quarta-feira, 16 de junho de 2021

AMERICANOS PREOCUPADOS COM A RAIVA CANINA

 

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos disse anteontem, segunda-feira, que suspenderá temporariamente a importação de cães de 113 países classificados como de alto risco para raiva canina a partir de 14 de julho. A suspensão aplica-se a todos os cães, incluindo cachorros, cães de apoio emocional e cães que viajaram para fora dos Estados Unidos e voltaram de países de alto risco. Também inclui cães que chegam de outros países, se eles estiveram num país de alto risco durante os seis meses anteriores. O CDC disse que “uma acção temporária é necessária para garantir a saúde e a segurança dos cães importados para os Estados Unidos e para proteger a saúde pública contra a reintrodução da variante do vírus da raiva canina nos Estados Unidos.”

Emily Pieracci (na foto seguinte), médica veterinária do CDC, disse à Reuters que no último ano, durante a pandemia de COVID, "houve um aumento significativo do número de cães importados com certificados de vacinação anti-rábica fraudulentos ou falsificados". Os 113 países incluem Rússia, China, Índia, Brasil, Peru, Quênia, El Salvador, Guatemala, Bielorrússia, Afeganistão, Arábia Saudita, Paquistão, Jordânia, Equador, Cuba, Malásia, Indonésia, Nigéria e Arábia Saudita, disse o CDC. Pieracci também observou que, durante a pandemia de Covid-19, muitos programas de vacinação canina em todo o mundo foram suspensos ou cancelados. Ela citou um número crescente de casos de raiva canina no Haiti e no Peru como resultado dos cortes na vacinação canina. “Dado o impacto que o Covid teve nesses programas de vacinação em todo o mundo, não temos a certeza de como será o nosso panorama da raiva no futuro”, disse Pieracci.

O CDC estimou anteriormente que 1,06 milhões de cães são importados anualmente para os Estados Unidos anualmente, estimando que a proibição das importações, que deve durar um ano, afectará cerca de 6% dos cães importados. O CDC disse ainda que, devido ao impacto do COVID-19 nos horários dos voos, os cães com entrada negada enfrentam tempos de espera mais longos para serem devolvidos aos países de origem, adoecendo uns e morrendo eventualmente outros. A raiva canina foi eliminada dos Estados Unidos em 2007, mas continua prevalente em muitos países e mata 59.000 pessoas anualmente em todo o mundo. Essas mortes seriam e são evitáveis se as pessoas forem vacinadas antes do início dos sintomas. Embora os cães nos Estados Unidos ainda possam ser infectados por guaxinins, doninhas ou morcegos, eles não transmitem a raiva uns aos outros. Não obstante, o CDC, excepcionalmente pode conceder uma aprovação prévia por escrito permitindo “a importação de cães totalmente imunizados contra a raiva, com 6 meses ou mais, de um país de alto risco.”

Persiste o problema das certificações fraudulentas de vacinação anti-rábica. Os cães de países de alto risco não podem entrar nos Estados Unidos antes de completarem 16 semanas e devem ser vacinados. Existem poucos lugares para abrigar adequadamente os cães cuja entrada nos Estados Unidos foi negada. O CDC tem apenas uma instalação de quarentena no aeroporto JFK de Nova Iorque para cães e a falta de instalações resultou em condições "inseguras" para os funcionários do aeroporto e para os cães, disse Pieracci, que concluiu: “Queremos que as pessoas possam importar cães - mas queremos que o façam com segurança.” 

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