Não
é novidade para ninguém que defendemos uma suave condução dos cães à trela na
execução do comando de “junto”, tão suave e leve que possibilite a uma criança
de 3 anos de idade conduzir qualquer um dos nossos cães depois de devidamente
ensinado. O “junto”, o caminhar do cão alinhado ao lado do dono e sem
atropelos, é um dos primeiros comandos que instalamos nos cães e uma das pedras
basilares da obediência canina. O atraso na aprendizagem dos cães em andar a
trela; o desfasamento temporal entre os momentos de liberdade e os de trela nos
animais; a resistência dos donos em conduzi-los assim; a sua ausência de
disponibilidade para fazê-lo; as dificuldades que enfrentam e a impropriedade
do seu perfil psicológico são os maiores responsáveis pelas delongas na
assimilação do comando de “junto” pelos cães, entraves da exclusiva
responsabilidade dos donos, que inevitavelmente terão que ser também
esclarecidos, educados e instruídos. Como o José, condutor do CL Max se
queixava de ir a reboque do cão nos passeios domésticos e sabendo que este
Castro Laboreiro é um daqueles cães de quem na gíria se diz que “só lhe faltar
falar”, ontem foi dia de instruirmos o José com o Max a ver.
Involuntariamente,
o José conduz o Max à trela debaixo de uma extraordinária tensão, sempre de
braço dobrado e pendurado no estrangulador, dificultando assim a oxigenação ao
cérebro do animal, que puxa cada vez mais pelo dono para se libertar daquele
inusitado estrangulamento. Devido ao seu perfil psicológico introvertido, o
José apresenta algumas dificuldades em manter o diálogo com o seu cão e tende a
malbaratar os comandos, a usá-los tardiamente ou a desusá-los. A sua postura
contraída e em esforço, atendendo ao impacto visual que tem sobre o Max, acaba
por levar o cão a desconsertá-lo e a tentar roubar-lhe a autoridade através de
convites para a brincadeira, primeiro formulados por chantagem emocional.
Nestes
casos, quando importa descontrair os donos, livrá-los da tensão e levá-los ao
acerto atempado das ordens, substituindo a força bruta pela entoação dos
comandos, o melhor que há fazer é pedir aos condutores que conduzam os seus
cães sem pôr as mãos nas trelas, pondo-as alternadamente atrás da nuca e atrás
das costas, com a trela pousada sobre os seus ombros. Estes exercícios
prestam-se como terapia de relaxamento, induzem os donos ao uso dos comandos
verbais e mostram-lhes quão impróprio e fútil foi o uso da força na condução
dos seus cães ali. Para além destes aspectos, estes exercícios melhoram
substancialmente o equilíbrio dos condutores e levam-nos à aquisição de uma
postura erecta, que tem como reflexos positivos a aproximação e a procura dos
donos por parte dos cães, os mesmos que anteriormente se “penduravam” á
esquerda e que tudo faziam para se escapar.
Quando
importa fazer descansar os donos do incómodo das posições solicitadas e sendo
visível o seu progresso, deixamos que descontraiam os braços e pedimos-lhe que
executem um Slalom sem meterem as mãos nas trelas, que é exactamente o que está
a fazer o José com o Max no GIF seguinte.
Os
resultados são imediatos logo após uma terapia destas, mas não são duradouros
atendendo à natureza e aos mau hábitos dos donos, pelo que estas manobras de
relaxamento deverão fazer parte das rotinas dos binómios, repetidas nos lares e
na escola até que os seus benefícios sejam permanentes e irreversíveis.
O binómio José/Max trabalhou ainda na cidade onde teve oportunidade de conhecer outro cão, dando assim início à sociabilização Max no exterior. O comportamento deste Castro Laboreiro na urbe é calmo e sereno e mais será quando se encontrar completamente sociabilizado. Hoje o Max esteve a ver o dono a aprender!
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