Ontem
pela tarde, o Adestrador decidiu pegar no FSM Doc e dotá-lo de novas
competências interdisciplinares ligadas essencialmente ao resgate e à evasão.
Casualmente, enquanto procedíamos ao treino do Doc, encontrámos dois senhores
de abastadas primaveras que por momentos observaram o desenrolar dos nossos
trabalhos. Ao reparem no desempenho do cão, um exclamou incrédulo e estupefacto:
“Os filas também são capazes de fazer isto?” No Gif acima vemos o Doc a
caminhar sobre um murete de cimento com apenas 10 cm de lado objectivando o
desenvolvimento do seu equilíbrio e o cumprimento absoluto das ordens. No Gif
abaixo, agora conduzido pelo dono, vemo-lo a saltar uma vertical crua de
difícil execução, obstáculo de endurance já seu conhecido que executou à primeira
e em segurança.
Mais
para lhe melhorar a capacidade de concentração do que por outro motivo
qualquer, o Adestrador pediu-lhe que progredisse sobre um tubo de ferro, pondo
as patas do lado esquerdo num lado do tubo e as do lado direito no outro. Com isso
acabou por reproduzir o andamento típico dos bracos na abordagem da caça, que
colocam os pés no mesmo sítio das mãos para que a sua progressão não seja
detectada, andamento que neles é instintivo, mas que num Fila é antinatural e
só possível mediante condicionamento. Caso importasse fazer de um fila um cão
de aponte, este seria um dos métodos para o alcançar.
O
GIF seguinte reporta-se ao mesmo trabalho, ainda que captado num plano frontal.
A maior dificuldade nesta tarefa para os cães que têm como andamento
preferencial a marcha, como é o caso do Fila, é que eles tentam obliquar de
traseira para evitar o passo de andadura, pelo que a velocidade de execução
carece de ser controlada e o condutor de evoluir no sítio certo.
Entretanto
chegou o Noé com o CPA Ruky e a ocasião proporcionou-se para introduzir o
cachorro ao muro de 200 cm com chamada. O CPA tem, como se pode ver no GIF
abaixo, capacidade atlética de sobra para vencer o obstáculo com êxito, o que
ele nem tem e precisa urgentemente é de um “junto” aceitável para o efeito, uma
vez que parte à desfilada, salta antes ou depois da linha de chamada e
invariavelmente agachado, o que dificulta ainda mais a marcação do salto,
problema que se deve ao pouco rigor do Noé no “junto” e à ausência de uma
cadência de marcha (o “junto” é o primeiro dos comandos que ensinamos na Escola,
por onde andará a cabeça do Noé?)
Foi
ainda pedido ao Noé, com todas as cautelas e com a sua anuência, não fosse o
homem desmanchar-se, que descesse uma pequena encosta de pedra com o Ruky,
fazendo uso do comando de “atrás” já assimilado pelo cachorro. O animal, como era
esperado, permaneceu atrás e segurou o dono, garantindo-lhe a descida.
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: José António/Doc e Noé/Ruky. A tarde esteve cinzenta e amena, com a serra enevoada e com pouca visibilidade, condições nada condizentes com o tempo de Verão que se aproxima. Os objectivos foram alcançados e todos regressaram incólumes e felizes a casa. Apesar de ausente, o Paulo Jorge, como é seu hábito, acabou por fazer a montagem fotográfica.
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