domingo, 6 de junho de 2021

KIDS, SKATEBOARDS AND BIKES

 

Anteontem, sexta-feira, dia 04 do presente mês, decidimos apostar a fundo na sociabilização do FSM Doc e iniciámo-la junto de jovens adultos de ambos os sexos. No GIF acima vemos o Doc a passar por entre as pernas de dois jovens namorados que se encontravam sentados num banco de jardim. No GIF seguinte aparece a ser conduzido por uma jovem, que desconhecia até então e que dificilmente voltará a encontrar, sobre o muro de um poço circular.

Na continuação das manobras de sociabilização com pessoas adultas, conforme se pode ver no GIF seguinte, o Doc foi convidado para saltar por cima dos dois namorados, casalinho muito simpático e disponível que voluntariamente acedeu a trabalhar connosco.  

A sociabilização deste Fila com pessoas adultas foi alcançada e amplamente comprovada. Daqui para a frente caberá ao seu dono e condutor recapitulá-la, como é sua responsabilidade diante da sociedade dos demais. Dado por terminadas as tarefas relativas à sociabilização com pessoas adultas, foi pedido ao FSM Doc que executasse o “quieto” e o “aqui” à distância com um obstáculo pelo meio. As maiores dificuldades encontradas pelo cão foram da responsabilidade do dono, que continua a não dominar os automatismos e a não conseguir liderar atempadamente (por antecipação) as evoluções do animal.

Tendo chegado ao conhecimento do Adestrador que o Doc tem-se mostrado agressivo contra skates e bicicletas e tendo em conta o perigo que isso representa para as crianças, o director em exercício na escola, optou por levá-lo para uma pista de skate, bastante concorrida por crianças e ciclistas de idade inferior aos 9 anos. Com uns miúdos a jogar à bola e outros a andar de skate, com autorização do pai, aquém foi explicada a natureza do nosso trabalho e mostradas as nossas credenciais, convidámos uma menina de 5 anos a conduzir o Doc, tendo o cuidado de a acompanhar a par e passo. Tudo correu conforme o esperado e está expresso no GIF abaixo.

Encantada com o desempenho do cão, também a mãe da menina, até aquele momento cinófoba, segundo nos confessou, experimentou executar com êxito o tricomando básico com o Doc, não obstante tê-lo feito com algum receio, o que se compreende e mais ajudou à sociabilização do animal.

Depois convidámos um garoto de 8 anos de idade a conduzir o Fila montado no seu skate, o que não foi uma tarefa fácil, porque o miúdo estava a dar os primeiros passos naquela prancha com rodas. Também o garoto foi acompanhado na tarefa pelo Adestrador, a quem coube controlar o cão e incentivar a criança.

Depois de vários percursos lineares curtos, garoto e cão compreenderam a natureza do trabalho e passaram a executá-lo com maior segurança e conforto. O Doc não ladrou nem rosnou em algum momento dos trabalhos quando controlado pelo adestrador.

Na continuação do trabalho ali iniciado, convidámos uma miúda de 7 anos de idade, esta já com outro traquejo no skate e muito mais desembaraçada, para conduzir o Doc ao lado da sua prancha. Mais uma vez, o cão não demonstrou qualquer aviso, ameaça ou qualquer manifestação agressiva.

Aquela miúda, naturalmente espevitada, decidida e pouco dada a temores, bem ao contrário dos miúdos da sua idade que vemos por aí, foi convidada para vir em alta velocidade na direcção do cão, que por razões de segurança da própria criança, permaneceu na posição de “morto” por ordem do Adestrador.

A mesma menina de 5 anos com que iniciámos o nosso trabalho naquele parque foi convidada a trazer a sua bicicleta para contornar o cão com ela. Mais uma vez, por precaução, o cão recebeu a ordem de morto e não tugiu nem mugiu.

O bom comportamento do cão pode ser comprovado pelo afrouxar da trela e também pela descontracção da criança, que em momento algum mostrou medo ou qualquer tipo de resistência ao trabalho que lhe foi pedido.

Também a sociabilização do Doc com as crianças pode ser considerada óptima, mas não tanto ao ponto de dispensar a sua recapitulação cíclica. A habituação ou familiarização aos skates e bicicletas carece ainda de trabalho aturado. Ao binómio José António/Doc veio juntar-se o constituído pelo José Maria/Jay, Jay que precisa urgentemente de ser sociabilizado com crianças, porque as detesta e se puder ataca-as dissimuladamente. Neste momento, o FSM Doc obedece mais ao Adestrador do que ao seu condutor, porque não é fácil para o cão aceitar o dono como líder, porque este sempre o acompanhou e ajudou, sendo mais um amigo do que um líder. Aceitar a passagem de “um cão igual a mim” para “um acima de mim” não será gratuito nem automático para o animal, que a princípio tudo fará para evitar a promoção do dono, mas que pouco a pouco, com o tempo e o treino, aceitá-lo-á como líder incontestável e será capaz de discernir entre a obrigação e o lazer. Esta passagem só acontece com os cães seguros a quem basta regrar. Os mais fracos e submissos sempre precisarão de ser incentivados e ajudados, literalmente carregados para alcançar os objectivos ao seu alcance. Eu continuo a preferir os outros, que é o que menos se vê por aí – prefiro regrar do que carregar ao colo – mas a sorte parece não estar do meu lado!

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