quinta-feira, 2 de julho de 2020

QUINZE DIAS SEM VER A TUKA

Já levava 15 dias sem ver a cachorra CPA Tuka, achei-a maior e diferente, apesar de continuar a ser a sombra da sua dona. Com as duas encetei uma caminhada de uma légua terrestre, não só porque o animal precisava, mas para demonstrar à dona que uma légua de caminhada diária faz-se bem e a cachorra agradece.
No imenso sapal que rodeia a casa de ambas, há muito transformado em arrozais infindos e viveiros para as mais variadas espécies, para além de alguns forasteiros, turistas ou viandantes, sempre se surpreende algum amigo do alheio ocasional, um pescador furtivo de circunstância, que pesca o que não lhe pertence sem dar contas a ninguém, montado numa bicicleta e ataviado de alguns baldes, carga que normalmente oculta entre arbustos de salicórnia, que foi exactamente o que encontrámos pelo caminho.
Ao longo da légua que empreendemos executámos o “junto” tanto à esquerda como à direita, não tanto como uma manobra pedagógica, mas para poupar a mãos da condutora ao longo do trajecto. Doravante estes trabalhos terão de acontecer a outras horas porque o calor é muito e os pisos de estrada escaldam as almofadas dos cães. À parte disso, a beleza, a nostalgia e a imensidão do sapal fascinam-nos à entrada e deixam-nos saudade na hora da partida.
Dentro em breve, quando já tiver assimilado plenamente o comando de "junto", a Tuka reunir-se-á à restante classe e começará a participar das aulas colectivas, onde já se encontra o seu irmão Jay, um cachorro CPA cinzento. Para a semana voltarei a dar instrução à Tuka e embrenhar-me-ei mais uma vez naquela mística e deleitosa paisagem aquática que só em sonhos tinha visto. E a Tuka? Como dizem os brasileiros, que são aqui cada vez mais – a Tuka tem tudo para dar certo!

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