O
Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos disse anteontem,
segunda-feira, que suspenderá temporariamente a importação de cães de 113
países classificados como de alto risco para raiva canina a partir de 14 de
julho. A suspensão aplica-se a todos os cães, incluindo cachorros, cães de
apoio emocional e cães que viajaram para fora dos Estados Unidos e voltaram de
países de alto risco. Também inclui cães que chegam de outros países, se eles
estiveram num país de alto risco durante os seis meses anteriores. O CDC disse
que “uma acção temporária é necessária para garantir a saúde e a segurança dos
cães importados para os Estados Unidos e para proteger a saúde pública contra a
reintrodução da variante do vírus da raiva canina nos Estados Unidos.”
Emily
Pieracci (na foto seguinte), médica veterinária do CDC, disse à Reuters que no
último ano, durante a pandemia de COVID, "houve um aumento significativo
do número de cães importados com certificados de vacinação anti-rábica
fraudulentos ou falsificados". Os 113 países incluem Rússia, China, Índia,
Brasil, Peru, Quênia, El Salvador, Guatemala, Bielorrússia, Afeganistão, Arábia
Saudita, Paquistão, Jordânia, Equador, Cuba, Malásia, Indonésia, Nigéria e
Arábia Saudita, disse o CDC. Pieracci também observou que, durante a pandemia
de Covid-19, muitos programas de vacinação canina em todo o mundo foram suspensos
ou cancelados. Ela citou um número crescente de casos de raiva canina no Haiti
e no Peru como resultado dos cortes na vacinação canina. “Dado o impacto que o Covid
teve nesses programas de vacinação em todo o mundo, não temos a certeza de como
será o nosso panorama da raiva no futuro”, disse Pieracci.
O
CDC estimou anteriormente que 1,06 milhões de cães são importados anualmente
para os Estados Unidos anualmente, estimando que a proibição das importações,
que deve durar um ano, afectará cerca de 6% dos cães importados. O CDC disse ainda
que, devido ao impacto do COVID-19 nos horários dos voos, os cães com entrada
negada enfrentam tempos de espera mais longos para serem devolvidos aos países
de origem, adoecendo uns e morrendo eventualmente outros. A raiva canina foi
eliminada dos Estados Unidos em 2007, mas continua prevalente em muitos países
e mata 59.000 pessoas anualmente em todo o mundo. Essas mortes seriam e são
evitáveis se as pessoas forem vacinadas antes do início dos sintomas. Embora os
cães nos Estados Unidos ainda possam ser infectados por guaxinins, doninhas ou
morcegos, eles não transmitem a raiva uns aos outros. Não obstante, o CDC,
excepcionalmente pode conceder uma aprovação prévia por escrito permitindo “a
importação de cães totalmente imunizados contra a raiva, com 6 meses ou mais,
de um país de alto risco.”
Persiste o problema das certificações fraudulentas de vacinação anti-rábica. Os cães de países de alto risco não podem entrar nos Estados Unidos antes de completarem 16 semanas e devem ser vacinados. Existem poucos lugares para abrigar adequadamente os cães cuja entrada nos Estados Unidos foi negada. O CDC tem apenas uma instalação de quarentena no aeroporto JFK de Nova Iorque para cães e a falta de instalações resultou em condições "inseguras" para os funcionários do aeroporto e para os cães, disse Pieracci, que concluiu: “Queremos que as pessoas possam importar cães - mas queremos que o façam com segurança.”
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