quarta-feira, 9 de junho de 2021

CARNIFICINA NA LONGÍNQUA MARYBOROUGH

 

Três Pitbulls atacaram fatalmente uma senhora de 41 anos na longínqua cidade australiana de Maryborough no sul de Queensland. A vítima sofreu graves ferimentos na cabeça, tórax e braço esquerdo, por volta das 09 horas de ontem, terça-feira, dia 08 de junho, quando visitava uma casa na Milton Street. Os 3 cães assassinos não pertenciam àquela residência e foram abatidos logo após terem vitimado a senhora. O Mayor de Fraser Coast, George Seymour, ao referir-se ao assunto disse que os 3 cães não registados foram apreendidos pela polícia. “Os cães foram sacrificados”, adiantou ele. “Assim que a polícia informou que não precisava deles para fins de prova, foram sacrificados”. Apesar da polícia aguardar os resultados da autópsia, não iniciou qualquer investigação criminal.

George Seymour, o Fraser Coast Mayor, fez questão de dizer aos media que a comunidade ficou “abalada” com o sucedido, “Maryborough e Fraser Coast ficaram chocados com isto - três cães a atacar e a matar uma jovem. Milton Street é uma rua residencial tranquila... e ouvir que uma matilha de cães matou ali uma pessoa - é de partir o coração. Este é um evento profundamente trágico, um evento horrível." O mesmo autarca disse que o conselho da cidade está à procura de quaisquer lições de segurança a serem aprendidas. “Toda a circunstância precisará de ser investigada minuciosamente. Queremos ter uma comunidade onde as pessoas possam ir aonde quiserem.”

Kirsty Nalvarte, directora de comportamento animal da RSPCA de Queensland, quando convidada a pronunciar-se sobre o caso, começou por dizer que se tratou de um caso extremo e que um cão agressivo se encontra dependente de circunstâncias individuais. “É realmente difícil dizer o que pode causar agressão porque há vários factores diferentes", disse ela, acrescentando que a genética, uma falha na comunicação, uma sociabilização deficitária ou outros factores ambientais podem desempenhar um importante papel na agressão. Disse ainda que que os cães muitas vezes podem tornar-se agressivos se não aprenderem a lidar com o mundo, forem confrontados com uma nova situação ou perante desconhecidos". Nalvarte disse ainda que é importante seguir as leis locais e relatar qualquer incidente grave. “Registe o seu animal de estimação... [e] mantenha o seu cão na trela e tudo mais”, disse ela. Terminou dizendo que os cães devem receber "muita atenção" quando estão a tentar comunicar connosco. Apostada em serenar os ânimos, esta especialista da RSPCA disse que era melhor “manter a calma” e notificar o conselho local se houvesse algo preocupante.

O mau-hábito de abater logo que possível os cães que atacam humanos tem inocentado muita gente que os instigou e condicionou a fazê-lo. Um cão morto dificilmente dirá se o seu ataque foi instintivo e sem interferência humana ou fruto de condicionamento prévio e a mando de alguém. Contudo, a natureza e a distribuição dos golpes infligidos nas vítimas podem esclarecer de que tipo de ataque se tratou – se instintivo ou condicionado. Este ataque em Maryborough parece-me estar bem para além de um comum ataque instintivo, considerando as zonas do corpo da vítima atacadas e o particular do ataque ao “braço esquerdo”. O que levou cães a não atacar também o braço direito? Seria a senhora canhota? Caso não seja, alguma coisa ficou por explicar. 

Por outro lado, se o ataque foi em matilha (a notícia não o esclarece bem), o mais provável é que aqueles cães já o tivessem feito antes, porque uma matilha não se escalona automaticamente para abater uma presa, sendo normal haver luta entre os cães para determinar a sua posse. Eu jamais mataria aqueles cães até dissipar todas as minhas dúvidas. Poderia até nem matá-los, caso se comprovasse que agiram a mando de alguém, porque podiam ser recuperados, apesar de nem sempre se saber quem estaria disposto pagar as despesas da sua reeducação. Sacrificá-los-ia se tivesse a certeza que agiram por modo próprio, temendo que voltassem a fazer o mesmo, o que não é tão difícil de acontecer. Na longínqua Maryborough aconteceu uma carnificina que ninguém soube ou não quis explicar e que importaria dissecar para o bem de todos, para que ninguém venha a ser vitima de ataques semelhantes.

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