Anteontem,
sexta-feira, dia 04 do presente mês, decidimos apostar a fundo na sociabilização
do FSM Doc e iniciámo-la junto de jovens adultos de ambos os sexos. No GIF
acima vemos o Doc a passar por entre as pernas de dois jovens namorados que se
encontravam sentados num banco de jardim. No GIF seguinte aparece a ser conduzido
por uma jovem, que desconhecia até então e que dificilmente voltará a encontrar,
sobre o muro de um poço circular.
Na
continuação das manobras de sociabilização com pessoas adultas, conforme se
pode ver no GIF seguinte, o Doc foi convidado para saltar por cima dos dois
namorados, casalinho muito simpático e disponível que voluntariamente acedeu a
trabalhar connosco.
A
sociabilização deste Fila com pessoas adultas foi alcançada e amplamente
comprovada. Daqui para a frente caberá ao seu dono e condutor recapitulá-la,
como é sua responsabilidade diante da sociedade dos demais. Dado por terminadas
as tarefas relativas à sociabilização com pessoas adultas, foi pedido ao FSM
Doc que executasse o “quieto” e o “aqui” à distância com um obstáculo pelo
meio. As maiores dificuldades encontradas pelo cão foram da responsabilidade do
dono, que continua a não dominar os automatismos e a não conseguir liderar
atempadamente (por antecipação) as evoluções do animal.
Tendo
chegado ao conhecimento do Adestrador que o Doc tem-se mostrado agressivo
contra skates e bicicletas e tendo em conta o perigo que isso representa para
as crianças, o director em exercício na escola, optou por levá-lo para uma
pista de skate, bastante concorrida por crianças e ciclistas de idade inferior
aos 9 anos. Com uns miúdos a jogar à bola e outros a andar de skate, com
autorização do pai, aquém foi explicada a natureza do nosso trabalho e mostradas
as nossas credenciais, convidámos uma menina de 5 anos a conduzir o Doc, tendo
o cuidado de a acompanhar a par e passo. Tudo correu conforme o esperado e está
expresso no GIF abaixo.
Encantada
com o desempenho do cão, também a mãe da menina, até aquele momento cinófoba, segundo
nos confessou, experimentou executar com êxito o tricomando básico com o Doc,
não obstante tê-lo feito com algum receio, o que se compreende e mais ajudou à
sociabilização do animal.
Depois
convidámos um garoto de 8 anos de idade a conduzir o Fila montado no seu skate,
o que não foi uma tarefa fácil, porque o miúdo estava a dar os primeiros passos
naquela prancha com rodas. Também o garoto foi acompanhado na tarefa pelo
Adestrador, a quem coube controlar o cão e incentivar a criança.
Depois
de vários percursos lineares curtos, garoto e cão compreenderam a natureza do
trabalho e passaram a executá-lo com maior segurança e conforto. O Doc não
ladrou nem rosnou em algum momento dos trabalhos quando controlado pelo
adestrador.
Na
continuação do trabalho ali iniciado, convidámos uma miúda de 7 anos de idade,
esta já com outro traquejo no skate e muito mais desembaraçada, para conduzir o
Doc ao lado da sua prancha. Mais uma vez, o cão não demonstrou qualquer aviso,
ameaça ou qualquer manifestação agressiva.
Aquela
miúda, naturalmente espevitada, decidida e pouco dada a temores, bem ao
contrário dos miúdos da sua idade que vemos por aí, foi convidada para vir em
alta velocidade na direcção do cão, que por razões de segurança da própria
criança, permaneceu na posição de “morto” por ordem do Adestrador.
A mesma
menina de 5 anos com que iniciámos o nosso trabalho naquele parque foi
convidada a trazer a sua bicicleta para contornar o cão com ela. Mais uma vez,
por precaução, o cão recebeu a ordem de morto e não tugiu nem mugiu.
O
bom comportamento do cão pode ser comprovado pelo afrouxar da trela e também
pela descontracção da criança, que em momento algum mostrou medo ou qualquer
tipo de resistência ao trabalho que lhe foi pedido.
Também a sociabilização do Doc com as crianças pode ser considerada óptima, mas não tanto ao ponto de dispensar a sua recapitulação cíclica. A habituação ou familiarização aos skates e bicicletas carece ainda de trabalho aturado. Ao binómio José António/Doc veio juntar-se o constituído pelo José Maria/Jay, Jay que precisa urgentemente de ser sociabilizado com crianças, porque as detesta e se puder ataca-as dissimuladamente. Neste momento, o FSM Doc obedece mais ao Adestrador do que ao seu condutor, porque não é fácil para o cão aceitar o dono como líder, porque este sempre o acompanhou e ajudou, sendo mais um amigo do que um líder. Aceitar a passagem de “um cão igual a mim” para “um acima de mim” não será gratuito nem automático para o animal, que a princípio tudo fará para evitar a promoção do dono, mas que pouco a pouco, com o tempo e o treino, aceitá-lo-á como líder incontestável e será capaz de discernir entre a obrigação e o lazer. Esta passagem só acontece com os cães seguros a quem basta regrar. Os mais fracos e submissos sempre precisarão de ser incentivados e ajudados, literalmente carregados para alcançar os objectivos ao seu alcance. Eu continuo a preferir os outros, que é o que menos se vê por aí – prefiro regrar do que carregar ao colo – mas a sorte parece não estar do meu lado!
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