Tablóides
ingleses como “Daily Mail” e o “The Sun” noticiam hoje que Meghan Markle não
mandará vir do Canadá para Beverly Hills o seu estimado cão resgatado Bogart, um
cruzado de Pastor Alemão com Labrador, simplesmente porque o animal não gosta
do Príncipe Harry. Há muito acostumados a resolver incompatibilidades deste
tipo, vamos adiantar seguidamente as causas possíveis para a aversão do animal
e a sua solução, movidos unicamente pelo prazer de decifrar enigmas que
envolvam cães.
Diante
de um problema destes há que considerar o particular dos seus três
intervenientes directos: Meghan, o cão e Harry. Pelas suas declarações e pelas fotos
que os media vão revelando, Meghan dispensa um tratamento muito afectuoso aos
seus cães, dividindo com eles a sua vida e aposentos para que possam estar
sempre a seu lado, coabitação que aponta para uma tratamento antropomórfico dos
cães, promoção que algum deles poderá defender bravamente e que dará azo a uma
matilha matriarcal fechada e inviolável, mais virada para si do que para o
exterior, não vendo por isso com bons olhos o ingresso de novos membros no
grupo. Como a matilha se encontra escalonada a partir de Meghan, terá que ser
ela a “puxar dos galões”, a usar o seu poder para que Harry tenha lugar na sua
alcateia familiar, o que não será fácil, porque ela é em simultâneo líder e
amiga e, quando assim é, a líder tende a desaparecer e dar lugar à amiga.
Quanto
ao cão Bogart, com nome de galã de cinema, há que considerar a mistura de raças
de que foi alvo, que tanto poderá potenciar o que é comum a ambas, como
complementar uma em particular, havendo uma delas dominante na construção. Por
norma, nesta mistura, os cães patenteiam a dominância do Pastor Alemão sobre o
Labrador, guardando do primeiro a curiosidade, a versatilidade, a lealdade, o instinto
protector e um forte sentimento territorial. Do Retriever tendem a guardar a
humildade e a ternura que os torna na sombra dos donos. Devido ao cruzamento, a
alegria característica dos retrievers tende a dar lugar à reserva e à
desconfiança, a alguma aversão a estranhos. Se porventura o animal pertencer ao
grupo dos submissos tenderá a fugir de todos, mas se for dominante, defenderá o
seu território e não deixará que ninguém se aproxime da dona, resistirá à
apresentação de estranhos, tratá-los-á como intrusos e tentará escorraçá-los do
grupo, temendo perder o seu estatuto e regalias – ser despromovido socialmente.
E quando assim é, estamos perante um cão que só tem direitos e que nunca
conheceu deveres. Urge pô-lo no lugar, o que equivale a dizer que deve ser
treinado.
Debaixo
deste cenário, Harry tem vestido a pele do vilão, por mais que tente convencer
o cão do contrário, porque se aproximou da sua dona amada contra a sua vontade,
cativou-lhe as atenções e colocou-se entre ambos na perspectiva do cão, que por
sua vez deve abominar as atitudes, posturas e actos de Harry, ao considera-las
abusivas e até provocadoras. Se porventura o príncipe tem medo dele ou alguma
vez o inibiu, repreendeu, castigou ou ripostou, então a situação tende a
agravar-se e a perpetuar-se. Harry já provou, que para além da solenidade das
cerimónias protocolares, é um jovem irreverente, espontâneo, dado a
entusiasmos, insatisfeito e amigo de surpreender, qualidades que eventualmente causarão
alguma estranheza ao humilde mestiço, acostumado a um ambiente mais calmo na
companhia da sua dona.
Em
síntese, Meghan deverá treinar o cão, tornar-se sua líder e estabelecer-lhe
regras. Harry, por sua vez, deverá aprender a lidar com cães e a maneira mais
fácil de fazê-lo é acompanhar a mulher quando esta decidir educar o animal,
coisa que dificilmente acontecerá por razões inerentes à vida de glamour que
levam e à carregada agenda que têm de enfrentar, agora que decidiram trilhar
sozinhos e por sua alta recreação o incerto caminho do arco-íris.
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