sexta-feira, 17 de julho de 2020

WHY BOGART DOESN’T LIKE HARRY?

Tablóides ingleses como “Daily Mail” e o “The Sun” noticiam hoje que Meghan Markle não mandará vir do Canadá para Beverly Hills o seu estimado cão resgatado Bogart, um cruzado de Pastor Alemão com Labrador, simplesmente porque o animal não gosta do Príncipe Harry. Há muito acostumados a resolver incompatibilidades deste tipo, vamos adiantar seguidamente as causas possíveis para a aversão do animal e a sua solução, movidos unicamente pelo prazer de decifrar enigmas que envolvam cães.
Diante de um problema destes há que considerar o particular dos seus três intervenientes directos: Meghan, o cão e Harry. Pelas suas declarações e pelas fotos que os media vão revelando, Meghan dispensa um tratamento muito afectuoso aos seus cães, dividindo com eles a sua vida e aposentos para que possam estar sempre a seu lado, coabitação que aponta para uma tratamento antropomórfico dos cães, promoção que algum deles poderá defender bravamente e que dará azo a uma matilha matriarcal fechada e inviolável, mais virada para si do que para o exterior, não vendo por isso com bons olhos o ingresso de novos membros no grupo. Como a matilha se encontra escalonada a partir de Meghan, terá que ser ela a “puxar dos galões”, a usar o seu poder para que Harry tenha lugar na sua alcateia familiar, o que não será fácil, porque ela é em simultâneo líder e amiga e, quando assim é, a líder tende a desaparecer e dar lugar à amiga.
Quanto ao cão Bogart, com nome de galã de cinema, há que considerar a mistura de raças de que foi alvo, que tanto poderá potenciar o que é comum a ambas, como complementar uma em particular, havendo uma delas dominante na construção. Por norma, nesta mistura, os cães patenteiam a dominância do Pastor Alemão sobre o Labrador, guardando do primeiro a curiosidade, a versatilidade, a lealdade, o instinto protector e um forte sentimento territorial. Do Retriever tendem a guardar a humildade e a ternura que os torna na sombra dos donos. Devido ao cruzamento, a alegria característica dos retrievers tende a dar lugar à reserva e à desconfiança, a alguma aversão a estranhos. Se porventura o animal pertencer ao grupo dos submissos tenderá a fugir de todos, mas se for dominante, defenderá o seu território e não deixará que ninguém se aproxime da dona, resistirá à apresentação de estranhos, tratá-los-á como intrusos e tentará escorraçá-los do grupo, temendo perder o seu estatuto e regalias – ser despromovido socialmente. E quando assim é, estamos perante um cão que só tem direitos e que nunca conheceu deveres. Urge pô-lo no lugar, o que equivale a dizer que deve ser treinado.
Debaixo deste cenário, Harry tem vestido a pele do vilão, por mais que tente convencer o cão do contrário, porque se aproximou da sua dona amada contra a sua vontade, cativou-lhe as atenções e colocou-se entre ambos na perspectiva do cão, que por sua vez deve abominar as atitudes, posturas e actos de Harry, ao considera-las abusivas e até provocadoras. Se porventura o príncipe tem medo dele ou alguma vez o inibiu, repreendeu, castigou ou ripostou, então a situação tende a agravar-se e a perpetuar-se. Harry já provou, que para além da solenidade das cerimónias protocolares, é um jovem irreverente, espontâneo, dado a entusiasmos, insatisfeito e amigo de surpreender, qualidades que eventualmente causarão alguma estranheza ao humilde mestiço, acostumado a um ambiente mais calmo na companhia da sua dona.
Em síntese, Meghan deverá treinar o cão, tornar-se sua líder e estabelecer-lhe regras. Harry, por sua vez, deverá aprender a lidar com cães e a maneira mais fácil de fazê-lo é acompanhar a mulher quando esta decidir educar o animal, coisa que dificilmente acontecerá por razões inerentes à vida de glamour que levam e à carregada agenda que têm de enfrentar, agora que decidiram trilhar sozinhos e por sua alta recreação o incerto caminho do arco-íris.

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