terça-feira, 15 de junho de 2021

O MAX ESTEVE A VER O DONO A APRENDER

 

Não é novidade para ninguém que defendemos uma suave condução dos cães à trela na execução do comando de “junto”, tão suave e leve que possibilite a uma criança de 3 anos de idade conduzir qualquer um dos nossos cães depois de devidamente ensinado. O “junto”, o caminhar do cão alinhado ao lado do dono e sem atropelos, é um dos primeiros comandos que instalamos nos cães e uma das pedras basilares da obediência canina. O atraso na aprendizagem dos cães em andar a trela; o desfasamento temporal entre os momentos de liberdade e os de trela nos animais; a resistência dos donos em conduzi-los assim; a sua ausência de disponibilidade para fazê-lo; as dificuldades que enfrentam e a impropriedade do seu perfil psicológico são os maiores responsáveis pelas delongas na assimilação do comando de “junto” pelos cães, entraves da exclusiva responsabilidade dos donos, que inevitavelmente terão que ser também esclarecidos, educados e instruídos. Como o José, condutor do CL Max se queixava de ir a reboque do cão nos passeios domésticos e sabendo que este Castro Laboreiro é um daqueles cães de quem na gíria se diz que “só lhe faltar falar”, ontem foi dia de instruirmos o José com o Max a ver.

Involuntariamente, o José conduz o Max à trela debaixo de uma extraordinária tensão, sempre de braço dobrado e pendurado no estrangulador, dificultando assim a oxigenação ao cérebro do animal, que puxa cada vez mais pelo dono para se libertar daquele inusitado estrangulamento. Devido ao seu perfil psicológico introvertido, o José apresenta algumas dificuldades em manter o diálogo com o seu cão e tende a malbaratar os comandos, a usá-los tardiamente ou a desusá-los. A sua postura contraída e em esforço, atendendo ao impacto visual que tem sobre o Max, acaba por levar o cão a desconsertá-lo e a tentar roubar-lhe a autoridade através de convites para a brincadeira, primeiro formulados por chantagem emocional.

Nestes casos, quando importa descontrair os donos, livrá-los da tensão e levá-los ao acerto atempado das ordens, substituindo a força bruta pela entoação dos comandos, o melhor que há fazer é pedir aos condutores que conduzam os seus cães sem pôr as mãos nas trelas, pondo-as alternadamente atrás da nuca e atrás das costas, com a trela pousada sobre os seus ombros. Estes exercícios prestam-se como terapia de relaxamento, induzem os donos ao uso dos comandos verbais e mostram-lhes quão impróprio e fútil foi o uso da força na condução dos seus cães ali. Para além destes aspectos, estes exercícios melhoram substancialmente o equilíbrio dos condutores e levam-nos à aquisição de uma postura erecta, que tem como reflexos positivos a aproximação e a procura dos donos por parte dos cães, os mesmos que anteriormente se “penduravam” á esquerda e que tudo faziam para se escapar.

Quando importa fazer descansar os donos do incómodo das posições solicitadas e sendo visível o seu progresso, deixamos que descontraiam os braços e pedimos-lhe que executem um Slalom sem meterem as mãos nas trelas, que é exactamente o que está a fazer o José com o Max no GIF seguinte.

Os resultados são imediatos logo após uma terapia destas, mas não são duradouros atendendo à natureza e aos mau hábitos dos donos, pelo que estas manobras de relaxamento deverão fazer parte das rotinas dos binómios, repetidas nos lares e na escola até que os seus benefícios sejam permanentes e irreversíveis.

O binómio José/Max trabalhou ainda na cidade onde teve oportunidade de conhecer outro cão, dando assim início à sociabilização Max no exterior. O comportamento deste Castro Laboreiro na urbe é calmo e sereno e mais será quando se encontrar completamente sociabilizado. Hoje o Max esteve a ver o dono a aprender!

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