificados”. Apesar da polícia
aguardar os resultados da autópsia, não iniciou qualquer investigação criminal.
George
Seymour, o Fraser Coast Mayor, fez questão de dizer aos media que a comunidade
ficou “abalada” com o sucedido, “Maryborough e Fraser Coast ficaram chocados
com isto - três cães a atacar e a matar uma jovem. Milton Street é uma rua
residencial tranquila... e ouvir que uma matilha de cães matou ali uma pessoa -
é de partir o coração. Este é um evento profundamente trágico, um evento horrível."
O mesmo autarca disse que o conselho da cidade está à procura de quaisquer
lições de segurança a serem aprendidas. “Toda a circunstância precisará de ser
investigada minuciosamente. Queremos ter uma comunidade onde as pessoas possam
ir aonde quiserem.”
Kirsty
Nalvarte, directora de comportamento animal da RSPCA de Queensland, quando
convidada a pronunciar-se sobre o caso, começou por dizer que se tratou de um
caso extremo e que um cão agressivo se encontra dependente de circunstâncias individuais.
“É realmente difícil dizer o que pode causar agressão porque há vários factores
diferentes", disse ela, acrescentando que a genética, uma falha na
comunicação, uma sociabilização deficitária ou outros factores ambientais podem
desempenhar um importante papel na agressão. Disse ainda que que os cães muitas
vezes podem tornar-se agressivos se não aprenderem a lidar com o mundo, forem
confrontados com uma nova situação ou perante desconhecidos". Nalvarte disse
ainda que é importante seguir as leis locais e relatar qualquer incidente grave.
“Registe o seu animal de estimação... [e] mantenha o seu cão na trela e tudo
mais”, disse ela. Terminou dizendo que os cães devem receber "muita
atenção" quando estão a tentar comunicar connosco. Apostada em serenar os
ânimos, esta especialista da RSPCA disse que era melhor “manter a calma” e
notificar o conselho local se houvesse algo preocupante.
O mau-hábito de abater logo que possível os cães que atacam humanos tem inocentado muita gente que os instigou e condicionou a fazê-lo. Um cão morto dificilmente dirá se o seu ataque foi instintivo e sem interferência humana ou fruto de condicionamento prévio e a mando de alguém. Contudo, a natureza e a distribuição dos golpes infligidos nas vítimas podem esclarecer de que tipo de ataque se tratou – se instintivo ou condicionado. Este ataque em Maryborough parece-me estar bem para além de um comum ataque instintivo, considerando as zonas do corpo da vítima atacadas e o particular do ataque ao “braço esquerdo”. O que levou cães a não atacar também o braço direito? Seria a senhora canhota? Caso não seja, alguma coisa ficou por explicar.
Por outro lado, se o ataque foi em matilha (a notícia não o esclarece bem), o mais provável é que aqueles cães já o tivessem feito antes, porque uma matilha não se escalona automaticamente para abater uma presa, sendo normal haver luta entre os cães para determinar a sua posse. Eu jamais mataria aqueles cães até dissipar todas as minhas dúvidas. Poderia até nem matá-los, caso se comprovasse que agiram a mando de alguém, porque podiam ser recuperados, apesar de nem sempre se saber quem estaria disposto pagar as despesas da sua reeducação. Sacrificá-los-ia se tivesse a certeza que agiram por modo próprio, temendo que voltassem a fazer o mesmo, o que não é tão difícil de acontecer. Na longínqua Maryborough aconteceu uma carnificina que ninguém soube ou não quis explicar e que importaria dissecar para o bem de todos, para que ninguém venha a ser vitima de ataques semelhantes.
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